PSICOLOGIA
DA CRIANÇA – parte III
ADOLESCÊNCIA
– 12 ANOS OU MAIS
"A Igreja vê os Adolescentes como
"esperança", mas, por outro lado também os sente como um grande
desafio para o futuro da própria Igreja." (DGC 182)
Nesta última parte desse tema sobre a psicologia na
catequese chegamos na idade que eu particularmente acho mais desafiadora, a
adolescência. É um tempo de dúvidas, crises, críticas, onde não podemos impor a
prática religiosa e sim conduzi-los a essa prática, para isso nós catequistas
devemos ouvi-los para assim darmos os devidos rumos necessários para o contato
com Deus. Lembro-me que às vezes nos encontros, tudo que eu havia preparado ficava
de lado quando um assunto relacionado à escola, família ou televisão era levado
pelos meus crismandos, acho importante no começo dos encontros questioná-los
sobre como está indo a vida em família, na escola e na sociedade e o que eles
estão habituados a ver na televisão e assim conduzir todos os assuntos para a
vivência que Deus exige de nós. Vamos meditar sobre eles:
Características:
Busque conhecer pessoalmente o que é adolescência e o adolescente. Isto porque,
é uma idade em que tanto o menino quanto a menina está em busca de assumir uma
personalidade pessoal, descobrir sua identidade, sua
liberdade, o amor, participação, esperança e a realização pessoal. Na busca de
construir sua personalidade procura identificar-se com pessoas que construíram
sua personalidade e se realizaram na vida. Gosta de seguir a moda, cria ídolos,
gosta de heróis atuais da TV e dos filmes, cantores de celebridade instantânea
e das redes sociais criadas pela internet. Os catequistas devem trabalhar com a
“pedagogia do herói” e procurar apresentar Jesus Cristo como modelo de vida. É
uma fase de vida que pode ser chamada de idade das transformações, das mudanças
e das indecisões.
Revolução
física: O seu corpo que desenvolvia harmonicamente durante a infância,
agora entra em “revolução”, com mudança geral. É um desconforto e insatisfação
total e geral. Daí vem as crises, problemas, dúvidas religiosas, conflitos,
mudança de religião, revoltas, desperta para os vícios, a masturbação, o fumo,
o álcool. O seu EU, está em conflito. Começa então a questionar, a criticar até
mesmo as práticas religiosas. Aprende que Deus é bom, criou tudo por amor, mas
agora não entende porque existe o mal. Vive fazendo perguntas, mas as respostas
eles não as encontram dentro de si. A catequese para eles é muito importante
como formação e orientação, ajuda a organizar sua vida, o seu mundo interior
que se encontra desorganizado, desde que se disponham a receber os
ensinamentos.
Gosto pela
vida em grupo: a espiritualidade está fundamentada na amizade. No grupo
encontra compreensão, confiança, estima de que tanto precisa. As amizades que
faz nem sempre são verdadeiras e objetivas, por serem ainda bastante
egocêntricos. Um dos perigos da catequese é o catequista cair no
sentimentalismo com os adolescentes, as festas de oba-oba, o que às vezes
acontece com grupos de perseverança e grupos de jovens, que não perseveram,
devido às festividades e falta de boa formação dos catequistas, sobretudo num
planejamento bem concreto e fundamentado de critérios.
Necessidade
de auto afirmar-se: Outra característica marcante no adolescente é a autoafirmação,
que é uma tentativa de afirmar-se que ele construiu sua personalidade, quer
tornar-se independente e dirigir sua própria vida. Não gosta de ser tratado
como criança. Recusa toda lei imposta de fora. O adolescente quando criança
tinha sua segurança em seus pais, agora ele busca sua segurança, não mais fora,
mas nele mesmo. Por isso se apoia mais em suas próprias opiniões do que nas dos
outros. É importante ouvir suas decisões e respeita-los na sua liberdade de
escolha e opinião e orientá-los.
A descoberta
do outro no amor: é uma idade em que Deus, pelas leis da natureza, põe no
corpo e no coração, um apelo profundo para o outro corpo, um outro coração. É
uma descoberta do mundo do coração que se manifesta nas primeiras experiências
de “namoro”. Essa necessidade é um apelo do presente para preparar o futuro. A
espera é um tempo concedido para aprender a amar. A orientação dos pais e
catequistas é indispensável para o adolescente, para que ele possa viver seu
amor de forma adequada e transparente, com segurança e maturidade.
Está em
contínua busca com ele mesmo: não se deve impedir sua vida que está
desabrochando. Devemos caminhar em contínua busca do novo junto com eles.
Ajuda-lo a descobrir e viver a fé. Sustentando-o, tornando-o confiante e acreditando
nele, apesar dos insucessos. Educar a liberdade nascente, ajudando-o na busca
de sua personalidade cristã. A catequese não deve se opor à expansão dessa
liberdade nascente. Deve proporcionar-lhe descobertas em vez de impor, pois
verdade, para ele é aquilo que ele descobriu e não o que os outros dizem.
Idealista,
amante das emoções, inseguro, contador de vantagens: Tanto os meninos
quanto as meninas gostam de ter emoções fortes, sentimentos diferentes. Sentem
necessidade de se realizar, de crescer, desenvolver-se no campo da inteligência
e experiência sensível. Sentem-se inseguros diante de seus conflitos psíquicos
e não sabem como conduzir seus impulsos físicos recém-despertados. Procuram em
Deus esse apoio, devido à crise existencial que está, vivendo numa
religiosidade muito pessoal e íntima, devido a sua situação afetiva. A grande insistência
na vida do adolescente é a necessidade de amar e ser amado. Se ele não puder
expressar seu amor, se não for amado, compreendido e se for ainda desprezado,
ele pode transferir seu amor para os vícios, devido sua carência e
incompreensão, correndo o risco até mesmo de se despersonalizar. Quando o peso
da responsabilidade o oprime, não tendo ainda treinamento da vontade, sente
vontade de voltar à infância (idade das mil maravilhas). Desanima, rebela-se,
revolta-se ou então se desliga por completo do meio familiar e vai buscar
complementação na rua e nos estranhos.
Conclusão
final
Como catequistas, é nosso dever missionário fazer
ressoar com renovado ardor a palavra de Deus na evangelização, construindo um
mundo novo, cheio de justiça, fraternidade e amor, pois as crianças e jovens
serão o futuro da nossa Igreja. Busquemos ser bons catequistas, renovados,
tendo como primeira missão, realizar o esforço do viver e pensar
equilibradamente a fé. Respeitando a mentalidade do nosso povo com suas
diversidades culturais tornando Jesus Cristo presente com sua ação salvadora e
transformadora no hoje e agora, pois ele é o Senhor da história, do destino e
do equilíbrio psíquico da humanidade.
Roberto
Magno
Comunidade
Nossa Senhora de Nazaré
Joanésia
- MG
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