O itinerário de um encontro, para muitos, é
velho ou muito conhecido. Acontece que existem muitos catequistas iniciantes e
precisam estar seguros de como proceder ao realizar algum encontro.
a) Acolhida: é a sala de
visita do encontro. Pode ser expressa de muitas formas: gestos, cantos,
símbolos, surpresas...
É importante que todo
catequizando encontre sempre um ambiente acolhedor, fraterno amigo. Seja
reconhecido na sua individualidade, chamando-o pelo nome. Todo participante que
se sente aceito e amado, participará com mais alegria e motivação.
b) Olhar a vida, ou ver
a realidade, suscita a capacidade para a sensibilidade, consciência crítica,
perceber com o coração e a inteligência aquilo que se passa ao redor. Não é só
olhar a realidade superficialmente, mas possibilitar o aprofundamento de fatos,
causas, consequências do sistema social, econômico-político e cultural dos
problemas.
O olhar a vida é o momento de ver
o chão onde vivemos e de preparar o terreno da realidade para depois jogar a
semente da Palavra de Deus. A parte do ver pode ser concretizada através de
desenhos, visitas, entrevistas, histórias e fatos contados, notícias, figuras, vídeos, dramatização...
c) Iluminar a vida com a Palavra (Julgar).
A partir da vida apresentamos a
Palavra de Deus. Podemos compará-lo com a luz existente dentro de casa. Ela ilumina
todo o ambiente isto é, nos mostra qual a vontade de Deus em relação à vida das
pessoas, seus sonhos, necessidades, valores, esperanças...
Fazemos um confronto com as
exigências da fé anunciadas por Jesus Cristo, diante da realidade refletida.
Dentro do julgar também colocamos
o Aprofundamento da Palavra. Nesta parte aumentamos a luminosidade da casa para
poder enxergar melhor.
É a hora que refletimos com o
grupo para fazer uma ligação mais aprofundada da Palavra com a vida do
dia-a-dia e perceber os apelos que Deus nos faz. Pode-se perguntar: O que a
Palavra de Deus diz para a nossa vida? Sobre o que nos chama atenção? O que
precisamos mudar? Que apelos a Palavra faz para mim e para nós?
O aprofundamento pode ser feito
ainda com encenações, dinâmicas, cantos, símbolos...
d) Celebrar a Fé e a Vida.
É um momento muito forte. É como
se estivéssemos ao redor de uma mesa com um convidado especial.
O celebrar é como saborear em
conjunto na alegria, ou no perdão, algo que nos alimenta porque nos dirigimos, nos
aproximamos do convidado especial, que é Deus.
A celebração não deve ficar
apenas na oração decorada. Os catequizandos aprenderão a conversar naturalmente
com Deus como um amigo íntimo. É importante diversificar a oração usando
símbolos, cantos, gestos, salmos, silêncio, frases bíblicas repetidas,
relacionando sempre ao tema estudado e com a vida.
A partir das celebrações dos
encontros é possível motivar os catequizandos na participação das celebrações,
cultos, novenas, grupos de reflexão.
e) Assumir ações práticas.
Todo encontro precisa
conscientizar que ser cristão não é ficar de braços cruzados, e nem ficar
passivo diante da realidade.
Trata-se de encontrar passos
concretos de mudança das situações onde a dignidade é ferida, a partir de
critérios cristãos.
O agir é transformador e
comprometedor. Está ligado à vida e à Palavra de Deus que questionam e exige a
mudança nas pessoas, famílias, comunidade.
Cada catequista necessita
provocar o seu grupo para ações práticas. É preciso respeitar cada faixa etária,
mas não será impossível fazer algo concreto. Os compromissos podem ser
discutidos e assumidos de forma individual ou grupal.
f) Recordar o encontro.
Não se trata aqui da aplicação de
exercícios para decorar conceitos. O recordar nos leva a ruminar o que foi
refletido, aprofundado, trazendo à memória algo essencial para ser fixado. A
memorização é necessária, sobretudo para conteúdos básicos de nossa fé. Se for
aplicada alguma atividade, que esta seja para desenvolver o espírito
comunitário de fraternidade, partilha, amizade e ajuda mútua. Pode-se também
pedir a ajuda para a família, sobre questões práticas.
g) Guardar para vida.
Este passo dá importância à
Bíblia. Precisamos que nossos catequizandos tenham na vida e na fala a Palavra
de Deus. A partir do assunto tratado no encontro, podemos usar uma ou duas
frases, tiradas dos textos bíblicos usados que dão a síntese do conteúdo, para
serem compreendidas e vivenciadas.
As frases poderão ser escritas em
papelógrafo ilustradas com desenhos, ou figuras e fixadas em local para serem
vistas e memorizadas.
h) Avaliar.
A avaliação ajuda a alegrar-se
com as descobertas feitas, pelo que aconteceu de bom. É ela também que faz
verificar as falhas, corrigir o que não foi bom.
Não podemos ficar somente no que
o catequizando “aprendeu”, isto é, se sabe os mandamentos, sacramentos, mas é
preciso avaliar as relações interpessoais, a responsabilidade, o
comprometimento, o assumir os valores evangélicos como: diálogo, partilha,
capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.
A avaliação é um passo precioso
de crescimento. Ela faz parte de qualquer encontro.
São muitas as formas de avaliar.
Podem-se utilizar dinâmicas, debates, partilha em grupo, individual, ou ainda,
os próprios participantes escolhem alguém que no final do encontro poderá dar a
sua opinião.
A grande fonte de avaliação é a
observação atenta do que ocorre durante o processo catequético. Portanto, a
avaliação não é só olhada dentro de quatro paredes, mas envolve a vida toda.
Parece simples preparar um
encontro, mas, como vemos, exige do(a) catequista dedicação, carinho e
aprofundamento para tornar cada encontro, um espaço de crescimento mútuo.
Ao olharmos Jesus com seus
apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos. É só verificar
algumas passagens, como a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o
encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era propício
para acolher-ensinar-aprender-conviver. Para Ele a importância estava nas
pessoas.
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