Os dias litúrgicos
No artigo anterior, falávamos
sobre o Ano litúrgico de modo geral e a diferença entre o Ano Litúrgico e o Ano
Civil. Nesse novo artigo, queremos ressaltar os dias consagrados a Deus, dentro
da dinâmica do Ano Litúrgico.
No decorrer do Ano litúrgico a
Santa Igreja, a cada dia, comemora-se a obra salvífica de Jesus Cristo, nossa
Páscoa. Cada semana, no dia chamado “Domingo”, ou “Dia do Senhor”,
recordamos a Ressurreição de Cristo, que se celebra também uma vez por ano, com
a bem aventurada Paixão, na solenidade máxima da Páscoa.
O Ano Litúrgico é formado por
diversos tempos, a saber: Tempo do Advento, Tempo do Natal, Tempo Comum, Tempo
da Quaresma, (Tríduo Pascal - Coração do Ano Litúrgico), e Tempo Pascal. Dentro
desses tempos, temos as Solenidades, Memórias Obrigatórias, Memórias
Facultativas, os Santos, os fiéis Falecidos e outras celebrações para diversas
circunstâncias.
Mas a pergunta é: O que é, e
quais são os dias litúrgicos?
A Igreja, na verdade nos ensina
que todos os dias, são santificados pela celebração litúrgica do povo de Deus,
principalmente pelo sacrifício Eucarístico e pelo Ofício Divino. O Domingo,
primeiro dia de cada semana, por tradição dos apóstolos, que tem origem no
próprio dia da Ressurreição de Jesus, celebra o mistério pascal. Por isso, é o
dia principal, de cada semana, dia festa; é o dia em celebramos nossa pascoa
semanal.
O Domingo tem a excelência, e
só sede espaço para algumas celebrações, como solenidades, e festas dedicadas
ao Senhor. Contudo, os domingos do Advento, Quaresma e da Páscoa gozam dessa
precedência, sobre as outras festas e solenidades. Algumas festas e solenidades
que ocorrem nesse tempo, são antecipadas, outras pela importância para a igreja
são mantidas no dia próprio, com ofício próprio. Por exemplo, (Imaculada
Conceição no Tempo Advento, São José, no tempo da Quaresma), já a (Solenidade
da Anunciação do Senhor no Tempo da Quaresma), por exemplo; é transferida ou caso
contrário, por determinação da conferência episcopal de cada país, segue outro
cronograma. Mas o Domingo exclui por
natureza a fixação definitiva de qualquer outra celebração. A precedência é do
domingo.
As solenidades, festas e
memórias, também tem sua organização de precedência. Celebrando o mistério de
Cristo, a Igreja, venera com particular amor, a Virgem Maria, e propõe aos
fiéis as memórias dos mártires e outros Santos. Os santos de importância
universal são celebrados em toda a igreja, são celebrações chamadas de “Memória
Obrigatória”, os outros santos, são celebrados de acordo com a designação de
cada país, continente ou igreja local, ficando facultativo (opcional) em outras
regiões ou países.
As celebrações caracterizadas “Solenidades”,
são de primeiro grau na igreja e são enriquecidas por Primeiras Vésperas na
Liturgia das Horas, algumas, ainda, tem até uma vigília e missa vespertina,
como é o caso do Natal, Pentecostes, Assunção. Há ainda algumas que carregam em
si características bem particulares, como é o caso das duas maiores solenidades
do Ano Litúrgico, Páscoa e Natal, seguem por uma oitava. Celebra-se oito dias
como se fosse um único dia, e seguem leis próprias no calendário litúrgico.
Há um costume de celebrar Nossa
Senhora, constantemente. Sendo assim, nos Sábados do Tempo Comum, não tendo
solenidade ou celebração obrigatória, pode-se celebrar a memória facultativa da
Santa Virgem Maria. O sábado por tradição é dedicado a ela. Já os dias de
semana, seguem o domingo e são celebrados segundo a sua importância própria.
A Quarta Feira de Cinzas, e os
dias da Semana Santa, de segunda a quinta, tem a preferência. Os dias de semana
do advento de 17 a 24 de dezembro, inclusive os dias de semana da Quaresma tem preferência
e são memórias obrigatórias.
Como conclusão podemos ficar
assim, entendidos, que todos os dias são litúrgicos, cada dia com sua
celebração; santificando assim, o povo de Deus, e o conduzindo à páscoa plena,
a partir da caminhada na páscoa semanal, plenificada no dia do Senhor, o
Domingo.
Michel Hoguinele
hoguinelle@hotmail.com
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