Descobrir-se catequista é sentir o chamado de Deus,
reconhecer-se vocacionado e colocar a catequese no projeto pessoal de vida. A
partir daí esta missão se torna fonte de realização para o catequista. Contudo,
os desafios de catequizar, nestes tempos de pós-modernidade, fazem essa missão
cada vez mais exigente. E a primeira dificuldade é dizer sim.
“A Palavra do Senhor quando
chegou, desinstalou meu coração.
Ao chegar desafiou-me, a exigir
uma resposta de sim ou não.
É fácil dizer sim, é fácil dizer
não, mas dói depois do sim e dói depois do não”.
Seremos capazes de tão importante missão? De vencer
o desafio de conciliar família, trabalho, estudo, lazer? De persistir quando,
em alguns casos, o trabalho catequético não agrada à família? Neste caso o
diálogo e a persistência impulsionam para o catequizar.
Na caminhada catequética vamos percebendo que, com
o sim, vêm exigências essenciais para bem servir: compromisso, pontualidade,
assiduidade, maturidade humana, engajamento com a comunidade, planejamento,
testemunho de fé e formação humana, teológica e metodológica. Surgem também
desafios na convivência com o grupo de catequistas e a comunidade
(entrosamento, diálogo, trabalho em equipe), principalmente quando os pontos de
vista são discordantes.
Com o planejamento,
o grupo de catequistas possui objetivos claros, sem planejamento a catequese
paroquial se perde no decorrer do ano. Os projetos ajudam a melhorar a
caminhada da catequese. Muitas vezes a comunidade e o clero entregam a
catequese ao grupo de catequistas e não apoiam e nem percebem que todos são
responsáveis pelo processo catequético. Pensar em estruturas adequadas,
recursos, formações e, principalmente, a acolhida dos catequizandos e suas
famílias na vida comunitária, é tarefa de todos. Talvez por isso muitos
catequistas se sintam desamparados e desmotivados depois de um tempo na
catequese.
Outro grande desafio, hoje, é a família dos
catequizandos. A realidade em que elas se apresentam a nós é muito heterogênea.
A estrutura familiar, a formação cultural, o modo de educar os filhos, as
condições socioeconômicas, as influências da mídia, positiva ou negativamente, mostram
a complexidade das famílias hoje. Exige-se cada vez mais que o catequista
dialogue comunitariamente sobre essas questões, busque boa formação e tenha
muita criatividade.
Cada tempo trará novas barreiras a ultrapassar. A
fé no Espírito de fortaleza nos ajudará na missão pela qual Jesus viveu e morreu:
fazer presente o Reinado de Deus aqui e agora. Confiar e entregar-se a um Deus
que nos chama, nos ajudará a enfrentar o maior desafio de ser catequista
hoje: a perseverança.
Adaptação: Roberto
Magno
Comunidade Nossa
Senhora de Nazaré
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