Um dia quis saber mais da vida de Jesus e por isso li, estudei e
gostei, mas só isso não me chegava.
Eu não podia apenas receber esses conhecimentos, exemplos de caridade,
amor, perdão e de entrega, porque eu não estava satisfeito com o que recebia. O
que recebia era bom mas, faltava-me alguma coisa mais, a vivência, a partilha,
o DAR...
Percebi então que tinha que dar o que recebia, para assim conseguir
aprofundar mais o que sabia e sentia de modo mais verdadeiro, mais puro. Uma
das maneiras que encontrei para dar o que recebia, foi a catequese.
A missão que me foi confiada, não é fácil e a responsabilidade é
muita. Mas ao ver a alegria de uma criança na descoberta de Jesus Cristo, do
amor que Ele tem por todos nós e que deu a sua vida por tanto nos amar, vale a
pena a entrega que se tem que fazer para se ser catequista. Ser catequista não
é chegar à sala de catequese e "despejar" a sessão. É vivê-la em
conjunto com as crianças, tendo em atenção a realidade desse grupo. É saber ser
criança e explicar o que elas não sabem, é matar a sua sede de aprender, de
saber mais. É mostrar o rosto amigo que eu descobri e que elas estão a começar
a descobrir, a conhecer. É ser exemplo, é ser fiel sem se destacar, é ser
verdadeiro e amar.
Nem sempre é fácil deixar ouvir a voz do nosso coração, a voz tenta
falar dentro de nós, que nos pede para fazermos algo que envolve sacrifício
entrega, dedicação. Mas quando fazemos o que escutamos ao nosso coração,
sentimos uma enorme alegria, alívio e uma satisfação imensa. É algo que sinto,
mas que não consigo explicar por palavras, mas que é muito bom. É talvez uma
sensação de plenitude...
Muitas vezes ir dar catequese implica deixar de fazer uma coisa mais
cômoda, ter que antecipadamente preparar o que se diz, o que se faz, de que
maneira se vai fazer e falar, implica tempo, dedicação e gosto, sobretudo muito
gosto e vontade de dar o que aprendi e recebi.
Ser catequista é uma missão que me foi confiada e que eu aceitei, mas
sei que tenho essa missão a cumprir porque fiz silêncio e deixei que alguém me
falasse ao mais profundo do meu ser. Muitas vezes me pergunto "Será que é
isto que Deus quer de mim? Ou será que quer muito mais e eu não sou capaz de
dar? Será esta a tarefa que Deus me confiou? Esta missão não me abandonará e
quando eu não souber o que vou fazer, Deus estará junto de mim para me iluminar
no modo de agir.
Sei que não me abandonará e por isso continuo esta missão. Até porque
ser catequista não é apenas uma ou duas horas por semana. É uma vida inteira
dedicada a viver a mensagem do amor de Cristo nos vários locais, nos vários
momentos da minha vida, do meu dia. No trabalho, na escola, em família, há que
ser catequista, e sobretudo é preciso ser humilde porque não sei tudo e tenho
que aprender mais para crescer, na fé, no amor e na capacidade de dar. Sempre
mais eu quero dar e vou dar com a minha vivência, o que recebo do Pai.
Roberto Magno
Joanésia-MG