Meu nome é Valmir
Andrade de Faria, tenho 27 anos. Filho de Raimundo Paulo de Faria e Maria das
Dores de Andrade Faria. Tenho dois irmãos, sendo um casado e um solteiro, além
de três sobrinhos. Moro na Comunidade do Pavão, Zona Rural de Peçanha.
Desde minha infância,
sempre acompanhava minha mãe na reza do terço. Ela juntava eu e meus dois
irmãos a beira da fornalha e juntos rezávamos o terço todos os dias. Participávamos
também de novenas e celebrações aqui na minha região.
Em 2002, por motivos de
saúde, fui inicialmente para Belo Horizonte e depois para Governador Valadares,
onde, somando as duas cidades fiquei por aproximadamente dois anos e meio
realizando tratamentos médicos. Após realizar o transplante renal em 2004 eu retornei
para casa.
Em 2006, começou a se
formar a comunidade do Pavão, começando exatamente pela catequese. Minha tia e
madrinha, Maria das Dores era a catequista. Com ela a comunidade deu os
primeiros passos. Ela sempre convidava a mim e a outras pessoas para dar um
suporte, não somente na catequese, mas também em outras pastorais e movimentos,
mas eu sempre negava. Achava que seria responsabilidade demais assumir tais
compromissos. E às vezes para evitar possíveis atritos de família. E assim foi
no decorrer dos anos. Participava apenas das santas missas e vez ou outra de
novenas natalinas. Sempre me esquivando e não sendo um verdadeiro membro da
comunidade.
Tudo mudou no ano de
2016. O ano decorria como os anteriores, minha madrinha a frente de tudo na
comunidade, contando com a ajuda de poucas pessoas. No mês de maio daquele ano,
aconteceu a fatalidade. Na saída do encontro de Estudo Bíblico, ocorrido na
Paróquia Santo Antônio, Peçanha, madrinha teve um ataque cardíaco fulminante,
vindo a falecer antes de chegar ao hospital.
Pelos três meses, após a
morte de madrinha, a comunidade ficou sem ninguém a sua frente. Ficou tudo
paralisado. Apenas as missas que antes eram celebradas na casa dela, passaram a
ser celebradas na casa de meus pais. E no decorrer dos três meses, algumas
pessoas – aquelas que a ajudava na comunidade – me procuravam e propunha que eu
assumisse a coordenação da comunidade, a catequese e outras pastorais. Só que
mais uma vez eu relutava em assumir. Se antes que era apenas ajudar na
catequese, eu achava que era compromisso muito sério, imagina agora que seria
estar na coordenação da comunidade? Aquilo seria demais pra mim.
Mas aquele chamado não
vinha das pessoas, mas vinha de Deus que apenas se utilizava daquelas pessoas
para chegar até meu coração. Aquele chamado, então, chegou forte ao meu coração
e eu já não mais fui contra. E isso aconteceu no mês de agosto de 2016.
A partir do segundo
domingo de agosto daquele ano, tive o primeiro encontro de catequese e também a
primeira celebração da palavra. Tudo aconteceu em um local improvisado, a
cozinha da casa dos meus pais. Eu que trazia comigo uma grande resistência em
falar em público, sabia que não seria eu a catequizar, a celebrar, mas que ali
eu era apenas um instrumento nas mãos de Deus e que seria o Espírito Santo
falando através de mim.
Também no mês de agosto
de 2016, comecei a participar dos encontros de formação, mas aí apareceu um
dilema: tinha encontro de formação de catequese e simultaneamente tinha o
encontro de liderança. Eu queria participar de ambos, pois muitas vezes não
achava ninguém na minha comunidade que fosse comigo para ficar em um dos
encontros e assim passar para a comunidade o que de mais importante tinha sido
passado. E assim às vezes eu ia na formação da catequese, e outras vezes ia no
encontro de lideranças. Mas tudo mudaria rapidamente.
Em um dos encontros de
formação de catequese que estava participando, surgiu a necessidade de um
tesoureiro pra catequese. Como ninguém se dispunha a ser o tesoureiro, a Maria
José (Jó), que até então me conhecia muito pouco, me indicou. De novo veio a
resistência, não queria de jeito nenhum tais compromissos. Mas conseguiram me
vencer pelo cansaço. Assim eu que até então era coordenador da minha
comunidade, passei a ser o tesoureiro da catequese, participando mais dos
encontros de formação.
Pouco tempo depois, o
padre José Aparecido me chama para uma reunião juntamente com os coordenadores
da Catequese e com o coordenador paroquial das pastorais. Pauta: integrar-me a
coordenação paroquial de catequese.
No início do ano de 2018
participai de um curso de formação de novos coordenadores de catequese em Belo
Horizonte. Curso este que contou com a participação de coordenadores de
catequese de várias dioceses do regional Leste II, onde durante cinco dias,
tivemos um curso intensivo em catequese.
Hoje faço parte da
equipe diocesana de catequese, sou coordenador paroquial de catequese, sou
catequista da turma de Crisma na comunidade do Pavão, além de compor o conselho
Comunitário Pastoral.
A princípio, pode
parecer uma missão muito difícil e complicada, mas a partir do momento que
fazemos por amor a Deus e ao próximo e nos abrimos à ação do Espírito Santo,
tudo se torna fácil.
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