14 de novembro de 2012

Teografia

Vamos criar um espaço para postarmos as nossas teografias?
Eu fiz a minha! Pensei muito antes de postá-la. Mas, como guardar só para mim e não falar "ao mundo" sobre a presença amorosa de  Deus, em minha vida?.
Desafio  você, querido(a) catequista , a fazer a sua também! Escreva e envie-nos, através dos endereços já bastante divulgados!
                              Minha Teografia
              Eliana Maria de Alvarenga Guimarães.

            Segundo SantoAgostinho, nós encontramos Deus com o desejo inquieto e incessante de seguir em sua busca. Deus se revela sempre maior e melhor do que historicamente somos capazes de experimentá-lo. Nenhum conhecimento humano abrange a totalidade de Deus.
            Tentarei narrar algumas experiências da presença amorosa de  Deus, ao longo da minha vida. É um processo, ainda inacabado.
            Na ordem do tempo cronológico, não sei quando tudo começou, mas sei que devo muito à minha mãe e ao meu pai, que levavam a “filharada” toda para as missas, realizavam festas do Natal, Ano Novo e Novenas de santos padroeiros, na fazenda onde morávamos. Ainda nessa época, tenho a recordação da minha avó paterna que gritava, todos os dias, da varanda da fazenda onde morava, quando minha mãe e eu passávamos  juntamente com a meninada da pequena escola rural: “Vai com Deus...”, “Deus te abençoe”!!!.É como se ouvisse a sua voz, ainda hoje...
            Ao mudarmos para Guanhães, contei com a presença da minha avó materna, que mesmo trabalhando, rezava seu terço. Ela levava-me, para as missas das 17h e ensinava-me, como ela gostava de dizer “as coisas de Deus”.         
            Quando minha irmã mais velha, entrou para o “Catecismo”,eu a seguia   e ouvia a catequista; não consigo lembrar bem o que ela ensinava, sei que falava de Deus e no final, dava pirulitos e santinhos para as crianças menores. Eu adorava. Depois minha mãe pediu a uma vizinha que me preparasse para eu receber Jesus Eucarístico. Também não me lembro o que ela me ensinava, mas lembro-me muito bem, que ela me recebia, chamando-me de minha santinha e me dava rosquinha para eu comer. Eu amava!  Com isso eu penso, que naquela época, eu percebia que seguir a Deus, era muito bom.
            Fui depois encaminhada, para uma senhora que morava perto da Igreja para que ela me ensinasse a comungar.Não gostava da “hóstia” de papel, mas gostava de chegar perto daquela senhorinha tão pequenina e cheirosa. Parecia uma bonequinha de louça.
            Aos 12 anos, criei junto com minha irmã mais nova, numa salinha de um barracão de meu pai, o grupo PAUS: Pré-adolescentes Unidos ao Senhor. Fomos inspiradas à criação desse grupo, uma vez que a ideia foi nossa.  O PAUS, após alguns anos, transformou-se em JUS: Jovens Unidos ao Senhor. Como éramos inocentes!
            Formei-me e fui trabalhar numa zona rural, perto de onde eu nasci. E professora de roça, era um pouco de tudo: enfermeira, cantineira, faxineira, líder, catequista...
             Em uma outra localidade que trabalhei, fui “intimada”  a trabalhar com Ensino Religioso, em turmas de 5ª e 6ª séries.
            Casei e fui para Sabinópolis. Fui convidada a trabalhar com turmas da Cruzada Eucarística. Com o casamento e o nascimento dos filhos, de repente surgiu a preocupação com o sacramento do batismo e a responsabilidade de educá-los  na fé. Eu procurava encontrar o melhor jeito de fazê-lo.
            No fundo mesmo eu estava também procurando e tentando encontrar algo que me incomodava.Talvez a voz da consciência: “Vá, Eliana!” .
            Levando os meus filhos e sobrinhos para a catequese, tomei a decisão de ser catequista e nunca mais deixei de ser.Fui catequista de crianças,de adolescentes, jovens,de catequistas e coordenadores, de preparação para o Batismo, Matrimônio, sem deixar de ser  catequizanda, pois participava atendendo aos “chamados” para  encontros de formação variados: Curso do IRPAC, fiz Pós-Graduação em Catequética  pela PUC-Paraná, Encontro Nacional de Comunicadores (Pascom),vários encontros de coordenadores do Regional Leste II... E outros. Continuo participando de encontros e cursos de formação, porque  eles são necessários, para dar continuidade ao meu processo de amadurecimento e  fortalecimento da fé .  Através deles, “subimos à montanha”, para depois descermos e irmos mais firmes para  a nossa missão.
             Penso, que de certa forma, também estou catequizando, quando ajudo na elaboração de Roteiros para Grupos de Reflexão, livrinhos da Novena do Natal, Novenas de santos padroeiros, artigos para o Jornal Folha Diocesana, criação do blog da catequese.... Fico muito  alegre por saber que estou ajudando a plantar a sementinha de mostarda para fazer o reinado de Deus  acontecer.

  O Professor Edwards Neves diz em sua teografia: Deus, no meu modo cristão de experimentar, é presença amorosa, libertadora e provocativa. Quando alguém lhe abre o coração, Ele entra e faz ali sua morada. Passa, então, de modo mais perceptivo, a impulsionar a pessoa, de dentro, em direção ao bem, à prática da justiça e ao cultivo do amor ao próximo, mas sem violentar a liberdade ou a autonomia. Esse impulso de Deus nasce da própria realidade que nos desafia, do testemunho de pessoas coerentes, do desejo de fazer o mundo ser melhor para todos... Esta é a pedagogia da presença amorosa de Deus. Sinto constantemente esta presença comigo. Ele é a Luz e a Força de que necessito e que me sustenta na busca diária de aprender a amar, aperfeiçoar-me e tornar-me pessoa humanamente melhor.

Sábias palavras!

            Concluindo, penso  que não tive um momento  em que sentisse ser chamada por Deus, pois  desde que entendo “por gente”, como dizia minha avó, sou chamada, motivada,
inspirada ,movida...por Ele. 

            Sou imensamente feliz por ser catequista !

                                                        Deus seja louvado, SEMPRE!




Recomece, sempre!


12 de novembro de 2012

Leia! Divulgue!


Papa Bento XVI e o YOUCAT

Pope Benedict with YOUCAT
Queridos amigos e jovens!
Hoje recomendo-vos ler um livro invulgar. É invulgar pelo seu conteúdo e também pelo modo como surgiu. Gostaria de vos contar um pouco sobre como este livro surgiu, porque logo ficará claro o que ele tem de especial.
Digamos que ele nasceu de uma outra obra, cuja génese remonta aos anos 80. Tanto para a Igreja como para a sociedade mundial era um tempo difícil, em que eram necessárias novas orientações para encontrar o caminho do futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e numa situação cultural alterada, muitos já não sabiam ao certo em que os cristãos realmente acreditavam, o que a Igreja ensinava e se ela, no fundo, podia ensinar algo, e como tudo isto se inseria numa cultura alterada pelas bases. Não foi o Cristianismo ultrapassado enquanto tal? Pode hoje ser-se crente com a razão? Estas eram questões que até os bons cristãos se colocavam.
O Papa João Paulo II tomou então uma resolução audaz. Decidiu que os bispos de todo o mundo deveriam escrever um livro em que pudessem apresentar tais respostas. Ele confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e fazer com que, dos seus contributos, surgisse um livro, um verdadeiro livro, não uma composição de diversos textos. Ele deveria ter o título antiquado de Catecismo da Igreja Católica, mas deveria ser totalmente excitante e novo. Deveria mostrar aquilo em que a Igreja Católica hoje crê e como se pode crer razoavelmente.
Fiquei assustado com essa missão. Tenho de confessar: duvidei de que isso fosse exequível. Pois como seria possível que autores espalhados por todo o mundo compusessem juntos um livro legível? Como poderiam pessoas que vivem em diferentes continentes, não apenas geográficos, mas também intelectuais e espirituais, conseguir juntas um texto que tivesse coesão interna e fosse compreensível em todos os continentes? Ocorreu também que estes bispos deveriam escrever não simplesmente como autores individuais, mas também em contacto com os seus irmãos no episcopado, com as Igrejas locais. Tenho de confessar: ainda hoje, continua a parecer-me um prodígio que esse plano tenha resultado.
Cerca de duas ou três vezes por ano, durante uma semana inteira, encontrávamos para discutir apaixonadamente cada uma das partes que entretanto iam crescendo. Sem dúvida, o primeiro passo foi determinar a estrutura do livro. Ele deveria ser simples, para que os vários grupos de autores, que nós fixamos, pudessem assumir tarefas claras e não tivessem de inserir à força as suas declarações num sistema complexo. Trata-se precisamente da estrutura que encontrais neste livro. É simplesmente retirada da experiência catequética secular: «Em que cremos», «Como celebramos os mistérios cristãos», «A vida em Cristo», «Como devemos orar». Não quero narrar agora como lentamente nos debatemos com a totalidade das questões, até finalmente daí surgir um verdadeiro livro. Numa tal obra pode-se naturalmente criticar algo ou até muito: tudo o que o ser humano faz é insuficiente e pode ser melhorado. Não obstante, é um grande livro: um testemunho da unidade na diversidade. De muitas vozes pôde constituir-se um coro comum, porque tínhamos a partitura comum da fé que a Igreja transmitiu desde os Apóstolos.
Por que conto tudo isto?
Tínhamos já tido em conta, durante a composição do livro, que não apenas os continentes e as culturas eram diversos, mas também que dentro das sociedades ainda existiam vários “continentes”: o operário pensa diferente do agricultor, o físico do filólogo, o empresário do jornalista, o jovem do sénior. Portanto, tínhamos de nos estabelecer, em termos de língua e de pensamento, acima de todas estas diferenças, isto é, procurar o espaço da “comunhão” entre os diferentes mundos do pensamento. Assim, tornamo-nos ainda mais conscientes de que o texto necessitava de “traduções” nos diferentes mundos vitais, para aí tocar as pessoas nos seus próprios pensamentos e questões.
Nas Jornadas Mundiais da Juventude que se seguiram – Roma, Toronto, Colônia, Sidney – encontraram-se jovens de todo o mundo. Eles desejam crer, procuram Deus, amam Cristo e querem um caminho de comunhão. Neste contexto, surgiu um pensamento: não deveríamos procurar traduzir o Catecismo da Igreja Católica na linguagem dos jovens, introduzindo as suas grandes afirmações no mundo dos jovens? É claro que também existem muitas diferenças na juventude mundial contemporânea.
Assim surgiu, sob a experiente orientação do arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, um “Youcat” para os jovens. Espero que muitos jovens se deixem fascinar por este livro.
Muitas pessoas me dizem: os jovens de hoje não se interessam por isso. Duvido de que isto seja verdade e estou certo do que digo. Os jovens de hoje não são tão superficiais como se diz deles. Eles querem saber realmente o que é a vida. Um romance policial é excitante porque nos insere no destino de outras pessoas, que também poderia ser o nosso. Este livro é cativante porque fala do nosso próprio destino, pelo que está profundamente próximo de cada um de nós.
Assim vos convido: estudai o catecismo! Este é o desejo do meu coração. 
Este catecismo não fala ao vosso gosto, nem vai pelo facilitismo. Na verdade, ele exige de vós uma vida nova. Ele apresenta-vos a mensagem do Evangelho como uma «pérola preciosa» (MT 13,46), pela qual se tem de dar tudo. Peço-vos, portanto: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Para isso, sacrificai tempo! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o enquanto casal se estiverdes a namorar, formai grupos de estudo e redes sociais, partilhai-o entre vós na Internet! Permanecei deste modo num diálogo sobre a vossa fé!
Tendes de saber em que credes. Tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em tecnologia domina o sistema funcional de um computador. Tendes de a compreender como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação. Precisais da ajuda divina para que a vossa fé não seque como uma gota de orvalho ao sol, para não sucumbirdes às aliciações do consumismo, para que o vosso amor não se afunde na pornografia, para não trairdes os fracos nem abandonardes os que foram vitimados.
Se, pois, cheios de zelo pretenderdes dedicar-vos ao estudo do catecismo, gostaria de vos dizer uma última coisa para a vossa caminhada: sabeis todos quão profundamente a comunhão dos crentes foi ferida nos últimos tempos pelo ataque do mal, com
a infiltração do pecado no íntimo da Igreja, isto é, no seu coração.
Não o tomeis como pretexto para fugir do rosto de Deus!
Vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Trazei à Igreja o fogo inestinguível do vosso amor sempre que o seu rosto for desfigurado! «Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos no espírito, servindo o Senhor!» (RM 12,11)
Quando Israel se encontrava na situação mais profunda da sua história, Deus não pediu ajuda aos grandes ou aos notáveis, mas a um jovem chamado Jeremias. Este pensou ter-se tratado de um exagero: «Ah, Senhor Deus! Não sei falar, porque ainda sou um menino.» (JR 1,6) Deus, porém, não ficou desconsertado:
«Não digas: Eu sou um menino! Porque irás a todos a quem Eu te enviar; e falarás tudo quanto te ordenar!» (JR 1,7)
Dou-vos a minha bênção e oro cada dia por todos vós.
Sign of Pope Benedict XVI

11 de novembro de 2012

Catequizando com arte

Catequizando com arte

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A HISTÓRIA DA CATEQUESE – parte II
Vamos continuar a falar sobre a história da catequese. Na primeira parte falamos sobre o que aconteceu após o Pentecostes e o início do catecumenato.
A partir mais ou menos do ano 500 em diante, podemos dizer que lá na Europa tudo foi aos poucos se tornando cristão: a família, o trabalho, o lazer... Afinal, a sociedade em peso passou a ser uma CRISTANDADE.
Apesar das perseguições e das mortes, o número dos cristãos ia aumentando cada vez mais no Império Romano. Então, lá pelos anos 313 depois de Cristo, o Imperador Constantino achou melhor acabar com as perseguições contra as comunidades. Ele mesmo passou a ser cristão, tornou-se amigo do Papa, doou terras à Igreja, concedeu plena liberdade de culto e até mandou construir belos templos.
De um lado foi bom, claro, mas de outro não. Vendo que o imperador concedia favores à Igreja, muita gente passou a ser cristão só por interesse, mas a vivência foi por água abaixo. Sabe por que os imperadores tinham tanto interesse em serem amigos da Igreja? O imperador era um chefe político e precisava do apoio do povo. E o povo queria ser cristão! Então, para os imperadores, o jeito era bancar os bons cristãos e manter a Igreja sob o seu controle.
Na noite de Natal do ano 800 o Imperador Carlos Magno fez questão de receber a coroa na Basílica de São Pedro, pelas mãos do Papa Leão III.
Durante o discurso ele teria falado o seguinte: “Eu, Carlos Magno, hoje me sinto rei e sacerdote, vigário de Cristo tal como o Papa. O Estado e a Igreja devem caminhar juntos. Eu, como imperador, prometo defender os interesses da Igreja... Para mim, a espada é uma arma tão cristã quanto a pregação...”
Que história é essa? Veja se pode! E o Imperador ainda acrescentou: “Quem se recusar a receber as águas do Batismo, receberá o ferro da espada”.
Foi mais ou menos deste jeito que todo mundo virou cristão. O que podemos gravar é o seguinte: A partir dos anos 800 em diante, o cristianismo tornou-se religião obrigatória em todos os países dominados por Carlos Magno. Então, foi toda uma sociedade que se tornou cristã, dando início a uma época que nós chamamos de CRISTANDADE.
E como ficou a catequese nisso tudo?
Os catecumenatos foram dispensados, porque eles achavam que não precisavam mais. Era como se as crianças, ao nascerem, já respirassem o cristianismo. Viviam e cresciam dentro dele. O povo vivia como que imerso, mergulhado dentro de um ambiente que era todo cristão.
Então nós hoje falamos que naquela época a CATEQUESE se fazia por um processo de IMERSÃO.
Em breve, continuaremos a contar essa história.

Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora de Nazaré
Joanésia-MG