16 de fevereiro de 2013

O poder é solitário


A frase não é novidade: “o poder é solitário”. Eu acrescento: quanto mais poder mais solidão. E o poder absoluto, então, conduz à solidão absoluta. Talvez por isso Deus, por ser amor, mais que poder, quis ser três, para não ser solidão. É o sentimento que me vêm ao coração diante da notícia da renúncia de Bento XVI.

A mídia, pega no pulo (de carnaval) rapidamente nos abasteceu de algumas informações e muita especulação. Sabemos, agora, que a renúncia papal é acontecimento raro na vida da Igreja, que a última foi há 600 anos. Sabemos como vai ser o conclave para a eleição do novo papa, quem vai participar e até os favoritos para vencer.

Especula-se sobre as razões de Bento XVI. O comunicado lido por ele numa reunião com bispos é sucinto:
 
"Caríssimos irmãos,

Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando.

Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração, vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.
 BENEDICTUS PP XVI".


Tento rezar, para além das palavras que sublinhei, do cargo e dos títulos, os sentimentos de Joseph Ratzinger.

Revejo a história do jovem que em meio ao terror nazista que assolava a sua Alemanha, escolheu ser padre. Num país vizinho, que seria um dos maiores alvos de Hitler e seus asseclas, a Polônia, outro jovem, Karol Wojtyla, na mesma época, fazia o mesmo caminho.

Anos mais tarde a vida dos dois, que o horror da guerra poderia ter transformado em inimigos, em carrasco e vítima, se entrelaçaria de forma definitiva. O jovem polaco se viu papa e transformou o alemão em um de seus mais destacados assessores. Morto João Paulo II, o cardeal Ratzinger o sucede no trono de Pedro. Ambos experimentam imensa solidão...

Penso comigo; para além do que me informa a mídia, o que sei de Joseph Ratzinger? Conversei com amigos que o conheceram pessoalmente, antes mesmo de ser bispo. Falaram-me de um homem decente, um intelectual respeitado, um servo dedicado à sua Igreja. Culto, gentil, educado, tímido, mas firme em suas ideias e convicções. De repente, seu nome está associado a crimes hediondos; teria sido nazista, acobertou padres pedófilos, puniu pensadores que queriam mais abertura na Igreja. Na geleia geral midiática, não se sabe em que labirinto da mentira pode haver uma fresta para se enxergar vislumbres de verdade. 

Mas imagino que, ao redor de Bento, as intrigas do poder deixavam pouco espaço para o Espírito soprar. Mas Ele, teimoso, providente, sopra, onde e como quer...

Não sei as razões de Bento XVI, mas imagino o sofrimento de Joseph Ratzinger. Por dez anos fui mero diretor de uma escola e pude experimentar as contradições do poder, mesmo em situação e espaço tão limitados. Imagine ser líder espiritual de mais de um bilhão de pessoas no mundo inteiro...

Agora, passado o carnaval, a mídia poderá se debruçar sobre o espetáculo raro da escolha de um Papa. Teremos, com certeza, uma Quaresma espetacular. Especialistas vão opinar, especular, o público dará seus palpites. Os únicos que ficarão alheios a tudo serão os heróis confinados do Big Brother Brasil.

Joseph Ratzinger estará confinado ao seu silêncio, mas ao revelar sua fragilidade em praça pública o papa Bento quebrou um pouco da sua imensa solidão. Até seus críticos mais ferozes ficaram, talvez, surpresos. Como alguém pode abrir mão, assim, de tanto poder?

Quem sabe, um sopro do Espírito, nas entrelinhas das palavras de Bento, a sussurrar em nossos ouvidos, a nos chamar, cada vez mais, a ser uma Igreja mais povo e menos poder, mais mística e menos dogmática, mais fraterna e menos hierárquica, mais comunhão e menos solidão. Quem sabe...

Hoje, eu que sou um católico que tenta todos os dias, cada vez mais, se converter ao cristianismo, rezo com Joseph Ratzinger, agora que Bento XVI é quase apenas História.

Eduardo Machado
(crônica publicada no blog de Eduardo Machado em 12.02.2013)

Conversão


15 de fevereiro de 2013

Leia e reflita!



Lição do fogo
Um membro de um determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada.
No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das rachas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado! Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe!
Reflexão: Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho. Aos líderes vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

(Autor desconhecido)
Texto enviado por Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora de Nazaré

Joanésia-MG

14 de fevereiro de 2013

Mensagem do Pe. José Aparecido Santos (Assessor da Catequese da Diocese de Guanhães)


                   



                                             A QUARESMA É TAMBÉM TEMPO
DE ALEGRIA E PAZ 
PARA QUEM BUSCAR
 ENCONTRAR-SE COM DEUS A CADA DIA. 
            APROVEITE ESTE TEMPO COM O SENHOR!





Postando comentários:




Roberto Magno - Joanésia deixou um novo comentário sobre a sua postagem "ORIENTAÇÕES LITÚRGICO-PASTORAIS PARA O CICLO PASCAL...": 

É uma grande alegria poder contar as orientações próprias para o novo tempo que se aproxima. Uma catequese clara e objetiva sobre o tempo da quaresma. Obrigado Dom Jeremias! 

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Quando eu voltar":

Que Deus nos abençoe e nos capacite a cada dia para sermos este catequista do texto, do qual não desiste em meio a tantas dificuldades, pois acredita em sua missão evangelizadora.




10 de fevereiro de 2013

ORIENTAÇÕES LITÚRGICO-PASTORAIS PARA O CICLO PASCAL por Dom Jeremias





CIRCULAR Nº 01/2013
ORIENTAÇÕES LITÚRGICO-PASTORAIS PARA O CICLO PASCAL 
Guanhães, 07 de fevereiro de 2013

Caros irmãos Presbíteros, Diáconos, Religiosas, Consagradas, Seminaristas, Animadores de Comunidades, Ministros da Palavra, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Responsáveis pela Pastoral Litúrgica, Grupos, Agentes de Pastoral e todo o Povo de Deus presente na Diocese de Guanhães.
Saudações fraternas!
“Sempre e por toda parte trazemos em nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo”. (2Cor 4,10)
Com a Quarta-Feira de Cinzas inicia em toda a Igreja o Tempo da Quaresma. Tempo de conversão e reflexão que nos prepara para a Páscoa da Ressurreição de Jesus e vai até a Missa da Ceia do Senhor, com a qual iniciamos o Tríduo Pascal. “São quarenta dias em que somos convidados a viver o Mistério de Jesus no deserto, a ficar cara a cara com Deus, na oração pessoal e comunitária, escutando sua Palavra, sendo provocados por Ele, deixando que purifique a nossa fé e nos afaste de tudo aquilo que nos impede de vivê-la com radicalidade”. (Ione Buyst) É tempo de renovação e de “morte ao pecado” para que possamos ressurgir para uma vida nova com Cristo. Por isso, venho, através desta apresentar as Orientações Litúrgico Pastorais para este tempo:
- No tempo da Quaresma não se ornamenta o altar com flores.
- A cor litúrgica é a roxa. Pode ser usada a cor rósea no Domingo Laetare – Quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande Dia”.
3º- Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira Santa são dias de jejum e abstinência (Cf. as orientações no Diretório para a Liturgia). “O jejum não tem valor em si, mas é um meio poderoso para nos disciplinar e aprendermos a não seguir nossa própria vontade, mas a do Senhor”. (Ione Buyst). Retomar a importância do gesto da imposição das cinzas, preparadas com ramos de oliveira, outras plantas e palmas, bentos no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, como sinal do desejo sincero de conversão. As cinzas que sobrarem, podem fazer parte da procissão das ofertas e, no final da celebração, levadas para as pessoas que não puderam participar.
4º- Um lugar seja preparado junto à pia batismal para colocar as cinzas que serão, em momento oportuno, abençoadas. Outra possibilidade, conforme o espaço, seria colocá-las junto à cruz. Evitar colocá-la sobre o altar.
5º- Fazer uma boa catequese sobre o símbolo das cinzas, que significam arrependimento, tristeza, humildade e penitência.
6º- Acolher bem os irmãos e irmãs que vêm para celebrar. A Quaresma é tempo de muita gente afastada procurar a Igreja novamente.
7º- Articular a Quaresma e a Campanha da Fraternidade com o tema: Fraternidade e Juventude, e o lema: “Eis-me aqui, envia-me”. (Is 6,8) “A Campanha da Fraternidade de 2013, que retoma o tema Juventude, se propõe olhar a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades; entendê-los e auxiliá-los neste contexto de profundo impacto cultural e de relações midiáticas; fazer-se solidária em seus sofrimentos e angústias, especialmente junto aos que mais sofrem com os desafios desta mudança de época e com a exclusão social; reavivar-lhes o potencial de participação e transformação”. (Texto-base) Lembro, por isso, os objetivos desta Campanha: a) Acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz (objetivo geral); b) Propiciar aos jovens um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de contribuir para sua vocação de discípulo missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vida; c) Possibilitar aos jovens uma participação ativa na comunidade eclesial, que lhes seja apoio e sustento em sua caminhada, para que eles possam contribuir com os seus dons e talentos; d) Sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum. É preciso, em tempos atuais que nos aproximemos mais daqueles jovens que sofrem e perceber até que ponto nosso trabalho responde às suas reais expectativas e necessidades. Num exercício de alteridade, é preciso olhar o mundo com os olhos dos jovens sofredores.
8º- Na Quarta-Feira de Cinzas quando se abre oficialmente a Campanha da Fraternidade, na Celebração Eucarística alguns jovens vestidos de roupas de saco ou juta podem apresentar as cinzas, evocando, assim, o chamado à conversão e a atenção para a sua realidade.
9º- Na entrada da igreja ou em outro local apropriado, porém fora do presbitério, pode-se colocar um painel sobre a Campanha da Fraternidade. Permanecer com esse painel durante toda a Quaresma. Quem anima, ao final das celebrações, deve fazer uma motivação que desperte a sensibilidade e o compromisso com a Campanha.
10º- Multiplicar o texto da oração da Campanha da Fraternidade para todos. A oração poderá ser rezada por toda a assembléia após a partilha da Palavra, ou como conclusão da oração dos fiéis, ou em outro momento oportuno da celebração.
11º- Na Quaresma, omitem-se o canto do Glória e o Aleluia.
12º- A organização dos espaço celebrativo, com a predominância da cor roxa, que expressa a dimensão maior da penitência e disposição à conversão, assim como todas as celebrações, devem apontar para o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É nesse contexto que situamos a Quaresma. Sobriedade e despojamento são fundamentais. A Cruz, o Altar, o Ambão, a Cadeira Presidencial e a Pia Batismal devem ganhar destaque.
13º- Colocar a Cruz em lugar de destaque, onde ela possa permanecer bem visível durante a Quaresma, podendo ser iluminada com várias velas. Pode-se também colocar um braseiro com incenso a seus pés ou destacá-la com algumas pedras, galhos secos e cactos lembrando a realidade do deserto. A cada Domingo da Quaresma a Cruz poderá receber novos símbolos.
14º- No Rito da Paz, antes do abraço fraterno, a comunidade pode fazer um minuto de silêncio pela Paz do mundo. Um canto de Paz mais meditativo é mais aconselhável, por causa do Tempo Quaresmal.
15º- No Domingo Róseo ou Laetare (de júbilo), Quarto Domingo da Quaresma, preparar o espaço celebrativo usando a cor rosa nas toalhas e paramentos e enfeitá-lo com flores, transmitindo a alegria pela aproximação da Páscoa. Os instrumentos musicais também dão a este dia um clima mais festivo. Porém, sem exageros.
16º- Retomando um antigo costume, pedir a comunidade para que tragam flores no Domingo Laetare, que poderão ser abençoadas. Ao desejar a Paz ou na despedida, no final da celebração, partilhá-las como sinal de alegria pascal e reconciliação. A benção pode ser feita com esta oração ou outra semelhante: “Ó Senhor Deus da Paz, que nos dais a graça de nos alegrarmos com a ressurreição do vosso Filho, nós vos bendizemos por estas flores, dom da vossa criação. Sejam para nós sinais de vossa vida e graça”.
17º- Pode-se conservar o costume de cobrir os crucifixos e as imagens da Igreja. Os crucifixos permanecerão velados até o fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa. As imagens, até o início da Vigília Pascal. (Cf. Missal Romano – sábado da 4ª Semana da Quaresma).
18º- Moderar a altura dos instrumentos. Eles têm a finalidade de sustentar o canto. Evitar o uso da bateria.
19º- Durante a Quaresma, valorizar o Ato Penitencial, usando a criatividade nos gestos (ajoelhar-se, inclinar-se, aspersão do povo...). Embora não tenha a força de sacramento, o mesmo propicia a experiência da misericórdia de Deus, apelo à conversão e disposição interior para a participação na Celebração Eucarística. A Quaresma é sempre caminho pascal.
20º- Onde houver o costume de entronizar a Palavra de Deus, lembro que a mesma (no Lecionário) deve ser conduzida na procissão de entrada com a Cruz e as velas. É fundamental a preparação dos leitores, para que a Palavra de Deus seja proclamada, acolhida com alegria e compreendida por todos os que estão na assembléia, não simplesmente lida, e às vezes, muito mal. “...os leitores sejam verdadeiramente idôneos e preparados com empenho. Tal preparação não deve ser apenas bíblica e litúrgica, mas também técnicas. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da Palavra e os motivos da relação entre liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística...”(VD, nº58). Um breve silêncio após as leituras e após a homilia permite que o diálogo amoroso entre Deus e o seu povo atinja mais profundamente cada pessoa presente à assembléia litúrgica.
21º- A homilia seja proferida pelo Padre ou Diácono, em se tratando da celebração da Eucaristia, articulando a proposta da Palavra de Deus de cada Domingo, com a Campanha da Fraternidade. “...é necessário melhorar a qualidade da homilia. Ela constitui uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida. A homilia deve levar à compreensão do Mistério que se celebra; convidar para a missão, preparando a assembléia para a profissão de fé, a oração universal e a liturgia Eucarística. Evitar homilias genéricas e abstratas que ocultam a simplicidade da Palavra de Deus, com inúteis divagações que ameaçam atrair a atenção mais para o pregador do que para o coração da mensagem evangélica. Preparem-se para a homilia na meditação e na oração, a fim de pregarem com convicção e paixão” (VD, nº59).
22º- Cantos, refrões, louvações, expressam o Mistério celebrado no tempo litúrgico. Valorizar o Salmo Responsorial, parte constitutiva da liturgia da Palavra. O mesmo pode ser cantado ou recitado, do Ambão ou Mesa da Palavra. Atenção: Consultar o Hinário Litúrgico da CNBB, volume II, o CD próprio da Quaresma e o CD da CF 2013. Todo o povo deve cantar a Liturgia, e não apenas um grupo de privilegiados. Na Quaresma é oportuno usar as Orações Eucarísticas da Reconciliação, mais indicadas para este tempo.
23º- Toda a Comunidade Eclesial deve ser esclarecida e motivada, desde o começo da Quaresma, para o gesto concreto da CF. São muitos os modos de penitência, partilha e solidariedade, que podem colaborar para que a Igreja em todo o Brasil continue concretizando projetos de ação evangelizadora da perspectiva social, sobretudo nas regiões mais carentes. Todos devem fazer a sua oferta no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, dia 24 de março, fruto da penitência quaresmal e não simplesmente uma esmola. Nenhuma Paróquia ou Comunidade pode omitir-se. Lembro ainda a importância da Coleta para os Lugares Santos, realizada na Sexta-Feira Santa.
24º- O tempo da Quaresma é o tempo privilegiado para a preparação próxima para os Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Que os membros da comunidade que fizeram a preparação, segundo o Rito da Iniciação Cristã de Adultos – RICA, possam recebê-los na Vigília Pascal.
25º- Disponibilizar horários para ouvir os fiéis no Sacramento da Confissão. Peço aos irmãos Presbíteros que realizem e participem do mutirão para as confissões nas Paróquias.
26º- Incentivar a Quaresma e a CF em Família com o exercício quaresmal privilegiado para este tempo: a Via-Sacra da Fraternidade.
27º- A CF precisa acontecer fora dos ambientes eclesiais. Os Presbíteros e Agentes de Pastoral empenhem-se para que a mesma aconteça junto às escolas, ambientes de trabalho, nos meios de comunicação social, grupos da sociedade, espaços relacionados à juventude e, onde for possível, junto a irmãos de outras Igrejas Cristãs.
SEMANA SANTA E TRÍDUO PASCAL
  “O Tríduo Pascal é o centro de todo o Ano Litúrgico. Começa com a celebração da Quinta-Feira Santa à noite e termina com o Oficio da tarde do Domingo de Páscoa. O ponto alto é a Vigília Pascal. Os três dias são como um desdobramento da Celebração do Mistério central de nossa fé: o Mistério Pascal.
Na noite da Quinta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Ceia”; recordamos as palavras e os gestos de Jesus na última ceia, na qual expressou o sentido de sua vida e morte e nos mandou celebrar sempre em sua memória.
Na Sexta-Feira Santa celebramos a “Páscoa da Cruz”, Paixão e Morte de Jesus, o Justo; Ele foi condenado injustamente; mas entregou sua vida nas mãos de Deus, confiando na justiça dele.
No Sábado Santo fazemos memória de sua descida à mansão dos mortos: Jesus se faz solidário conosco até  em nossa morte.
Na Vigília Pascal e no Domingo celebramos a “Páscoa da Ressurreição”, a vitória da vida sobre a morte”. (Ione Buyst)
28º- A Bênção e a Procissão dos Ramos são inseparáveis. Onde não houver Procissão e Celebração Eucarística, não pode haver Bênção dos Ramos (Cf. Diretório Litúrgico – anotações para Domingo de Ramos na Paixão do Senhor).
29º- Na Missa do CRISMA, dia 21 de março, Quinta-Feira, às 19h, na Sé Catedral, os Párocos, Administradores Paroquiais e Coordenadores de Comunidades podem convidar representantes leigos das suas respectivas Paróquias. Na mesma Celebração os Presbíteros renovam os seus compromissos sacerdotais e pastorais.
30º- Na Quinta-Feira Santa, no final da Celebração, não há Procissão solene com o Santíssimo Sacramento na Custódia ou Ostensório. O Tabernáculo deve estar vazio no início da Celebração e serem consagradas partículas para a própria Celebração e para a Comunhão na Sexta-Feira Santa. A reserva eucarística (que servirá para a comunhão dos fiéis na Solene Ação Litúrgica na Celebração da Paixão do Senhor) deve ser transportada numa âmbula maior coberta pelo véu umeral usado pelo Sacerdote na transladação, até o local (Capela, salão...) devidamente ornado, para a reposição. Onde houver a URNA, usada antigamente, a reposição da âmbula com as espécies consagradas, seja efetuada na mesma. No lugar da urna, pode ser usado um sacrário maior. Onde não for possível nem urna e nem sacrário maior, a âmbula com a reserva eucarística permaneça coberta com um véu (conopeu) como é costume em nossas paróquias. Neste dia não há exposição solene do Santíssimo Sacramento. Os fiéis sejam exortados a fazer pelo menos uma hora de vigília, na Quinta-Feira, após a Celebração da Ceia do Senhor, ou na Sexta-Feira pela manhã, em profunda comunhão com o Senhor em sua Paixão.
31º- A cor usada na Solene Ação Litúrgica na Sexta-Feira Santa, às 15h, é a vermelha, ressaltando a realeza e o martírio de Jesus.
32º- Valorizar a Procissão da Sexta-Feira, com a Imagem do Senhor morto e da Virgem das Dores. A referida Procissão está no coração do povo cristão católico e constitui-se numa oportunidade singular para evangelização sobre o significado do sofrimento, da morte e da vitória de Jesus. Com Ele caminhamos, com Ele morremos e com Ele ressuscitaremos. Onde não for possível Procissão, organize-se uma Via-Sacra ou uma Celebração Penitencial. Para a Procissão, Via-Sacra ou outra Celebração, a cor é a roxa.
33º- Preparar o espaço celebrativo para a Solene Vigília Pascal – “Mãe de todas as Vigílias”. O Círio Pascal ornamentado deve permanecer junto ao Ambão e ser aceso em todas as Celebrações do Tempo Pascal, apagado solenemente na Missa Vespertina do Domingo de Pentecostes, levado para junto da Pia Batismal e ser aceso para as Celebrações do Batismo e da Crisma.
34º- O Tríduo Pascal constitui-se numa unidade; tem início com a Solene Missa Vespertina da Ceia do Senhor, como centro a Vigília Pascal, e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Na comunidade onde houver a Celebração da Ceia do Senhor, deve haver a Solene Ação Litúrgica da Paixão do Senhor e a Vigília Pascal. Os Ministros Leigos da Palavra e do Culto, nas suas respectivas comunidades, com anuência do Pároco ou do Administrador Paroquial, podem realizar o Tríduo Pascal, com as adaptações litúrgicas necessárias.
35º- No Tempo da Quaresma e da Páscoa, para a Bênção final, usar as orações sobre o povo e as Bênçãos próprias do Tempo Litúrgico (Cf. Missal Romano p. 531 e pp. 521-523).
Na alegria do Cristo Ressuscitado, desejo a todos uma Santa e Feliz Páscoa.
Que o Bom Deus abençoe a todos!


                               Dom Jeremias Antônio de Jesus
                             Bispo Diocesano