8 de janeiro de 2013

Psicologia da Criança - Parte I



O assunto que pretendo tratar a seguir não é um estudo sistemático sobre psicologia da criança e sim uma simples orientação para os catequistas no seu trabalho de evangelização. A intenção é apontar algumas sugestões que facilite conhecer a si próprio e aos outros, fazendo uma interação da fé com a vida.
Terei que dividir esse assunto no mínimo em três partes, para não ficar pesado para leitura e para podermos meditar com tranquilidade sobre nossas crianças.
Toda criança com o qual convivemos hoje, ou vamos conviver um dia, é fruto de tudo que ela recebeu no passado. Cada criança tem a sua maneira de ser especificamente, devido às diversas maneiras de criação pelos pais. O ambiente, a situação socioeconômica em que vive pode mudar o seu comportamento e sua vida.
Para o catequista, é necessário saber entender na medida do possível, certas exigências que a catequese nos faz. Jamais poderemos compreender bem os homens, sem primeiro entender as crianças. Para transmitirmos o conteúdo da catequese a fim de que a criança possa entender, assimilar e vivenciar devemos conhecer suas características, aspirações, exigências e o comportamento em cada fase de seu desenvolvimento para que a forma de catequisar seja adequada.
7 a 9 anos
CARACTERÍSTICAS: As crianças dessa idade gostam de admirar as coisas, portanto é uma fase em que os pais e catequistas devem levá-las a admirar o mundo que as cerca. São curiosas e gostam de desenhar a natureza, contemplar a beleza e rejeitam os que lhes agrada. É importante incentivar a criança fazendo com que ela desenvolva suas qualidades, seus dons, valorizando qualquer trabalho feito por ela, porque eles são a expressão do seu mundo. Nunca dizer que está mal feito. Encontramos às vezes crianças difíceis que querem ser o centro das atenções tanto dos pais como dos catequistas, é importante repreendê-las, educando-as para a responsabilidade.
INÍCIO DA IDADE DA RAZÃO: Nessa idade ela torna-se mais consciente de suas responsabilidades e já faz o discernimento entre o bem e o mal porque ela já começa a formar conceitos e construir pensamentos.
A CRIANÇA TEM UM RITMO LENTO E MEDITATIVO: A criança necessita de tempo para olhar, pensar, assimilar, memorizar e executar qualquer ação. Ela gosta de cantar e repetir diversas vezes a mesma canção, como também de ver e rever o que lhe é mostrado. Quando mostramos um cartaz para os nossos catequizandos precisamos ter paciência e dar a eles tempo para não só ver o cartaz, mas principalmente observá-lo bem.
É A IDADE DOS “POR QUÊS”: As crianças dessa idade questionam tudo, desejam saber o porquê e o como das coisas. Nesta fase ela começa a raciocinar, porém não consegue ainda entender as ideias abstratas, sendo necessário explicar-lhes os sentimentos alheios. Questionam o porquê de Jesus ter vindo ao mundo.
DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA MORAL: A criança vai se tornando capaz de distinguir o bem do mal, o certo do errado. Ela já começa a entender o seu SIM ou o seu NÃO a Deus. É o nascimento da liberdade. A criança começa a ser capaz de dizer por si mesma: isto é bom, isto é mal, gosto disso, não gosto daquilo, e através deste discernimento começa ser responsável por seus atos. Nesta idade, a criança torna-se mais retraída, tem pudor, tem segredos, gosta de mentir, relaciona e quer saber o porquê das ordens recebidas.
AVIDEZ DO SABER: Com o enriquecimento do vocabulário, a criança é despertada para ser criativa. Quer ler e saber tudo, mostrar a todos que sabe ler. Os pais e catequistas devem aproveitar e muito esse momento para incentivar a leitura.
IDADE DAS RELAÇÕES PESSOAIS: Nesta fase a criança percebe que faz parte de grupos diferentes como a escola, a família e de pessoas que moram numa mesma rua ou bairro. Ela começa a ter um maior contato com pessoas fora de seu círculo familiar, como ela é muitas vezes sugestionada deixar-se influenciar pelos outros. Parte para experiências concretas; desenvolve o lado físico e emocional; apresenta reações violentas, mas de curta duração. Fica arrependida quando agride alguém em suas briguinhas.
ATIVIDADES DOS CATEQUISTAS E DOS PAIS: Devem ensinar o que é consciência e que Deus nos fala por meio dela. Mostrar à criança porque é importante dizer sim à Deus, mostrar a ela que Deus nos ama e nos chama para o bem. Deve-se criar uma relação de amizade para que a criança sinta que é amada e devemos aproveitar suas energias. Procure ser amigo e com carinho e paciência canalize as agressividades da criança para o bem e para Deus.

Em breve parte II – 9 a 12 anos.

Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora de Nazaré
Joanésia-MG

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