9 de janeiro de 2018

O que é iniciação à vida cristã?





A iniciação à vida cristã é um processo formativo dos discípulos-missionários de Jesus Cristo. Ela
está articulada com a missão, com a animação bíblica, com a comunidade e com o serviço à vida.

O Concílio Vaticano II procurou resgatar a iniciação à fé antes do século V d.C. que se perdeu ao
longo do tempo. Este resgate consiste em reatar, de forma adaptada, a parceria e a união entre a
catequese e a liturgia. Essa última se torna lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo. Neste resgate,
há a necessidade de envolver a comunidade inteira no processo de Iniciação de transmissão da fé ou de
Iniciação à Vida Cristã. Iniciação à Vida Cristã aqui, não deve ser vista como uma pastoral a mais, mas
como um eixo central e unificador de toda ação evangelizador e pastoral.

Iniciação à Vida Cristã significa ser iniciado na vida de Cristo, no modo de viver de Cristo. Conhecer
seus passos. É iniciar um modo de viver que desperta para a plenitude, para a plena maturidade. É Cristo
que desperta e reveste da vida nova e, a pessoa que d’Ele vive, então passa a ser acompanhada pelo
próprio Cristo.

É um itinerário, um caminho de pertencimento. O movimento de quem está a caminho, de quem se
põe e percorre o caminho de Jesus Cristo. Torna-se uma pessoa discípula, aprendiz, seguidora. Este
processo implica em algo muito maior do que o mero acolhimento e engajamento de alguém numa
comunidade de fé, ainda que isto seja também importante.

Iniciar-se na fé é conformar a própria vida à de Cristo, é uma vida “em conformidade” com Ele.
Segundo o Papa Francisco, a “formação cristã” é primariamente o aprofundamento do querigma (primeiro
anúncio) que vai se fazendo carne de modo progressivo, que ilumina toda a tarefa catequética. Ainda
segundo o Papa, é o anuncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo coração humano. É
uma vida toda a ser revestida de Cristo até Ele se tornar tudo em todos. É disponibilidade ao crístico.

E, ser iniciado na vida de Cristo desperta para a missionariedade. A atração e a gratidão de “ser em
Cristo” se faz anúncio. O discípulo, atraído pela beleza do seguimento, torna-se um iniciador de outros na
vida de Cristo que requer um processo de passos de aproximação do mistério.

Portanto, a “Iniciação à vida cristã” significa imersão em uma nova realidade: o mistério de Cristo. É
um novo viver que requer passos de aproximação, pelos quais a pessoa aprende e se deixa envolver pelo
mistério amoroso de Deus, despertando-a para novas relações e ações, transformando sua vida no campo
pessoal, comunitário e social.

1. Iniciação: mergulho pessoal no mistério de Deus. A iniciação religiosa é um caminho progressivo,
por meio de etapas, de ritos e de ensinamentos, que visa realizar uma transformação religiosa e social do iniciado. Cada etapa é uma acolhida do mistério de Deus, uma profunda experiência de Deus que
impulsiona o iniciante à conversão na vida pessoal e comunitária. O acolhimento do mistério de Deus
possui um caráter simbólico que aponta para o “algo mais”, para as realidades transcendentes e invisíveis.
2. Iniciação à Vida Cristã: mergulho no mistério de Cristo. Por mistério de Cristo entende-se o plano
divino da salvação que Deus realiza na história da humanidade. O termo mistério indica mais a ação
salvadora de Deus na história do que um segredo intelectual. O acolhimento do mistério da pessoa de
Jesus exige a participação, fiel e responsável, na vida e missão da comunidade eclesial, que leve a pessoa a fazer escolhas éticas coerentes com a fé cristã.

3. Dimensões Teológicas da Iniciação à Vida Cristã. a) Dimensão Cristológica: Iniciação à Vida Cristã
é acolhimento do mistério de Cristo (paixão, morte, ressurreição, ascensão e parusia). b) Dimensão
pneumatológica : Iniciação à Vida Cristã é acolhida do dom do Espírito Santo enviado à Igreja e aceitação do mandato missionário. c) Dimensão eclesiológica: Iniciação à Vida Cristã é mistério da Igreja que celebra e manifesta a vida do Ressuscitado. Igreja é uma realidade sacramental. d) Dimensão existencial: a Iniciação à Vida Cristã deve acolher e iluminar as questões existenciais da vida de cada pessoa. e) Dimensão sacramental: os três sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia) expressam a unidade da obra trinitária (no batismo assumimos a condição de filhos do Pai; na confirmação o Espírito nos unge; e na eucaristia o Filho nos alimenta). f) Dimensão espiritual: há uma iniciação à oração pessoal, comunitária e litúrgica (oramos como cremos e cremos como oramos).

Por meio da iniciação, cada pessoa vai optando pelo Deus Uno e trino e seu plano salvífico e se assume como membro da comunidade eclesial. Essa iniciação se dá na Igreja e pela Igreja que anuncia a
Boa-Nova, acolhe e acompanha os que querem realizar o caminho da fé. Essa iniciação é uma formação
continuada; requer a decisão livre da pessoa; é a participação humana no diálogo da salvação. O princípio, meio e fim da iniciação é a incorporação ao mistério pascal de Cristo. Neófito (planta nova) é aquele que renasceu pelo banho batismal, não só o recém-batizado. Os catecúmenos são ajudados pela comunidade a obedecer aos apelos do Espírito Santo: precursor (vem antes, impulsiona); acompanhante (está presente) e continuador (leva adiante).

4. A imersão no mistério de Cristo mediante a Igreja. Por meio da Igreja e da pertença a ela, se dá a
iniciação à vida cristã que se torna a inspiração para outros sucessivos processos formativos eclesiais. A
comunidade cristã é o sujeito indispensável dos processos de Iniciação à vida cristã. Requer-se da
comunidade acolhimento, testemunho e responsabilidade. A natureza originária da Igreja é querigmática
(anunciadora da verdade fundamental manifestada em Cristo) e missionária. Essa natureza exige conversão pastoral. A igreja anuncia o Cristo crucificado, morto e ressuscitado; ela é Igreja peregrina, desinstalada, samaritana, misericordiosa; ela promove o encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo e o discípulo missionário. A comunidade eclesial é o ambiente e a meta em que se desenvolve a iniciação à vida cristã. A Igreja é mãe no sentido que gera novos filhos para a fé. A maternidade da Igreja segue o modelo de Nossa Senhora, Mãe de Deus: ternura, justiça, amor, sensibilidade. Para sua missão, a Igreja é geradora de ministérios a serviço de todos.

5. O Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (RICA). Na igreja, é um consenso sobre a necessidade de
um processo de iniciação à vida cristã. O RICA expõe um processo em quatro tempos da seguinte maneira:
O RICA é um livro litúrgico com ritos, orações e celebrações. Ele descreve o longo caminho mistagógico e
catequético que um adulto deve percorrer para sua plena iniciação cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia). (O esquema do RICA serve de inspiração para o acolhimento daqueles que chegam a Comunidade ou fazem um processo de conversão. São itinerários catequéticos adaptados às
várias idade).

6. Os sacramentos da Iniciação à vida cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia). A Iniciação à vida Cristã
é o caminho catequético que prepara aos sacramentos em que o próprio Cristo é o sujeito que nos inicia,
nos torna cristãos e nos introduz no mistério trinitário e eclesial. Cada vez mais se percebe na Igreja a
necessidade de uma integração (unidade) dos sacramentos em um único processo, apesar de terem
etapas bem determinadas. Essa unidade está em conexão com a unidade do mistério pascal (missão do
Filho e efusão do Espírito Santo): o Batismo nos torna Filhos de Deus e a Crisma nos dá o Espírito; ambos
nos direcionam para a Eucaristia em que se atualiza a expressão máxima do amor trinitário. A participação
na eucaristia faz a pessoa se sentir cada vez mais membro da Igreja.

7. A vivência cristã: fruto da Iniciação. O processo de iniciação deve criar progressivamente a
conversão da própria vida, com um novo projeto de vida segundo a proposta do Senhor.

Coordenação Arquidiocesana de Pastoral , 04/08/17
ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS

Av. Aquidaban, 744 – Bosque – 13026-510 -Campinas – SP
Fone: (19) 3794.4650

 A vida cristã é um novo viver que requer um processo de passos de aproximação, mediante os quais a pessoa aprende e se deixa envolver pelo mistério amoroso do Pai, pelo Filho, no Santo Espírito. Ela desperta para novas relações e ações, transformando a vida no campo pessoal, comunitário e social. Essa verdadeira transformação se expressa através de símbolos, ritos, celebrações, tempos e etapas”, escreveu o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, na apresentação do documento 107.
  Iniciação à Vida Cristã
A Iniciação à Vida Cristã é um processo de crescimento na fé de forma gradual e permanente, que acontece numa comunidade eclesial. Visa transformar a fé inicial em uma fé progressivamente adulta, cada vez mais convicta e comprometida.
No processo vai se fortalecendo o encontro pessoal com Jesus e com o Evangelho de maneira mais intensa através de uma experiência fascinante (DAp 277), que leve a uma adesão, comunhão e intimidade plena com Ele, caminho, verdade e vida (Jo 14, 6).
Tem como inspiração o catecumenato que não se limita à celebração dos sacramentos, mas a um progressivo mergulhar no mistério, dando valor a tempos, etapas com suas celebrações, símbolos, ritos, benções…
Um caminho a percorrer
ACOLHIDA: pais, catequizandos, catequistas, comunidade (Pré- Catecumenato)- 3 meses?
1ºTEMPO / QUERIGMA: anúncio de Jesus Cristo (Pré- Catecumenato)- 5 meses?
2º TEMPO / CATEQUESE: aprofundamento da fé (Catecumenato) – 16 meses?
 3º TEMPO / CELEBRAÇÃO: celebrações de entrega no decorrer do processo (Quaresma) e no período Pascal a celebração dos sacramentos (iluminação e purificação)- 3 meses?
 4º TEMPO / MISTAGOGIA: aprofundamento dos Mistérios recebidos (Mistagogia)- 3 meses?
ACOMPANHAMENTO- 6 meses?

 POR QUE HÁ NECESSIDADE DE UMA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ?
A urgência: Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã é prioridade em todo Brasil.
O Documento de Aparecida nos apresenta uma grande preocupação frente a tantos cristãos batizados, mas pouco evangelizados. “Temos altas porcentagens de católicos sem a consciência de sua missão de ser sal e fermento no mundo com identidade cristã fraca e vulnerável” (DAp 286). A Iniciação à Vida Cristã não pode ser uma catequese ocasional, em vista apenas dos sacramentos, mas implica em um itinerário de fé permanente. É preciso superar uma fé individualista, intimista e desencarnada, própria do nosso tempo.
A Iniciação à Vida Cristã desperta, amadurece a fé inicial e educa a pessoa como verdadeira discípula de Cristo. Como características do discipulado são indicadas: “Que Cristo seja o centro da pessoa, através de um constante encontro, tenha espírito de oração, seja amante da Palavra, participante da Eucaristia, inserido na comunidade eclesial e social e tenha um coração missionário” (DAp  292).

Iniciação à vida cristã
Quando se fala em Iniciação à Vida Cristã (IVC) de inspiração catecumenal, dois aspectos nos chamam a atenção: a primeira diz respeito à forma atual da transmissão da fé, que normalmente é denominamos de Catequese, considerada pelo documento de Aparecida como “pobre e fragmentada”, e acima de tudo com características e objetivos de preparação para receber os sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia; a segunda, diz respeito à IVC, com inspiração catecumenal, cujo período de ouro se desenvolveu a partir do fim do século II e perdurou até a primeira metade do século IV. A abordagem será distribuída em três artigos.

Ressalte-se que ao longo de toda a sua história sempre realizou de uma maneira ou de outra a iniciação cristã, entretanto, a partir do momento em que aconteceu a “conversão” do imperador Constantino ao cristianismo a experiência do catecumenato patrístico foi diminuindo e já no final do século VI basicamente desapareceu; o batismo de crianças, prática raríssima até então, passou a ser cada vez mais frequente e pouco a pouco os sacramentos da iniciação cristã se desvincularam um do outro, já que batismo, crisma e eucaristia eram conferidas numa mesma celebração.

Neste período houve a expansão maciça do cristianismo com a liberdade religiosa dada pelo Acordo de Milão em 313 a Igreja, antes perseguida, a partir daí é tolerada e mais tarde (em 380) com Teodósio o cristianismo passa a ser a religião oficial do império, com todos os privilégios que são registrados pela história.

Este período é chamado de cristandade que durou aproximadamente 16 séculos; o fim da “era constantiniana = cristandade se deu oficialmente com o Concílio Vaticano II, mas ainda hoje temos muitos resquícios e elementos desta época. Este período pode ser louvado pela expansão do cristianismo, mas trouxe marcas que até hoje sofremos as consequências, como uma catequese com quase ou nenhuma incidência no existencial e seguimento de Cristo, pois ser cristão não implicava mais uma mudança radical de vida, o número de catecúmenos aumentou, a seriedade da preparação diminuiu; um dos grandes prejuízos litúrgicos foi o esvaziamento de seu conteúdo, elementos centrais foram esquecidos, o Mistério Pascal foi cedendo lugar a devoções. O terço e o livrinho do santo predileto eram mais importantes do que a Bíblia e os sacramentos. O que acontecia na Igreja era muito bonito de se ver, porém, com pouca relevância na prática dos cristãos. Parece que ainda continuamos assim.

O Diretório Nacional de Catequese (Doc. CNBB 84, 2006), reconhecendo as dificuldades que temos hoje na forma como a catequese é apresentada, elenca alguns desafios para a catequese atual (n. 14).

Formar catequistas como comunicadores de experiências de fé, com uma linguagem inculturada, relevante para as pessoas do mundo de hoje, na realidade pós-moderna, urbana e plural;
Fazer da Bíblia o livro principal da catequese; Fazer com que o princípio interação fé e vida seja assumido na atividade catequética de modo que o conteúdo responda aos desafios do mundo atual.

Assumir o processo catecumenal como modelo de toda a catequese e, consequentemente, intensificar o uso do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica); (o destaque é meu).

Passar de uma catequese só orientada para os sacramentos, para uma catequese que introduza no mistério de Cristo e na vida eclesial; Fazer com que a catequese se realize num contexto comunitário; Incentivar a instituição do ministério da catequese; Tornar efetiva a prioridade da catequese com adultos e, assumir na catequese a vida e os clamores dos marginalizados e excluídos.
Temos aí bons elementos para nossa reflexão.

ALMIR MAGALHÃES, Padre da Arquidiocese de Fortaleza, diretor e professor da Faculdade Católica de Fortaleza
RELAÇÃO ENTRE LITURGIA E CATEQUESE POR DOM ALOÍSIO ALBERTO DILLI
Em nossas reflexões sobre a Iniciação à Vida Cristã na perspectiva de uma Igreja samaritana, os leitores e ouvintes certamente já se deram conta que há uma relação inseparável entre catequese e liturgia, bem destacada e visível na experiência catequética de inspiração catecumenal. É este tema que desejamos aprofundar na mensagem de hoje. Para tal, necessitamos clarear de imediato o que entendemos por liturgia e por catequese. A primeira (liturgia) tem como centro a celebração dos mistérios da salvação, na qual o fiel participa e busca vida nova em Cristo. A segunda (catequese) preocupa-se mais com a transmissão da fé cristã. Aquilo que o/a catequista herdou da Igreja, crê e vive, transmite também aos outros. Por isso concordamos com o renomado liturgista Gregório Lutz, quando afirma: “Só se a catequista estiver com todo o seu ser e viver, pensar, falar e agir, em tal comunhão com Jesus Cristo, ela saberá, com a graça de Deus, levar também os seus catequizandos a um encontro com Jesus que transforma a vida deles numa vida nova e os faz mergulhar no mistério de Cristo” (A Liturgia na Catequese de Iniciação de Crianças, 2015, p. 16). Por isso não basta atingir o intelecto daquele que está sendo iniciado na fé, mas todo seu ser. Assim a catequese não é apenas doutrinação teórica, mas aprendizagem envolvente e prática. Ela está a serviço da iniciação no mistério da salvação, celebrado e vivido na liturgia.

Infelizmente, esta íntima relação da lex orandi e lex credendi (celebramos como cremos e cremos como celebramos), tão normal nos primeiros séculos do cristianismo, aos poucos foi se distanciando, na medida que surgia a cristandade (Idade Média), quando as crianças aprendiam a vida cristã na sua família, sua escola e comunidade eclesial e até na sociedade. A catequese, dentro deste novo contexto, se ocupava mais em explicar a fé e os mandamentos, numa linguagem de aprofundamento teórico e doutrinal, tendo em vista a preparação à recepção dos sacramentos. Assim a catequese foi se desligando da Comunidade-Igreja e passou para a escola (aula) e se separou da liturgia ou de experiências de caráter celebrativo. Com a reforma do Concílio Vaticano II buscou-se novamente a integração entre catequese e liturgia, mas as resistências à mudança ainda se fazem sentir, talvez, até entre nós. Nos últimos tempos, o magistério da Igreja, através de diversos documentos, convida para novos caminhos na iniciação cristã, tentando retomar à experiência do espírito catecumenal, com suas devidas adaptações aos nossos tempos. Mas ainda encontramos pessoas que dão importância somente ao saber sobre Jesus Cristo e pouco se preocupam com o encontrar-se com Ele. É como conceder sacramentos a quem ainda não se tornou cristão convicto. Por isso, nossa catequese precisa tornar-se sempre mais mistagógica, como nos primeiros tempos do cristianismo, ou seja, deve conduzir-nos gradativamente para dentro do mistério, de forma menos doutrinal e mais experiencial; de quem crê e se encontra com uma Pessoa, o próprio Jesus Cristo, e nele professa sua fé, na comunidade e no ambiente social. Isto somente é possível quando a catequese se plenifica na celebração litúrgica e esta experiência provoca nova catequese pelo aprofundamento constante do que foi celebrado (nova mistagogia).

Que nosso projeto de Iniciação à Vida Cristã atinja este objetivo de integração entre catequese e liturgia e seja o caminho para uma Igreja mais missionária e samaritana.



 A FIGURA DO INTRODUTOR NA INICIAÇÃO CRISTÃ
Aquele que vem buscar a Deus deve ser acolhido em qualquer tempo 

O RICA apresenta a figura dos introdutores como um ministério específico da iniciação cristã de adultos. 

O introdutor é um amigo que, partilhando sua própria experiência com o candidato, vai ajudá-lo a caminhar na fé e estabelecer uma relação pessoal com Deus e com a comunidade. 


O introdutor é o semeador que vai preparar o terreno para que a semente da fé possa florescer e dar frutos 

Perfil do introdutor:

• Uma pessoa de fé, já iniciada (que já recebeu os Sacramentos da Iniciação Cristã) 
• Constante na vida litúrgica e na comunhão eucarística; Orante. 
• Atenta à Palavra de Deus e à vida 
• Inserida na comunidade eclesial e fiel ao magistério da Igreja 
• Amiga dos irmãos; solidária com os mais pobres. 
• Respeitosa com todas as religiões; simples no relacionamento pessoal. 

 Sem ter a função de catequista ou psicólogo, anuncia o Querigma com seus principais conteúdos: Amor de Deus, Pecado, Salvação em Jesus Cristo, Fé e Conversão, Promessa do Espírito Santo.  Em todas as pastorais, movimentos e associações, podemos encontrar pessoas que se enquadram no perfil necessário ao introdutor.  Aqueles que se dispuserem a exercer esse ministério serão preparados para o serviço através de um breve curso de formação.

MISSÃO DO INTRODUTOR NO PROCESSO DA INICIAÇÃO
Em geral, as comunidades cristãs desconhecem esta função, este ministério de Introdutor/a. Trata-se, porém, de uma pessoa que tem uma tarefa específica no início do processo de Iniciação à Vida Cristã, isto é, de acompanhar, durante o tempo do Pré-catecumenato, os interessados em percorrer o caminho da Iniciação. É esta pessoa que prepara o candidato para acolher na liberdade o dom da fé, o anúncio da Boa Nova e assumir o encontro pessoal com o Senhor e as condições para a conversão e a fidelidade. Sem um introdutor, dedicado e competente, não é possível começar o processo de Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal. É o Introdutor quem coloca as bases para o segundo tempo, o Catecumenato propriamente dito, no qual atuam os catequistas
Como a tarefa principal do Introdutor é anunciar Jesus Cristo, evidentemente, cabe-lhe, sobretudo através da vida e de sua vibração pela fé, ajudar o iniciando a encantar-se por Jesus Cristo, pessoa, mensagem e missão. Pelo exemplo desse Introdutor o candidato alimenta seu desejo de viver a experiência do encontro pessoal com o Senhor e se sente estimulado para inserir-se na comunidade cristã e comprometer-se na missão. O iniciante sabe e sente que pode contar com o apoio afetivo e de fé por parte de alguém que, para ele, é fidedigno. O introdutor, porém, deve deixar claro em sua missão, que não está isolado, e tampouco o iniciante, pois toda a comunidade eclesial está envolvida no processo ( RICA no item 41,1 destaca o papel da comunidade no processo de Iniciação à Vida Cristã).
Para bem viver este importante ministério na Igreja, o Introdutor precisa ter percorrido, ele mesmo, o caminho dos Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia). Ele necessita, também, cultivar sua vida de fé, participar da vida da comunidade, alimentar-se com a Palavra de Deus e a oração pessoal, ser fiel à Igreja e zelar por sua formação continuada, tanto em Bíblia, teologia e pastoral como em relações humanas, pedagogia, psicologia, comunicação e cultura geral. Sua missão requer dele grande capacidade de ouvir e dialogar, paz interior e disposição para acompanhar com paciência quem começa um processo que não apenas apresenta novidades, mas vai crescendo em exigências quanto à mudança de vida.
Uma vez criteriosamente escolhidos pela Coordenação da Iniciação Cristã e submetidos à aprovação do Conselho Pastoral, os Introdutores serão devidamente preparados. O processo formativo não é apenas de conteúdo, em estilo acentuadamente acadêmico e formal, mas segundo a dinâmica da fé e da vivência, que por si mesmas criam um clima propício e alimentam a espiritualidade. Além de uma visão geral da Iniciação à Vida Cristã, os Introdutores devem conseguir captar bem o pré-catecumenato, que é um tempo precioso e básico para todo o resto do processo. A parte mais importante da formação destes ministros se refere à pessoa, mensagem e missão de Jesus Cristo, para que tenham solidez, convicção e entusiasmo para este tempo dedicado, sobretudo, à Evangelização. Para um bom desempenho de sua missão eles precisam de elementos fundamentais de como lidar com as pessoas e fazer o acompanhamento delas para assessorá-las no caminho da opção de fé e do encontro pessoal com Jesus Cristo

COMO MELHORAR COMO CATEQUISTA? 16 DICAS SIMPLES QUE IRÃO AJUDAR VOCÊ A FAZER "ECOAR" AINDA MAIS FORTE A PALAVRA DE DEUS!

1. Fale apenas o que vive e viva o que ensina: catequese quer dizer fazer ecoar. É preciso que a Palavra de Deus ecoe primeiro em nós para ter força de ecoar nos outros. Catequese não é “aula de religião”: na aula eu ensino o que não vivo; na catequese, só posso ensinar o que vivo. Por isso, para despertar amor à Igreja e a Cristo é necessário amar Cristo e a Igreja antes. Partilhe o que você sabe, mas sobretudo partilhe a sua experiência vivida sobre aquele assunto. Nada melhor do que um catequista que vive o que ensina.

2. Prepare antes o que vai falar e fazer. Por favor, não vá para o encontro despreparado para falar e fazer qualquer coisinha: não enrole! Ninguém gosta de gente que brinca de fazer alguma coisa. Você não gosta da aula chata do professor que não prepara, do sermão mal-preparado do vigário, da informação errada de quem não se comporta como profissional, né? Pois é, não faça a mesma coisa que você critica…

3. Programe horário. Não fique só no falatório: programe começo, meio e fim. Veja formas diferentes de dizer uma coisa. Procure recursos audiovisuais (cartaz, dinâmica, música, mapas, vídeo, brincadeira, etc) e leve a sério a programação do encontro. Se for preciso, marque horários para começar e para acabar uma atividade. Assim se evita que alguma coisa tome o tempo todo (prejudicando o conjunto) e que fique chato. Ah!, não se esqueça de chegar antes e não depois de todos…

4. Parta sempre da vida. Não se esqueça de comparar o que estiver falando com assuntos e exemplos diários do mundo cultural dos catequizandos. O Evangelho em que atingir a vida. Não considere tudo o que não é explicitamente religioso como pecado: Deus se vale dessas coisas para nos ir ensinando a chegar mais perto dele. Jesus valorizava o campo para os camponeses, as citações bíblicas para os doutores da lei, etc. É a partir da vida que devemos dar nossa catequese, fazendo os jovens irem vendo como Deus se manifesta na história do povo, da comunidade e na nossa história pessoal.

5. Catequese é assunto orante. Há catequistas que lembram de tudo, menos da oração. É preciso orar para preparar o encontro e orar durante os encontros (no começo, no meio ou no fim) com os adolescentes. Assim, você vai motivando e formando a fé dos seus discípulos.

6. Ajude os seus catequizandos a se concentrar. Muitas pessoas, ao vir para o encontro, passaram por problemas, estão agitadas, mal-humoradas, desanimadas ou sem disposição. Acolha com alegria e carinho (todo mundo gosta de ser bem tratado e um sorriso largo desmonta muito mal-humor). Mas não esqueça de ajuda-los a estar no encontro de corpo e alma. Já vi muitos catequistas que brincam e falam tanto que atrapalham os próprios encontros. No momento da catequese você não deve ser só mais um amiguinho, mas um amigo que cresceu na fé e quer partilhar isso com eles.

7. Dê catequese por amor a Cristo e à sua Igreja. Tenho visto muitos catequistas que querem estar ali por muitos outros motivos: paquerar, sair de casa, se enturmar, etc. Se você é algum desses, revise as suas motivações e – se for preciso – dê um tempo para você, para sua comunidade e para os seus catequizandos. Vamos ser honestos, a catequese não é lugar para arrumar namorada(o), nem para outras finalidades. Quem é catequista deve estar lá servindo a Cristo como membro da comunidade dele. Outras motivações, devem ser purificadas e deixadas de lado.

8. Tenha sempre uma carta na manga. Não esqueça que todo mundo gosta de uma surpresinha: apimenta o encontro e dá um sabor novo. Procure, de vez em quando, mudar algo. Você vai ver que efeito produz.

9. Avalie os encontros com os catequizandos. Ninguém melhor do que os próprios adolescentes para lhe dizer o que estão achando e lhe fornecer sugestões. De oportunidade para a sinceridade rolar entre vocês e tudo irá bem. Não precisa avaliar todo dia, mas pode ser a cada bloco de encontros.

10. Cobre participação. Alguns catequistas morrem de medo de cobrar algo dos catequizandos: assim eles vão ficando cada vez mais passivos. Programe tarefas e passeios comuns e vá dividindo as responsabilidades. Você é catequista e não papai ou mamãe deles. Deixe-os falar, peça opinião, valorize a participação, mas freie quando falarem demais ou passarem dos limites. Você não tem um cargo eletivo pra zelar, mas deve ser testemunha da fé.

11. Engaje todos os catequizandos durante o ano em sua comunidade. Nem todos têm os mesmos dons e os mesmos talentos. Aos poucos (não deixe para os últimos encontros!), vá encaixando nas tarefas e nos compromissos com sua comunidade: tenha sempre em mente que o objetivo a ser alcançado é o engajamento do maior número possível na comunidade de fé. E não cobre só dos jovens: cobre também da sua comunidade e dos responsáveis por ela (padre, irmã, coordenadores, ministros, etc) que os jovens tenham seu espaço, sua vez e sua voz. Mas vá com calma! Não precisa pegar pesado ou criar uma briga na comunidade: conversando todo mundo se entende.

12. Programe algumas atividades extras para confraternização e amizade. O grupo precisa se sentir unido e ter uma identidade própria. Assim, quando acabar a catequese, o grupo vai querer continuar como grupo de jovens. Se isso acontecer, a catequese foi boa e frutuosa!

13. Não faça da sua catequese uma arma: fale apenas o que sabe, não invente nem aumente. Você é instrumento de Deus e fala em nome da sua Igreja.você não está ali para falar de sua fé pessoal, mas para transmitir a fé da Igreja de Cristo. Veja músicas, textos bíblicos e dinâmicas para a motivar.

14. Não dê catequese sozinho. Catequese só pode ser dada em comunidade. Peça que outras pessoas de fé lhe ajudem nos encontros. Não falte á reunião de preparação com outros catequistas. Discuta antes, com seu padre, com a irmã ou com outro catequista o encontro: peça dicas, aceite sugestões, programe a oração inicial ou final, etc.

15. Não queira dizer tudo em um só dia. Você que deve ter muita coisa a dizer, deve ir parcelando as coisas aos poucos, durante o ano. É melhor fazer dois encontros de uma hora e meia do que um de três horas.

16. Não esqueça a dimensão litúrgica. Catequizando que se preza, precisa ter participação ativa na liturgia. Agora, não basta mais vir à missa. É preciso contribuir com a comunidade de fé. Contribuir concretamente, o jovem que não quer mesmo, deve ser aconselhado a repensar a sua opção de ser sacramentado. É como alguém querer namorar uma garota e se recusar a ficar perto dela… (É ruim, né?)

Sei que não vou resolver todos os problemas da catequese com essas dicas. Mas creio que os mais graves podem ser resolvidos. Se você for catequista novo, tenha essas dicas na cabeça e no coração: vão lhe ajudar muito.

Autor: Padre Paulo Fernando

Fonte: Portal Católico



 “A família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e de onde o Evangelho irradia… Os pais não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido”[1] (Paulo VI, EN n.71).
Sabemos que a sociedade mudou. A família, como parte viva da sociedade, também mudou, e esta mudança afeta o relacionamento dos seus membros. Deste modo, a família tem dificuldades de se encontrar como família cristã e, com isso, vai diminuindo sua capacidade de responder aos novos desafios, no que diz respeito à fé e aos anseios mais profundos do coração humano.

A Igreja acredita na família e no seu fundamental papel na sociedade – de ser, nela, célula primeira e melhor Igreja – e por ela, olha com fé e convicção. Em virtude disso, luta para que os filhos encontrem, na Igreja, o primeiro espaço de encontro com Deus e o fundamento de sua fé. Por isso,

“consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente, a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros”.

Quando a educação da fé é iniciada na família, é mais perceptível a sua assimilação em outros meios como a catequese paroquial, o ambiente escolar e mesmo o universo jovem social. É preciso então que a família tenha consciência de que os filhos são a sua maior riqueza e que educando-os, através de valores morais e cristãos, estará preservando esse bem maior e preparando pessoas para uma vida feliz e realizada.

Neste contexto social e cultural diversificado, o que fazer, então, com que a família seja, de fato, o lugar para o despertar da fé?

Primeiro: Os pais precisam tomar consciência de que a verdadeira catequese começa ainda no ventre materno. Durante o período da gestação, deve-se tomar os cuidados necessários para que a gravidez seja serena e feliz. Cuidado para que a mulher viva este período sem turbulências, agitos e dificuldades, procurando, esposo e esposa, dialogar, amar, conversar com a criança, demonstrando, assim, afeto e carinho, para que ela, desde já, experimente o amor de Deus e da família. A experiência mística dos pais, ao longo da gestação, do mistério da vida que brota no ventre materno, certamente fará com que a criança encontre, efetivamente, na família, uma Igreja doméstica.

Segundo: É a partir da convivência familiar que a criança forma interiormente a imagem de Deus, que posteriormente será trabalhada na catequese em vista dos sacramentos. Se a criança percebe que a família é o espaço de comunhão, de partilha e de amor, certamente compreenderá melhor a imagem de Deus como um Deus amor, partilha e comunhão. Essa formação contribuirá para a formação de sua personalidade e de seu caráter.

Terceiro: A família deve compreender que, quando a criança chega à catequese paroquial, ela já precisa ter vivenciado os valores da fé, no seio familiar, assim como deve compreender que a Igreja é apenas uma cooperadora na continuidade da educação cristã. Deve também tomar consciência de que a catequese é um processo permanente e não se destina simplesmente à preparação para os sacramentos. Assim, compreendemos que a catequese, como processo, é algo a ser vivido por toda a vida, portanto deve ser transmitida em seus vários níveis, e a família é a instituição que acompanhará essa evolução.

Por fim, quando a criança já estiver participando da catequese paróquia, é importante que a família acompanhe e ajude a Igreja a transmitir e a vivenciar os valores da fé. Grande parte das famílias contribui para isso. Muitas outras esquecem de seu papel e atribui toda essa responsabilidade à Igreja. Isso acontece, porque muitas vezes falta o interesse pela educação religiosa dos filhos.

Catequese de adultos: a comunidade na iniciação à vida cristã
Comunidade paroquial como um único corpo na acolhida dos catecúmenos.
Continuando nossa reflexão,  sobre o processo da Iniciação à Vida Cristã dos Adultos, vimos como a Igreja, através do seu Magistério, exorta sobre esta experiência da Igreja primitiva, convidando a revitalizar o catecumenato nesse momento de mudança de época.
Todos formam um só corpo que é sinal do Reino
Hoje comentaremos, com outros documentos eclesiais, sobre a peça principal desse processo: a comunidade paroquial como um único corpo na acolhida dos catecúmenos. É preciso que todos se coloquem unidos em Cristo para participar da formação-preparação dos neófitos. Essa imagem do corpo na diversidade de membros São Paulo já expusera à Igreja de Corinto, constituindo-a na unidade em Cristo, que deve ser, também, a realidade da Igreja, hoje: “Com efeito, o corpo é um e, não obstante, tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo. Assim também acontece com Cristo” (1Cor 12, 12). É a imagem da Igreja composta de todos os seus membros, mas unidos em Cristo, pois “o corpo não se compõe de um só membro, mas de muitos” (1Cor 12, 14). A comunidade paroquial participa da acolhida aos catecúmenos,embora nem todos sejam catequistas, mas exercem uma função teológica de unidade no Corpo Místico de Cristo, porque “Deus dispõe cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade” (1Cor 12, 18).
A Iniciação à Vida Cristã é tarefa de toda a comunidade paroquial e assumida nos seus diversos ministérios. Para uma compreensão comum do processo, no desenvolvimento das diversas passagens, requer a interação de uma comunidade pastoral orgânica e viva.Daí a necessidade de se repensar a catequese como um único corpo na diversidade de membros, buscando novos rumos num clima de trabalho mais fraterno, pois todos são responsáveis pela acolhida, formação e integração dos novos membros no seio da Igreja: padre, diácono, seminaristas, religiosos, todas as pastorais, porque existe um único corpo com diversos membros.
Em Jesus encontramos a resposta às perguntas que muitos fazem: é necessário toda essa gente? A sua compreensão é dada na sua forma teológica: “Vinde e vede! Ele, evidentemente, passou nesse teste que ele me o propôs. Eles foram, viram, se encantaram com o que vivenciaram, ficaram, aprenderam, depois partiram em missão com a vida transformada para sempre. A iniciação à vida cristã supõe uma comunidade que passe no teste do ‘Vinde e vede’. Iniciação não é só aprendizado de doutrina. É inserção na totalidade da experiência de fé dentro de uma comunidade em que se identifica a presença ativa do fermento do evangelho e a força transformadora do amor de Jesus” (CNBB. Iniciação à Vida Cristã: Um processo de Inspiração Catecumenal. Brasília: Edições CNBB, 2009, n. 26).
 O grupo ou Comissão que implantará a Iniciação à Vida Cristã, de inspiração catecumenal, é um corpo de fundamental importância, é o alicerce dessa construção eclesial. 
A constituição e organização da Pastoral para a Iniciação à Vida Cristã, tanto diocesana como paroquial, é de fundamental importância, pois em grande parte a dinâmica de todo o processo depende dessa pastoral, e que seja bem articulada. É preciso que se pense primeiro em sua estrutura e articulação, para depois, implantá-la.
A Igreja é um corpo no Corpo de Cristo, ela funciona na dinâmica de uma comunidade teologicamente integrada e articulada membro a membro. A Iniciação Cristã de Inspiração Catecumenal é um processo de etapas dentro e com a comunidade.
O RICA-Ritual da Iniciação Cristã de Adultos assim começa a definir sua estrutura: “A iniciação dos catecúmenos processa-se gradativamente no seio da comunidade dos fiéis que, refletindo com os catecúmenos sobre a excelência do mistério pascal e renovando sua própria conversão, os induzem pelo seu exemplo a obedecer com maior generosidade aos apelos do Espírito Santo” (RICA –  Introdução ao Rito da Iniciação Cristã de Adultos, n. 4).
Uma equipe específica
A Iniciação à Vida Cristã é responsabilidade de toda a Igreja, porque toda ela é uma comunidade de inspiração catecumenal: todos os ministérios, leigos, ordenados, consagrados, todos os serviços e atividades são convocados a alimentar esse processo, mesmo que em diferentes níveis de responsabilidade.
Resumimos o que dispõe os números 146, 147 e 148 de Estudos da CNBB 97, acima citado, acrescido com algumas sugestões práticas e necessárias:
Composição de Comissão de Iniciação à Vida Cristã, que não se trata apenas de preparação aos sacramentos de iniciação cristã, pois não é apenas mudança de nome do que já existe para continuar tudo como estava.Essa Comissão deve receber uma adequada formação para exercer sua atividade na Iniciação à Vida Cristã de Inspiração Catecumenal, no contexto da Pastoral Orgânica. Assim poderá ajudar na formação de todos os catequistas e agentes de pastoral para o novo processo formativo dos fiéis.Subcomissões podem ser formadas e adaptadas aos iniciantes e catecúmenos, por exemplo: idade, situações especiais, setores. Essas comissões devem estar integradas com a Comissão da Iniciação à Vida Cristã que, também, está inserida nas demais pastorais e dentro do mesmo corpo da Pastoral Orgânica.Manter uma profunda comunhão com as orientações do Magistério da Igreja sobre a Iniciação à Vida Cristã, como o Diretório Geral para a Catequese, Diretório Nacional de Catequese, Documentos e Estudo da CNBB sobre a Iniciação à Vida Cristã.Assessorar a organização e implantação, articulação, animação, formação e acompanhamento da Iniciação à Vida Cristã em todos os níveis, na Diocese e Paróquia, produzindo instrumentos necessários à pastoral.Motivar as comunidades para implantação do processo de Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal, em todas as paróquias.
Conclusão
É um serviço que deve ser precedido de estudos, planejamento, formação, envolvendo todo o tecido eclesial local. Parte dos documentos do Magistério, motivação das pastorais, envolvimento do padre e participação de toda a comunidade.

Enviado pelo padre coordenador de pastoral Pe José Aparecido Santos


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