O amor de Deus pela humanidade é tão
esplendoroso e ainda muito distante da nossa compreensão. Penso sempre neste
amor e procuro analisar até onde eu já consigo compreendê-lo. Expressar esse
“entendimento” não é tarefa fácil. O melhor mesmo é vivê-lo a cada segundo.
Mas, amante que sou da arte das palavras, e consciente do meu dever (que neste
momento já não entendo como dever e sim uma vontade que me toma) de espalhar a
todos as boas novas, cá estou nesta ousada tarefa. E não pensem que desejo
transformar em palavras, um amor que não se define, explicar o inexplicável ou
medir o imensurável. Penso apenas em compartilhar, em multiplicar, em somar, em
chamar de maneira independente e sem basear-me em qualquer teologia. Trata-se
simplesmente do ponto em que a minha limitada capacidade de compreensão me
permitiu chegar até agora.
Imagino Deus a gestar o ser humano,
assim como uma mãe espera o seu primeiro filho. Tudo bem planejado, os mínimos
detalhes pensados. O quarto recém construído, pintadinho de novo com as cores
preferidas, as mantas, as fraldas, as roupinhas limpas, passadas e dobradas, o
cheirinho de bebê por toda casa, todos os itens que serão necessários para os
primeiros meses. A ansiedade pela nova vida que chegará, trazendo alegria para
a casa, dando novo sentido à vida. Agora sim! A família teria um herdeiro! Os
pais teriam alguém para auxiliá-los, para completarem a existência, para
usufruírem desta vida maravilhosa! Escolhem o nome, imaginam o filhote a andar,
bater palmas, as primeiras palavras, a escola, a profissão.
Deus a esperar pelo ser humano
preparou tudo com cuidado e sabedoria. A casa Terra, a água, os astros, as
plantas e os outros seres vivos que completariam a nossa existência. Tudo
estava pronto e muito bom! E por fim, chega o homem: a criatura mais esperada,
amada e planejada. Uma máquina perfeita, que além de amar, é capaz até de... pensar!
E como o Pai se sente feliz por saber
que seu filho é capaz de andar, falar, amar e ... pensar! E Deus percebeu que
seu filho sentia-se só e o que um pai faria neste caso? Vejam! Ele nos deu uns aos outros! Deu-nos
irmãos! E que companhia há nessa vida que se compare a irmãos? Mas Deus ainda
parecia distante para alguns dos nossos irmãos.
E mesmo com todos os sinais, muitos
filhos não o reconheceram como pai, e não compreenderam o seu grande amor. E
Deus se entristecia com isso. E todas as maravilhas colocadas à disposição da
humanidade não foram suficientes para que nos aproximássemos Dele. Logo nós,
que fomos tão esperados, tão festejados, tão cuidadosamente planejados! A
humanidade começou a enveredar-se por caminhos tortuosos que a cada dia os
afastava do Pai e consequentemente da felicidade.
E quantos planos Deus fez para nós!
Ele que nos amou desde o início, amou-nos ainda mais ao perceber as nossas
fraquezas. E novamente uma imagem de mãe me vem à cabeça. Um filho será sempre
amado por sua mãe, independente de suas fraquezas, ou ainda mais por elas.
E Deus nos amou ao ponto de se fazer
presente no meio de nós. Ele que é Deus, criador de todas as coisas, possuidor
de toda a sabedoria do universo, fez-se pobre, humilde, carpinteiro. Para que?
Para estar junto de nós, para falar de uma maneira que nós pudéssemos
compreender. E como uma mãe que se abaixa à altura de seu filhinho pequeno para
compreendê-lo e se fazer compreender por ele, Jesus Cristo nos pega pela mão e
nos conduz ao caminho da vida plena: Amar ao próximo, como a nós mesmos, vivermos
em harmonia com os nossos irmãos. Parece tão simples! Não seria isto a realização
de qualquer mãe? Ver seus filhos vivendo em paz, dividindo bens, se ajudando,
se amando.
E esta lição eu ainda continuo
tentando aprender na prática e sei que Deus nunca me abandonará, porque me ama
mais que a minha própria mãe e um amor assim é realmente inexplicável,
indefinível e imensurável, e é um amor que eu jamais quero deixar de sentir,
porque me completa, me edifica, me constrói e me reconstrói.
Rosilene Silva Ávila
Professora , catequista e membro da Equipe de coordenação paroquial de Sabinópolis
Nenhum comentário:
Postar um comentário