Em todos os tempos e
lugares, homens e mulheres, de todos os meios e níveis sociais, de todas as
culturas e religiões, costumam realçar, ao longo da existência, aspectos
fundamentais da vida individual, familiar, social e religiosa. Levando em
consideração esses aspectos, entendemos que; celebrar é parte integrante da
vida humana; que é tecida de trabalhos e de festas, de horas gastas na
construção e espaços destinados a usufruir seus resultados.
É a celebração nos leva
à grandeza de nosso ser, e de nosso compromisso em sermos de imagens de Deus;
grandeza, que corremos o perigo de esquecer nas lutas pela vida, e nas
frustrações da existência. Imagens, por que se somos cristãos. E de fato, temos
a obrigação de sermos exemplos, que reflitam Deus, para os outros.
Entendendo que todo
esse momento, em que se evoca o fato passado para revivê-lo intensamente o
nosso hoje; a celebração ocupa na vida humana, um lugar privilegiado: porque
põe homens e mulheres em comunhão entre si e com Deus através dos símbolos, sinais
e melodias.
Nas celebrações religiosas sobretudo litúrgicas, há muitos objetos,
gestos e atitudes especiais das pessoas: altar, cruz, luzes, toalhas, palavras
e melodias que refletem a presença de Deus... E esses objetos entram na
Liturgia como símbolos e sinais significativos que complementam a mesma. Nesse sentido é que, nossa liturgia se
reveste e abre espaço para as expressões de nosso povo. E assim, conseguem a
participação de “todas as pessoas e da pessoa toda”.
Santo Agostinho, já
dizia com convicção: “Cantar é próprio de quem ama, e que canta; reza duas
vezes”. Tendo essa afirmativa como base, vemos que o cântico, quando se é bem
cantado, tem o poder de nos colocar profundamente em oração e em sintonia com o
mistério celebrado. E o santo, muito feliz em sua afirmativa, nos leva a
entender que cantar bem e liturgicamente, é e será sempre, o eixo condutor, e
explicativo de tanta preocupação com o conforto dos fiéis nas celebrações, em
relação à contemplação do mistério.
Convictos então, de toda essa mística
celebrativa, jamais queiramos ser ministros de música, espelhados no trabalho
do “garçom”; que apenas serve aos outros o banquete. É preciso que participemos
também, ativos, de cada momento da celebração; que sentemos à mesa, e
participemos do banquete ali servido. Somos sempre “convidados para a ceia do
Senhor”.
E ao participar dessa
Ceia, formamos um só corpo, tendo Cristo como corpo e cerne de toda a igreja,
que em cada páscoa semanal se reúne para viver a liturgia, numa profunda
intimidade a partir da oração, do Pão Palavra e do Pão Eucarístico.
Uma das melhores expressões da participação do povo na
liturgia é a Música Litúrgica. Onde há manifestação de vida comunitária existe
canto; celebra-se a vida. Por isso, no Brasil, a renovação litúrgica tem
alcançado um dos seus pontos mais positivos, pela criação de uma música
litúrgica em vernáculo que tem procurado corresponder ao sentimento e à alma
orante do nosso povo, fazendo-o participar das funções litúrgicas de modo
expressivo e autêntico. Nesse aspecto teremos a certeza de que nossa
vida será de fato, uma eterna canção que seja agradável a Deus e que motive os
irmãos a tomarem gosto pelo que é cantado e celebrado na sagrada Liturgia.
Referências
CONFERÊNCIA
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB). Pastoral
da música litúrgica no Brasil - 7 – 2º ed. São Paulo, SP: Paulinas, 1979.
INSTRUÇÃO GERAL
SOBRE O MISSAL ROMANO
– Terceira Edição – 2º ed. São Paulo:
Paulinas, 2010.
GUIA LITÚRGICO
PASTORAL (CNBB)
– 3º ed. Brasília, DF – 2017
Michel Hoguinele
Nenhum comentário:
Postar um comentário