As
preocupações históricas do homem, riqueza material, condição social e sabedoria
secular, não recebem nenhuma atenção.
Jesus
está claramente esboçando um reino que não é deste mundo (João 18:36 – O meu
reino não é deste mundo), um reino cujas fronteiras não passam através de
terras e cidades, mas através dos corações humanos (Lucas 17:20-24 – O reino
não virá de modo ostensivo... já está no meio de vós - “dentro de vós”).
Será
que estamos preparados para reconhecer o Reino dentro de nós? Somos capazes de
seguir para o reino através das pistas do Deus que habita em nós?
Hoje,
a história, na maior parte fruto de nossos grandes erros (pecamos e destituídos
estamos da graça de Deus) nos trouxe a uma situação de:
YES, We Can – Sim nós podemos.
Podemos tudo? De que forma?
Não
sou anti-Obama, sito a frase pra chamar sua atenção! “Minha esperança não está
depositada no homem”. Onde está nosso
tesouro? Na grande casa, no automóvel potente, na conta bancária, no poder
político?
Com
este sermão, Jesus está nos indicando um caminho oposto. O caminho que passa
primeiro pela palavra de Deus. As bem-aventuranças aqui não são fundamentos
atingíveis apenas por pessoas como Madre Teresa de Kalcutá, ou pelos ditos
santos... São fundamentos para todos nós, que somos Cristãos, seguidores de
Cristo. Seja lá sob qual forma de culto.
Nesta
celebração onde nos alegramos pelos 100 anos da EE Padre Café, tomo a liberdade
de salientar as três primeiras, das oito “recompensas” ou bem aventuranças:
1a) "Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o
reino dos céus.
Quem são os pobres de espírito?Os que colocam Deus em primeiro
lugar. Acima das questões materiais.
3a) "Bem aventurados os
que choram, porque serão consolados.
Chorar? A amiga que chora vendo novela e até os telejornais...
Chorar os pecados próprios e dos outros. Quando deixo a ira me dominar, quando
agrido, quando me deixo levar pela ambição. Quando me deixo levar pelo “sim eu
posso”, sem me atentar com o que preciso fazer para chegar ao objeto do desejo
2a)
"Bem
aventurados os mansos, porque possuirão
a terra.
Segundo Tomás de Aquino, Esta é a bem aventurança dos que vencem
o irascível.
Pois a virtude da mansidão exige que o homem controle o seu
irascível de acordo com a razão, sem se exceder na ira, e sem faltar com a ira
quando a injustiça exige reação.
Mansos não são
aqueles que não reagem, que não tem fibra, e que tudo agüentam passivamente.
Mansos são aqueles que controlam a ira, cumprindo o que disse São Paulo:
"Irritai-vos, mas não pequeis". Não se ponha o sol sobre vossa ira...
A mansidão não é uma passividade alienada. A mansidão é uma
virtude, e como tal, exige um esforço da vontade correspondendo à graça de
Deus. Pela virtude da mansidão o homem domina o seu irascível que tenta levá-lo
a impor sempre a sua própria vontade, ainda que de modo irracional. O iracundo
quer impor-se e dominar a todos, (yes i can) e, exatamente por isso, acaba por
não se impondo, mas produzindo revolta contra a sua tirania,
Provérbio chinês - "espada aguçada demais, perde o fio facilmente".
Temperamento de Crianças – buscar pela força – a aceitação das diferenças – da
vontade e do direito do outro.
O homem que possui a virtude da mansidão tem controle completo
de suas reações, ele é senhor de si mesmo.
O que se promete para os mansos?
Herdarão o que?
A palavra terra designa o homem, que foi feito de terra. (Somos
pó e ao pó tornaremos) Então o que Cristo promete nesta segunda bem
aventurança, é que possuirá a terra, ou seja: os mansos serão senhores de si
próprios. Dominarão a sua própria natureza, a sua alma e o seu corpo. Deste
modo, são os mansos aqueles que cumprem com o mandato divino a Adão:
"Dominai a terra" (Gen. I, 28).
Se consigo dominar meu corpo, evitando excessos de todas as
espécies, ele estará mais propício à saúde. Meu corpo estará em paz. Se consigo
dominar mina natureza pecadora, estarei na direção de Deus. Minha alma terá
paz!
Os iracundos -- que tem o vício oposto à virtude da mansidão --
buscam impor-se a todos e ao mundo todo. Querem dominar o mundo. Porém, como
não dominam sequer a sua própria ira, como não dominam a sua própria natureza,
mas a paixão da ira os escraviza, eles nada serão capazes de dominar nada.
Pelo contrário, são os mansos
que não querem se impor a ninguém por seu capricho, e não querem nada disputar
com ninguém, por interesse próprio, são eles que terão a maior autoridade e que
dominarão a terra e os homens.
E o dom do Espírito Santo que os ajuda a vencer-se e a dominar a
terra é o dom da Piedade, que faz interessar-se pelo respeito dos
direitos dos outros, especialmente quando os outros não tem como defender
aquilo a que tem direito.
José Datrino – o Gentileza – Estudantes retirando o cinza dos
muros, descobrindo desenhos e mensagens escritas: Gentileza gera
gentiliza. Só o amor constrói, o
capetalismo destrói...
A história de José Datrino – o manso, o pobre de espírito, o que
chora!
Quantos jardins podemos
plantar em nossa cidade, nos canteiros da nossa dor?
Quantas flores estamos
dispostos a oferecer para aqueles que não as vêm como o obra de Deus?
Quantos quadros negros
poderemos encher com os ensinamentos da esperança?
Quantos buracos das ruas
estamos dispostos a cobrir com a massa do compromisso pelo respeito às pessoas
que nos cercam?
Que Deus nos conceda
disposição e sabedoria para indicar, com atitudes,“o caminho que se deve
seguir” às crianças. Que esta disposição dure por muito mais que cem anos, mil
anos, a despeito de quaisquer dificuldades.
Evandro Alvarenga