Relatório de Rosilene Aparecida Silva Ávila
Após
o café, o grupo participou de um riquíssimo momento de espiritualidade, quando fomos todos convidados a ampliar os nossos olhares, a partir do texto de Lucas,
cap. 12, 22-29.
Uma
abertura a ser levada para as comunidades é o uso de poemas na oração. O poema
abaixo foi declamado após a reflexão da palavra:
Catequese e
Iniciação à vida Cristã
Professor: Padre Jean Paul
O
professor iniciou a aula com uma síntese da história da Catequese, partindo da
pergunta:
Como chegamos ao processo de
Iniciação Cristã ?
O documento 107 é herdeiro do doc
26 (Catequese Renovada), documento da CNBB de 1983 e que ao contrário do que
muitos pensam, não é um documento obsoleto. É preciso voltar à Catequese
Renovada para percebermos que tudo que vivemos hoje foi “profetizado” no doc
26. Existem tesouros a serem descobertos no Doc 26, como os conteúdos: a
verdade sobre Cristo, a verdade sobre a igreja e a verdade sobre o homem.A
Catequese Renovada é o documento brasileiro (da CNBB) mais traduzido para
outras línguas.
Continuando o caminho percorrido,
o professor explicou as inspirações que tornaram possível a Catequese Renovada,
que vem desde o Concílio Vaticano II. O
Dei Verbum diz que Deus se revela. Até então estava compreendido que
Deus revela verdades sobre si. E esta nova compreensão sobre Deus nos permite
então a tentar aprender a nos relacionar com Deus. Não é necessário decorar
verdades. O “Sagrado depósito da fé” não é um baú trancado a sete chaves e sim uma
realidade dinâmica. E não devemos pensar que é Deus que está mudando. Deus já
nos deu tudo. O mistério já foi todo revelado, mas nós é que ainda não o
compreendemos e esse processo é dinâmico. A nossa capacidade de compreensão é
que limita a revelação do mistério. Não que tenha sido revelado aos poucos, e
sim que nós temos capacidade limitada de compreensão.
Segundo o pensador Zigmund Bauman,
vivemos num mundo líquido. É normal que procuremos na doutrina um ponto sólido
para nos apoiarmos, nos sentirmos seguros. Porém, devemos saber que a doutrina
não deve ser rígida, pesada, caso contrário, afundaremos juntos com ela
(lembrando da analogia entre líquido e sólido). A doutrina é dinâmica. Responde às necessidades do nosso tempo.
Fechando esta parte da aula,
concluiu-se que o Doc 107 é herdeiro da Catequese renovada. É um novo que não
elimina o velho.
Após a explanação rica em
conhecimento e leveza, passou-se então ao estudo do texto Cristãos Maduros na
fé para um mundo em contínua mudança, do Padre Vanildo de Paiva. Abaixo seguem
links, onde podem ser encontrados o texto e o currículo do autor.
O estudo do texto foi feito de
maneira leve, dinâmica e divertida. Foi falado sobre a urgência de um projeto
sólido na iniciação cristã, concluindo que muitos cristãos foram batizados, mas
não são batizados, devendo
ser (re) iniciados na fé.
O que é Iniciação?
A iniciação é diferente de
Educação. Não se admite a teoria separada da prática. Muitas vezes a nossa
catequese é uma escola de natação sem piscina. Para refletir: Como se ensina
alguém a nadar? Como se ensina alguém a abraçar? Na iniciação, ensina-se a ser
cristão sendo. Só pode iniciar alguém, quem já foi iniciado. É o caminho do
“Vinde e vede” e não do “este é o endereço”. Saber o caminho é mais importante
que saber o endereço. Só pode dizer “Vinde e vede” quem já fez o caminho.
Estamos sendo chamados a fazer experiências. É preciso que nos libertemos do
que achamos que sabemos.
Como iniciar Mistagogicamente?
A palavra Mistagogia' é composta de duas partes: ‘mist' +‘agogia'.
‘Mist' vem de ‘mistério' e ‘agogia' tem a ver com ‘conduzir', ‘guiar'... Podemos
traduzir: a ação de guiar para dentro do mistério: Conduzir pela mão.
A partir daí passa-se a discutir sobre a
inspiração catecumenal, onde os grupos dramatizaram os elementos a serem
observados neste caminho:
a) Passagem de uma catequese sacramentalizadora
para uma catequese evangelizadora
b) Cristo como centro de referência da catequese;
c) O papel fundamental da comunidade cristã;
d) A interação Catequese-liturgia
e) O acompanhamento personalizado;
f) Evangelização do indivíduo e por ele da
família;
g) Catequese a partir da vida para a vida
h) Processo gradual e permanente;
i) O lugar essencial da Palavra de Deus;
j) A unidade teológica dos Sacramentos de
Iniciação Cristã;
k) Compromisso sócio transformador;
l) Educação para o Ecumenismo e para o Diálogo
Religioso;
CATEQUESE E LITURGIA - noite
Padre Vanildo de Paiva
-
Celebração do ofício da luz, de maneira leve, organizada, tranquila, onde os
ritos e simbologias foram respeitados.
Em
seguida, momento informativo de grande riqueza sobre a importância da liturgia
na catequese e da catequese na liturgia. Vale aqui a indicação do livro
Catequese e Liturgia, do próprio padre Vanildo.
Rosilene Aparecida Ávila
Fotos de Gláucia e Valmir.
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