Realiza-se em Maria a situação final prometida a toda humanidade: “ser um dia de Deus e para Deus”; Maria o é desde o início (imaculada) até o final (assunção), através de uma fidelidade servidora de toda sua vida.
Em Maria resplandece o projeto divino sobre a criatura humana: a dignidade do ser humano aparece plenamente iluminada neste destino supremo já realizado na Virgem Maria. Ela deixou-se envolver pelo Espírito – assumida e transformada – no seio da Trindade Vida.
A Assunção não é um privilégio excepcional de Maria, mas a imagem de nosso próprio destino. Crer na Assunção alimenta a esperança; por isso Maria é o ícone da esperança. Como disse Pio XII ao proclamar o dogma da Assunção: “o essencial da mensagem é reavivar a esperança na própria ressurreição”, ou seja, em sermos assumidos inteiramente no seio do Mistério original de toda vida. Por isso, a festa da Assunção é nossa festa, pois fala de uma fidelidade duradoura, de um além que se faz sempre mais próximo e presente, de uma vida ainda a caminho da plenitude; enfim, antecipação do destino último de nossa vida.
Nesse sentido, o cântico de Maria é um resumo de todas as esperanças de Israel e, ao mesmo tempo, uma expressão condensada da fé, da esperança e do amor da Igreja, o novo Povo de Deus. Maria canta agora a realização das esperas e das esperanças cantadas, nas horas de júbilo e nas horas de pranto, pelo povo de Israel. A esperança se realiza no encontro, que impele a sair, a caminhar, a ir ao encontro, narrar aos outros o fogo que se acendeu por dentro. As promessas do Magnificat não são uma utopia nebulosa. Elas estão fundamentadas na esperança-certeza da fidelidade amorosa de Deus.
Pe. Adroaldo Palaoro sj
Coordenador do Centro de Espiritualidade Inaciana
14.08.2012
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