O Saber do Catequista:
preparar-se para servir
“O momento histórico em que vivemos exige
dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização. Qualquer atividade
pastoral que não conte, para a sua realização, com pessoas realmente formadas e
preparadas, coloca em risco a sua qualidade”. (Diretório Geral de Catequese - DGC, nº 234)
O Diretório Nacional de Catequese (DNC) cita estas palavras do
DGC quando fala da importância da formação inicial e permanente de catequistas,
tendo em vista o exercício de sua missão (ver DNC, nº 252).
A formação de catequistas é um instrumento valioso na
preparação de pessoas para o ministério catequético, pois lhes dá segurança no
anúncio do Evangelho. Além disso, o/a catequista cresce e se realiza como
pessoa, assumindo sua missão com alegria e satisfação. A qualidade de sua ação
pastoral também é aprimorada, dinamizando suas atividades.
É por isso que muitas/os catequistas estão participando
dos encontros de formação diocesanos e paroquiais. Também de cursos área catequética
em algumas partes de nosso país por regionais, como temos o IRPAC, onde várias
pessoas aprofundam seus conhecimentos. Isto revela o amor e a dedicação de
milhares de catequistas que generosamente investem tempo e dinheiro para melhor
servir o Povo de Deus.
O DGC insiste em três aspectos do conhecimento que são
importantes no exercício do ministério catequético:
1. A mensagem a ser transmitida;
2. O interlocutor que recebe a mensagem;
3. O contexto social em que vivemos.
A
mensagem
“A mensagem
é mais que doutrina, pois ela não se limita a propor ideias. A mensagem é vida”
(João Paulo II, citado no DNC 97). A mensagem catequética faz ecoar a mensagem
de Jesus, que nos comunicou o mistério da Santíssima Trindade,
Deus-Comunhão(ver DNC 100). O centro da mensagem catequética é anunciar que “a
salvação é oferecida a todas as pessoas, como dom da graça e da misericórdia de
Deus” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi 27a).
O
interlocutor
Em vez de
falar de “destinatário”, o DNC prefere usar “interlocutor”, já que o
catequizando interage no processo catequético (ver DNC, cap. 6). Além de levar
em consideração as diferentes etapas da vida humana (idosa, adulta, juvenil,
adolescente, infantil), faz-se necessário não esquecer a catequese na
diversidade, que inclui os grupos indígenas, afro-brasileiros, as pessoas com
deficiência, os marginalizados e excluídos, as pessoas em situações
canonicamente irregulares. Ainda devem ser tidos em conta os grupos
diferenciados (profissionais liberais, artistas, universitários, migrantes...),
os diversos ambientes (rural e urbano), o contexto sócio-religioso (pluralismo
cultural e religioso, a religiosidade popular, o ecumenismo, o diálogo
inter-religioso, os recentes movimentos religiosos), e o contexto
sócio-cultural (inculturação, comunicação e linguagem) para que possamos
alcançar a todos.
O
contexto social
O parágrafo
86 do DNC cita a Constituição do Vaticano II, Gaudium et Spes 1: “as
alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo
dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”. Portanto, a vida humana e
tudo aquilo que a envolve faz parte do anúncio catequético, que não pode
ignorar o mundo em que vivemos.
O
que um/a catequista precisa conhecer?
Levando em
consideração a mensagem, o interlocutor e o contexto social, o DNC (nº 269)
apresenta os conteúdos que um/a catequista precisa conhecer para desempenhar
com qualidade e segurança seu ministério:
a) a Palavra
de Deus, fonte da catequese: “A Sagrada Escritura deverá ser a alma da
formação”;
b) o núcleo
básico da nossa fé: as quatro colunas (credo, sacramentos,
mandamentos/bem-aventuranças, pai-nosso);
c) as
ciências humanas, de modo especial um pouco de pedagogia e psicologia;
d) o
Catecismo da Igreja e os documentos catequéticos (Catequese Renovada, Catechesi
Tradendae, DGC, DNC...);
e) a
pluralidade cultural e religiosa: educação para o diálogo com o diferente;
f) os
acontecimentos da história: descoberta dos sinais e dos desígnios de Deus;
g) a
realidade local: história, festas e desafios do lugar em que se vive;
h) os
fundamentos teológicos da ação pastoral: rosto misericordioso, profético,
ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.
O saber não
é algo isolado, mas está em estreita conexão com o ser (pessoa) e o saber fazer
(metodologia) do catequista.
Um/a
catequista bem preparado/a será capaz de formar discípulos de Jesus
comprometidos com a causa do Evangelho e do Reino: vida plena para todos. Isto
inclui todas as dimensões da vida humana, que precisam ser fecundadas pela
semente do Evangelho. A formação é o espaço que temos para nos tornar “adultos
na fé rumo à maturidade em Cristo”.
Roberto Magno
Equipe de
Comunicação da Catequese Diocesana
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