Guanhães, 24 de Julho de 2.017
Caros irmãos Padres, Seminaristas, Religiosas, Consagradas, Catequistas, Coordenadores de Catequese, Coordenadores de Comunidades, Pais e Padrinhos, Agentes de Pastoral!
Saudações em Cristo!
Com o objetivo de ajudar as nossas comunidades a preparar e celebrar bem o Sacramento da Confirmação venho, pela presente Circular, resgatar algumas Orientações do Diretório diocesano do ano de 2.011, da nossa Diocese, e apresentar outras, tendo em vista o que temos constatado em algumas Comunidades Paroquiais.
Certamente, fundamentações bíblica e teológica, eclesial e muitas outras Orientações, ainda em estudo, aparecerão no Diretório Diocesano dos Sacramentos.
O Sacramento da Crisma deve ser vivido e celebrado com profundidade missionária, de modo que no dia da Celebração, o jovem ou o adulto crismado receba convictamente a Confirmação da infusão do Espírito Santo com todos os seus dons, através da imposição das mãos, da unção e do sinal da Cruz, reassumindo a sua vocação para a santidade e para a evangelização.
Nos encontros de preparação os crismandos devem tomar conhecimento do Rito da Crisma para que participem ativamente da Celebração, tornando desnecessárias as muitas explicações durante a liturgia. Realize-se um ensaio prévio da celebração, de modo que a mesma se desenvolva com a devida organização e decoro litúrgico.
O Sacramento da Confirmação seja ministrado nas respectivas paróquias, seja na matriz, seja em comunidades (capelas) distante da sede, com a participação da comunidade.
Em caso de grande número de crismandos, combine-se com o Bispo para se fazer em duas ou mais celebrações.
Convém que a Missa da Crisma, quando forem numerosos os crismandos, seja em horário não coincidente com os horários normais das Missas dominicais.
Para crismar alguém de outra paróquia, peça-se a transferência a ser dada pelo Pároco ou Administrador Paroquial de origem.
Cuidar para que a Celebração da Crisma seja bela, piedosa e cuidadosamente preparada e realizada com simplicidade, sem exageros que desvalorizem o rito, fazendo parecer formatura ou mero evento social.
Entrada: Evite-se a espera dos crismandos, em fila, fora da igreja. As filas podem ter um grande inconveniente: ficam conversando, desconcentrados, além de obrigá-los, crismandos e padrinhos, a ficarem muito tempo em pé, por vezes no sol ou no frio! Portanto, que entrem antes, e assentem-se nos bancos ao lado dos seus padrinhos. A experiência tem-nos mostrado que estando nos bancos, ficam mais tranqüilos, mais concentrados.
Sem entrada da Bíblia, encenações, danças e coreografias, arranjos com pão, vinho, trigo e uva; e não há a necessidade de se fazer a procissão das oferendas e o uso do turíbulo (incenso). É bom recordar que o Regional já deu orientações sobre tudo isso!
Após a proclamação do Evangelho, estando todos sentados, o Padre, ou um diácono, ou mesmo um catequista faz a apresentação dos crismandos (Cf. Pontifical Romano, nº 21) convidando-os a ficarem de pé. Em seguida diz: “Senhor Bispo, estes são os nossos irmãos e irmãs que percorreram um caminho de formação na vida cristã e desejam, hoje, receber o Sacramento da Crisma”. Se preferir, pode-se falar espontaneamente, desde que seja objetivo.
Fila no momento da unção: A fila no momento da unção poderá ser única ou dupla; o importante é que os crismandos saiam aos poucos dos bancos. É necessário que se organize bem a fila de tal modo que não haja muito espaço entre o que está sendo ungido e o que vem em seguida. Durante a unção, os demais crismandos e padrinhos deverão ficar sentados.
Na fila, no momento da Unção, ao se aproximar do Bispo, o padrinho ou madrinha, atrás do crismando e colocando a mão direita sobre o ombro dele (a), diz seu nome (o nome do crismando) ao bispo, como que apresentando o seu afilhado (a) para ser Confirmado na Fé. Se preferir, o próprio crismando pode se apresentar dizendo o seu nome.
Crachás: Não obstante a orientação anterior, recomenda-se o uso de crachás, pois muitos não dizem o nome, ficam tímidos, ou falam muito baixo, não dando para entender! Por isso mesmo que o nome seja escrito bem legível!
Muitos padrinhos gostam de abraçar o seu afilhado (a) após a unção. Isso é muito bonito e significativo, porém, que esse abraço seja dado fora da fila.
Cantos: Sejam Conhecidos para que possam ser cantados por todos! Durante a Unção o canto deve ser em honra ao Espíritio Santo e bem baixo para não interferir no diálogo entre o Bispo e o Crismando. Pode-se fazer um solo, ou um fundo musical, ou simplesmente silêncio. Os cantos e, mais ainda os instrumentos que os acompanham sejam suaves.
Após a Unção do último crismando, enquanto o Bispo lava as mãos pode-se cantar um refrão do Espírito Santo.
Cuidar para que as celebrações não sejam demoradas! Nada de entradas com as luzes apagadas, projeções de imagens com data show, homenagens, mensagens, entrega de presentes, nem por parte dos crismandos, nem dos catequistas, nem do Padre; nada de comentários longos, discursos, acender e apagar luzes, orientações excessivas, “melosidades” totalmente dispensáveis!. Repito: Não é formatura ou um mero evento social! O excesso de criatividade “rouba” o essencial! A Liturgia, por si só, já tem a sua beleza e a sua grandeza! Devemos nos preocupar em fazer bem feito o que as orientações litúrgicas nos apresentam! Palavras de gratidão dirigidas aos catequistas e crismados podem e devem ser feitas pelo Padre e pelo Bispo! Nós, ministros ordenados, é que devemos agradecer e reconhecer o esforço, a dedicação e o trabalho de tantos Agentes!
Fotógrafos e Filmadores: Pode-se permitir o trabalho de fotógrafos e filmadores para que os crismandos tenham uma recordação deste dia tão importante em sua vida. Todavia, devem ser orientados para não fotografarem durante a homilia, durante a invocação do Espírito Santo, durante a Oração Eucarística e durante a Comunhão para não distrair as pessoas. Tenham os fotógrafos e filmadores atitudes que não atrapalhem a celebração nem desviem a atenção dos crismandos e da comunidade. Hoje, com um celular na mão, todos são fotógrafos! Por isso requer muita orientação prévia. E que ninguém suba ao presbitério para fotografar durante a celebração. Discrição e prudência são palavras chave! Após a bênção final, cada catequista com o seu grupo poderá dirigir-se ao presbitério para tirar a fotografia com Bispo e o Padre. Fotografias com o Bispo somente por GRUPO de crismados!
Se a celebração da Crisma ocorrer no Domingo, observar a liturgia própria do Tempo (Advento, Comum, Quaresma, Pascal): orações, leituras, cantos, cor dos paramentos litúrgicos, etc.
Se ocorrer em dia de semana, escolher a Missa Própria, segundo proposta do Ritual para o sacramento da Confirmação. A cor litúrgica será vermelha.
A equipe de liturgia e a de canto participem da preparação da Missa da Crisma.
O Comentarista ou animador, os leitores e o salmista da Missa da Crisma sejam os que fazem parte da equipe paroquial de proclamadores da Palavra. Tem se percebido que em alguns lugares a proclamação das leituras tem sido feita por crismandos, que não estão habituados a fazê-la, e por isso fazem mal. É sempre bom lembrar que a Palavra é proclamada e não simplesmente lida. E todos devem ouvi-la claramente, sem defeitos ou ruídos, seja técnica ou por dificuldades de quem a proclama. Leve-se em conta, principalmente, a capacidade dos escolhidos de saber proclamar adequadamente a Palavra de Deus.
O Círio Pascal esteja aceso junto à mesa da Palavra ou Ambão desde o início da celebração. Nele os crismandos acenderão suas velas no momento oportuno. O Círio Pascal e o Santo Crisma podem ser levados na procissão de entrada. Atenção: O Santo Crisma é o Óleo; a Crisma é o Sacramento.
Lembranças da Crisma: Se as lembranças da Crisma precisam de assinatura, sejam levadas à Cúria, alguns dias antes do dia da celebração.
Sugere-se que as Lembranças ou Certificados não sejam entregues ao final da celebração. Os crismandos sejam convidados a um encontro com seus catequistas, ocasião em que poderá ser entregue o “Certificado” e incentivados a integrarem-se nas pastorais da comunidade.
No livro da Crisma, a ser conservado no arquivo paroquial, anotem-se os nomes dos confirmados, mencionando-se também o nome do celebrante da Crisma, dos pais e padrinho ou madrinha, do lugar e o dia da celebração da Confirmação.
Padrinhos e Madrinhas: Não são meros elementos decorativos na Crisma. Através da história da Igreja tem-se valorizado muito a sua presença. Na vida dos seus afilhados devem ser amigos e companheiros.
Aconselha-se que logo no início dos encontros de formação os catequistas já dêem orientações a respeito da escolha dos padrinhos; e para isso, esclarecer a sua importância na vida de cada um deles.
Aconselha-se também, que no início dos encontros os crismandos sejam informados e esclarecidos a respeito dos devidos gastos que cada um terá pela ocasião da Crisma (vela, lembrança, camiseta, espórtula, material de catequese). Estejam atentos aos casos de crismandos de completa carência. A comunidade paroquial deve assumir estas situações, lembrando, inclusive da dimensão social do dízimo. Não preciso dizer que este é um assunto delicado!Todavia, se gasta tanto com supérfluos, com situações e diversões, às vezes nada cristãs, e se reclama quando possíveis gastos são apresentados pela Igreja. É imprescindível dizer que o Sacramento não tem preço! Seu valor é incomensurável! Não tem como precisar!
Conscientes disso, os (as) crismandos (as) devem entregar na secretaria da paróquia a oferta estabelecida pela Diocese de Guanhães.
Escolha os crismandos os seus padrinhos ou madrinhas integrados à comunidade e comprometidos com o projeto de Jesus, tendo por critério de sua escolha não interesses menores ou sentimentais; mas razões de ordem religiosa, fé e espiritualidade.
É aconselhável que os padrinhos sejam os mesmos do batismo, que testemunhem sua fé e participem da vida da comunidade, e tenha condições de apresentar o candidato (a) à Comunidade e ao Bispo, e que cuide para que o crismando se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes ao Sacramento da Confirmação.
Eles devem ter a idade mínima de 18 anos e maturidade para o compromisso que irão assumir. Devem ser batizados, confirmados, atuantes na comunidade; cristão comprometido na sociedade, e ter feito a Primeira Eucaristia. Podem ser solteiros, e basta uma única pessoa. Não se exige que sejam do mesmo sexo do (a) crismando(a).
Eles não podem ter sofrido nenhuma pena canônica. Que não estejam em situação irregular com as normas da Igreja(Espíritas; pessoas de outra religião; amasiados; divorciados, casados apenas no civil) (Cân. 874)
Não podem ser padrinhos os pais, esposo (a), noivo (a), Namorado (a) e os não católicos.
Nos casos difíceis, que se preserve tanto a dimensão objetiva dos Sacramentos como o bem maior da comunidade eclesial, tendo sempre como referência a misericórdia divina.
Crismandos, padrinhos ou madrinhas estejam decentemente vestidos para a celebração. Por isso, aconselha-se à equipe de catequese dos crismandos que se confeccionem camisetas com motivos simbólicos deste Sacramento.Valorizamos o costume das Camisetas Padronizadas e ou Personalizadas.
A proposta do engajamento ou estágio pastoral (conforme orientações do Pároco e do Conselho de Pastoral Paroquial) é um despertar à vida comunitária, onde se vive e se testemunha toda formação e orientação recebida, de acordo com as orientações da equipe diocesana e o Diretório Diocesano de Catequese ainda em construção.
Convém que os jovens crismados participem das atividades desenvolvidas pelo Setor Juventude da Paróquia. Onde não houver, criem-se grupos de jovens com encontros semanais de espiritualidade e oração, formação humano-cristã, envolvimento social e missionário, além de atividades recreativas.
Se os crismados forem adultos, sejam apresentadas as necessidades pastorais da comunidade e sejam incentivados a ingressar no serviço pastoral; haja, contudo, da parte da coordenação e de seus membros uma acolhida a esse novo integrante e zelosamente seu acompanhamento pessoal.
Nas paróquias em que se têm desenvolvido um serviço missionário, seja dado aos crismados a oportunidade de passar por outras experiências querigmáticas (At 2, 38-41), de engajamento missionário e vivência em pequena comunidade de jovens ou de adultos (At 2, 42-47).
Por fim, peço que esta circular, orientada pelo Pároco ou pelo Administrador Paroquial, chegue ao conhecimento de todos que de direito, especialmente catequistas, crismandos, pais e padrinhos.
Grato pelo esforço e dedicação de todos, suplico abundantes graças e bênçãos do Bom Deus!
Dom Jeremias Antonio de Jesus
Bispo Diocesano
“Fiat Voluntas Tua”
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