O assunto que pretendo tratar a seguir não é um estudo sistemático
sobre psicologia da criança e sim uma simples orientação para os catequistas no
seu trabalho de evangelização. A intenção é apontar algumas sugestões que
facilite conhecer a si próprio e aos outros, fazendo uma interação da fé com a
vida.
Terei que dividir esse assunto no mínimo em três partes, para não
ficar pesado para leitura e para podermos meditar com tranquilidade sobre
nossas crianças.
Toda criança com o qual convivemos hoje, ou vamos conviver um dia, é
fruto de tudo que ela recebeu no passado. Cada criança tem a sua maneira de ser
especificamente, devido às diversas maneiras de criação pelos pais. O ambiente,
a situação socioeconômica em que vive pode mudar o seu comportamento e sua
vida.
Para o catequista, é necessário saber entender na medida do possível,
certas exigências que a catequese nos faz. Jamais poderemos compreender bem os
homens, sem primeiro entender as crianças. Para transmitirmos o conteúdo da
catequese a fim de que a criança possa entender, assimilar e vivenciar devemos
conhecer suas características, aspirações, exigências e o comportamento em cada
fase de seu desenvolvimento para que a forma de catequisar seja adequada.
7 a 9 anos
CARACTERÍSTICAS:
As crianças dessa idade gostam de admirar as coisas, portanto é uma fase em que
os pais e catequistas devem levá-las a admirar o mundo que as cerca. São
curiosas e gostam de desenhar a natureza, contemplar a beleza e rejeitam os que
lhes agrada. É importante incentivar a criança fazendo com que ela desenvolva
suas qualidades, seus dons, valorizando qualquer trabalho feito por ela, porque
eles são a expressão do seu mundo. Nunca dizer que está mal feito. Encontramos
às vezes crianças difíceis que querem ser o centro das atenções tanto dos pais
como dos catequistas, é importante repreendê-las, educando-as para a
responsabilidade.
INÍCIO
DA IDADE DA RAZÃO: Nessa idade ela torna-se mais consciente de suas
responsabilidades e já faz o discernimento entre o bem e o mal porque ela já
começa a formar conceitos e construir pensamentos.
A
CRIANÇA TEM UM RITMO LENTO E MEDITATIVO: A criança necessita de tempo
para olhar, pensar, assimilar, memorizar e executar qualquer ação. Ela gosta de
cantar e repetir diversas vezes a mesma canção, como também de ver e rever o
que lhe é mostrado. Quando mostramos um cartaz para os nossos catequizandos
precisamos ter paciência e dar a eles tempo para não só ver o cartaz, mas principalmente
observá-lo bem.
É
A IDADE DOS “POR QUÊS”: As crianças dessa idade questionam tudo,
desejam saber o porquê e o como das coisas. Nesta fase ela começa a raciocinar,
porém não consegue ainda entender as ideias abstratas, sendo necessário
explicar-lhes os sentimentos alheios. Questionam o porquê de Jesus ter vindo ao
mundo.
DESPERTAR
DA CONSCIÊNCIA MORAL: A criança vai se tornando capaz de distinguir o
bem do mal, o certo do errado. Ela já começa a entender o seu SIM ou o seu NÃO
a Deus. É o nascimento da liberdade. A criança começa a ser capaz de dizer por
si mesma: isto é bom, isto é mal, gosto disso, não gosto daquilo, e através
deste discernimento começa ser responsável por seus atos. Nesta idade, a
criança torna-se mais retraída, tem pudor, tem segredos, gosta de mentir,
relaciona e quer saber o porquê das ordens recebidas.
AVIDEZ
DO SABER: Com o enriquecimento do vocabulário, a criança é despertada
para ser criativa. Quer ler e saber tudo, mostrar a todos que sabe ler. Os
pais e catequistas devem aproveitar e muito esse momento para incentivar a
leitura.
IDADE
DAS RELAÇÕES PESSOAIS: Nesta fase a criança percebe que faz parte de
grupos diferentes como a escola, a família e de pessoas que moram numa mesma
rua ou bairro. Ela começa a ter um maior contato com pessoas fora de seu
círculo familiar, como ela é muitas vezes sugestionada deixar-se influenciar
pelos outros. Parte para experiências concretas; desenvolve o lado físico e
emocional; apresenta reações violentas, mas de curta duração. Fica arrependida
quando agride alguém em suas briguinhas.
ATIVIDADES
DOS CATEQUISTAS E DOS PAIS: Devem ensinar o que é consciência e que
Deus nos fala por meio dela. Mostrar à criança porque é importante dizer sim à
Deus, mostrar a ela que Deus nos ama e nos chama para o bem. Deve-se criar uma
relação de amizade para que a criança sinta que é amada e devemos aproveitar
suas energias. Procure ser amigo e com carinho e paciência canalize as
agressividades da criança para o bem e para Deus.
Em
breve parte II – 9 a 12 anos.
Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora de Nazaré
Joanésia-MG
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