15 de janeiro de 2013

Estamos no Ano da Fé e da JMJ Rio!



JMJ rio 2013
O mundo dos jovens
(Trechos do livro de João Batista Libânio)
Ø O mundo dos jovens, não é um outro mundo, mas outra leitura do mesmo mundo habitado pelos adultos.
A catequese terá de fazer sempre o esforço de captar as experiências importantes para as crianças e adolescentes de hoje. Entendê-las o melhor possível a fim de traduzir para dentro delas as experiências religiosas e de fé que a geração anterior fez.
Ø Nem imposição(demagogia, saudosismo do tempo passado) nem banalização(imitação grotesca da juventude). Deve-se entender a catequese, como diálogo. Na base do diálogo há duas verdades fundamentais. Todos comungamos numa mesma humanidade-dado antropológico- e bebemos do mesmo Espírito-dado teológico.
Ø Podemos dar catequese em qualquer idade e a qualquer idade, já que entre nós existe uma ponte de comunicação.
Ø O outro lado da moeda é a diferença, a diversidade, a originalidade de cada geração, de cada grupo, de cada pessoa. Aí só a atenção, a escuta, a palavra que vai e volta. O diálogo. Trabalho experimental, ás vezes, artesanal. A catequese não pode fugir desse momento de teste, de busca, de ensaio, de risco, de erros e acertos.
Ø Antes que entulhar a criança ou o adolescente com  conteúdo e mandamentos, a catequese deve ser de preferência uma “ escola de liberdade e de responsabilidade”. Só há crescimento e educação na fé lá onde se escolhe, se decide, se assume pessoalmente, livremente. Se os condicionamentos familiares e sociais são fundamentais e necessários para todo ser humano, eles devem , no entanto, ser assumidos responsavelmente com clarividência. O que Paulo Freire disse da educação como “ prática para a liberdade”, vale também da catequese.
Ø A imagem da construção de uma casa ajuda-nos a entender o processo construtivo da identidade na juventude. Para edificar uma casa necessita-se de conhecer o terreno, os materiais disponíveis, de um lado, e , de outro, projetar a casa. Semelhante comporta-se o jovem. Ele só se constrói explorando o terreno de si e do mundo em que vive.
Ø Se continuarmos com a mesma catequese, que ontem foi um avanço, podemos estar esvaziando-a totalmente  por influência de uma cultura que desvaloriza qualquer valor absoluto, qualquer compromisso com o futuro.
  Não se trata, como alguns conservadores reagem, de voltar ao tipo de             catequese doutrinal do passado. Cabe dar um salto ao passado para frente e não recuar. E este consistiria fundamentalmente em deslocar o acento do presente para prospectivas de futuro. Valorizar as utopias, não como confirmação de doutrinas conservadoras, mas como criadoras de situações novas e superação do impasse do presentismo.
Ø Não há máquina que substitua o calor humano. Não há intensidade cibernética nem quantidade telemática que valha um sorriso ou afago de uma mãe ou filho, amigo ou mestre. A catequese pode usar todos os recursos que quiser da tecnociência, mas nunca poderá esquecer que a vida cristã se funda numa Trindade comunhão de pessoas, criando-nos para a comunhão com pessoas vivas. E Jesus quis que nossa fé se alimentasse especialmente no interior de uma comunidade de pessoas que celebram a memória do Senhor vivo. A catequese vai precisar colocar muito mais força na dimensão comunitária da fé cristã. Só ela pode oferecer um mínimo de antídoto a essa onda avassalante da tecnologia da comunicação exclusivamente eletrônica.
Ø A catequese tem duas coisas a dizer ‘a nova geração. Aprender a valorizar o prazeroso da experiência religiosa, mas mostrar que há algo mais que isso na fé cristã. Há uma dimensão de entrega, de dom de si, de disciplina que alimenta o sentido da vida. A fé sabe também agitar o horizonte da esperança.
Ajuda a situar-se no meio desse surto religioso que pode ser uma janela para a fé e vida de abertura a Deus, como também uma alienação hedonista a mais. A catequese tem papel importante nesse discernimento.
                                          A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!




2 comentários:

  1. Muito interessante a reflexão. Estar atento a todas essas mudanças é um grande desafio para nós, catequistas. E um dos caminhos é buscar sempre a formação!

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