A Conferência de Aparecida nos convocou a ser uma
Igreja toda missionária e em estado permanente de missão: “ai de mim se não
evangelizar!” (1 Cor 9,16). A Igreja nasce da missão e existe para a missão.
Existe para os outros e precisa ir a todos. No processo de evangelização, o
testemunho é condição para o anúncio. A própria comunidade cristã precisa ser
ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem. Os mensageiros de Jesus
Cristo são, antes de tudo, testemunhas daquilo que viram, encontraram e
experimentaram. Este fato implica irradiar a presença de Deus, de Jesus Cristo,
Deus-Conosco, e, na força do Espírito Santo, proclamar com a palavra e com a
vida que Cristo está vivo entre nós. Vendo a comunidade cristã reunida no amor
e em oração, as pessoas de hoje exclamarão, como o visitante de quem fala Paulo
aos Coríntios: “Verdadeiramente, Deus está entre vós!” (1 Cor 14,25). A
experiência de fé faz transbordar o anúncio para além da comunidade cristã,
para cada um dos ambientes onde os mensageiros são enviados a se fazer
presentes como Jesus, cheio de graça e de verdade.
Homens e mulheres do nosso tempo apreciam,
principalmente, o testemunho. Mas isso não dispensa a comunidade – como não
dispensa cada cristão - de prestar o serviço da proclamação ou do anúncio
explícito, oferecendo às pessoas, grupos e a todo o gênero humano a pregação do
Evangelho, nas variadas modalidades que o ministério da Palavra pode assumir.
Cabe a cada comunidade eclesial perguntar quais são
os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial e lhes
dar prioridade no trabalho de evangelização. Entre esses grupos estão os que
têm pouco vínculo com a Igreja. Às vezes são jovens; outras vezes, pessoas
vivendo na periferia de nossas cidades, intelectuais, artistas, políticos,
formadores de opinião, trabalhadores com grande mobilidade, nômades etc.
Importa ir ao encontro deles, não apenas nas famílias e nas residências, mas
também em todos os ambientes. As missões populares, indo ao encontro do apelo
da Missão Continental, têm se mostrado um caminho eficaz. As visitas
sistemáticas nos locais de trabalho, nas moradias de estudantes, nas favelas e
nos cortiços, nos alojamentos de trabalhadores, nas instituições de saúde, nos
assentamentos, nas prisões, nos albergues e junto aos moradores de rua, entre
outros, são testemunho de uma Igreja samaritana. A pastoral da visitação pode
dar maior organicidade e eficácia a este serviço.
Contradiz profundamente a
dinâmica do Reino de Deus e de uma Igreja em estado permanente de missão, a
existência de comunidades cristãs fechadas em torno de si mesmas, sem
relacionamento com a sociedade em geral, com as culturas, com os demais irmãos
que também creem em Jesus Cristo e com as outras religiões. Inclusive eventos
esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas que o Brasil vai sediar nos
próximos anos, podem ser momentos de evangelização, especialmente da juventude.
Texto extraído das DIRETRIZES GERAIS DA
AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL: 2011 – 2015
Em breve daremos continuidade neste tema.
Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora
de Nazaré
Joanésia-MG
Nenhum comentário:
Postar um comentário