12 de agosto de 2015

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA E DA PALAVRA

MITRA DIOCESANA DE GUANHÃES
Guanhães, 12 de agosto de 2.015.
CIRCULAR Nº 05/2.015

ASSUNTO: ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA E DA PALAVRA
Caro Irmão Presbítero!
Saudações Fraternas!

            No dia 05 de Julho tivemos no salão da nossa Igreja Catedral um Encontro de Liturgia. No período da manhã eu falei sobre as Orientações Gerais para a Celebração da Santa Missa, e no período da tarde o Pe. Eduardo Ribeiro falou sobre o Canto Litúrgico.  A participação foi excelente! Constatamos mais uma vez que os nossos leigos têm sede de saber! Só depende da nossa orientação! Só lamentei e muito as paróquias que se ausentaram!!!
            Como abordei ou repeti o que já conversamos em reuniões passadas, prometi aos leigos reenviar o conteúdo das circulares Nº 07/2.012 e Nº 02/2.013. Peço, portanto, que se encaminhe mais uma vez aos membros da Pastoral Litúrgica, aos Catequistas, aos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Palavra, aos Coordenadores de Comunidades e demais grupos pastorais.

1º.Ambiente: Seja ele a capela, igreja, algum salão ou casa particular (comunidade que não tem local próprio), deve ser limpo, ornamentado com flores naturais (nunca artificiais!), com simplicidade e bom gosto. O exagero sempre prejudica; por isso, que os arranjos sejam discretos. Valorize-se a Mesa da Palavra com enfeites bonitos. Jamais se coloque flores ou outro enfeite qualquer sobre a Mesa da Celebração (nem mesmo o Missal), porque ela é sinal do próprio Cristo que reúne seu povo e oferece o sacrifício de Sua vida pela nossa salvação. Seja providenciado para as velas um suporte ou coluna à parte, ao lado da Mesa da Celebração, evitando colocá-las em cima da Mesa. Imagens do Padroeiro ou outros Santos, nunca sejam colocados sobre a Mesa da Celebração, mas em locais apropriados. Não tem sentido colocar duas ou mais imagens do mesmo santo (ex: duas imagens de Maria).

2º.Símbolos: Quando usar símbolos, sejam eles visíveis a todos e de acordo com a Celebração do dia. Se algum cartaz, flâmula ou faixa forem usados na Celebração, sejam feitos com letras grandes e bem legíveis.

3º.Quem exerce alguma função dentro da Celebração precisa estar vestido decentemente; por isso se fazem necessárias as vestes litúrgicas. Quando for solicitar ajuda a alguma pessoa para entrar com algum símbolo, tomar o cuidado de observar se a mesma está vestida com roupas decentes. As vestes não servem apenas para melhorar o visual do proclamador, mas, principalmente, para destacar a dignidade do Ministério e o valor da Palavra de Deus.

4º.Comportamento: O local da Celebração é local da alegria, da acolhida e também o lugar de silêncio e respeito. Todos devem se comportar dignamente. Evitar conversas em alta voz, risadas... Isto vale principalmente para quem está à frente dos trabalhos daquela Celebração. É importante prestar atenção no modo como se senta. Que as equipes responsáveis pela Celebração providenciem tudo que for necessário com antecedência para evitar os “corre-corres” e atropelos de última hora.

5º.Cantos: Cada momento da Celebração Eucarística tem o seu “espírito” próprio. Cada momento da liturgia exige um tipo de expressão musical, cada canção tem uma função muito especial. Uma boa escolha de cantos ajuda a assembleia a celebrar e participar melhor da Missa ou Celebração da Palavra. Os músicos não podem apenas “tocar na liturgia”, pois é um serviço e uma oração. Os instrumentos terão a função de unir, incentivar e apoiar o canto litúrgico. Não deverão cobrir as vozes, dificultando a compreensão da letra da música. Ao escolher os cantos, especialmente os de abertura e comunhão, tenha-se por base os textos bíblicos do dia e o fio condutor da Celebração.

6º.REUNIR TODOS OS RESPONSÁVEIS PELA CELEBRAÇÃO: EQUIPE DE CELEBRAÇÃO E CANTORES. A Celebração litúrgica não pode ser uma “colcha de retalhos”, onde cada um faz o que quer, como quer. Ela é uma unidade e todos os responsáveis pela sua realização precisam estar em harmonia e dar harmonia ao conjunto da Celebração. Portanto, todos devem preparar juntos a Celebração, com bastante antecedência: equipe de liturgia, proclamadores, ministros, dirigentes, cantores, etc.

7º.PEDIR AS LUZES DO ESPÍRITO SANTO. É Ele que conduz todo o trabalho e nos leva a louvar ao Pai, por Cristo.

8º.LOCALIZAR OS TEXTOS BÍBLICOS DA CELEBRAÇÃO E AS ORAÇÕES PRÓPRIAS (NO LECIONÁRIO E NO MISSAL). São os textos da Palavra de Deus que dão a direção da Celebração do dia. Um bom resumo da liturgia do dia pode ser encontrado na oração da coleta e nas outras orações. Vale a pena consultá-las.

9º.LER ATENTAMENTE OS TEXTOS, ESPECIALMENTE O EVANGELHO.

10º.DEFINIR, COM O GRUPO, O FIO CONDUTOR DA CELEBRAÇÃO. O fio condutor é a idéia central que dará rumo à Celebração. Tudo está baseado nele: pedidos de perdão, preces, reflexão da Palavra, criatividades, cantos... Ele poderá ou não ser colocado em uma faixa ou cartaz, a critério do grupo.

11º.DECIDIR, EM GRUPO, OS DESTAQUES DA CELEBRAÇÃO. Importa lembrar que liturgia bem preparada não é aquela “cheia de coisas”, com um “congestionamento” de atividades. O grupo tenha bom senso para que um momento da Celebração não ofusque outro.

12º.ELABORAR O ROTEIRO DA CELEBRAÇÃO. Uma cópia deve ficar com quem está organizando a Celebração, outra com os cantores e outra com o Padre ou dirigente da Celebração.

13º.DIVIDIR AS TAREFAS.

14º.AVALIAR A CELEBRAÇÃO, LOGO EM SEGUIDA À SUA REALIZAÇÃO.

15º.USO DE MANTRAS. Mantras são pequenos refrões cantados repetidamente para que toda a assembleia entre em clima de oração. O uso de mantras dispensa definitivamente qualquer tipo de comentário, principalmente, antes do início da Celebração ou antes da liturgia da Palavra. Em ambos os casos, a assembleia permanece sentada.

16º.PROCISSÃO DE ENTRADA: Caminhar em procissão lembra a caminhada do Povo de Deus à terra prometida e também relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Devemos ficar em pé para simbolizar nossa caminhada de povo de Deus e a nossa disposição em celebrar o Mistério Pascal de Cristo.
            Sempre entra primeiro a cruz. Quando houver entrada do Círio, ele vai à frente da cruz. Quando for usar incenso, este entra à frente da procissão. Logo após, posicionem-se os Ministros da Palavra, Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, coroinhas, e, por último, o Presidente da Celebração. Os Ministros da Palavra também podem entrar com velas e o Lecionário neste momento, se a equipe achar conveniente. Quem entra com o Lecionário não precisa mostrá-lo ao povo e nem fazer vênia (se dobrar em respeito ao Sagrado – altar, mesa da Palavra); isso também vale para a Celebração da Palavra (cultos). Cada um que se aproxima do altar deverá fazer vênia somente quando não estiver levando algum símbolo.

17º.CANTO DE ENTRADA: Deve ser escolhido de acordo com a Primeira Leitura e o Evangelho. Que seja canto fácil para facilitar a participação do povo e a maior união e expresse a alegria do povo por se encontrar na Celebração. Deve ser cantado somente durante a procissão ou, se houver incensação, até que o Presidente a termine e chegue à cadeira presidencial.

18º.SAUDAÇÃO PRESIDENCIAL: O Presidente da Celebração, mesmo sendo na Celebração da Palavra (somente ele), beija o altar em sinal de veneração, pois o altar é o próprio Cristo. As primeiras palavras que ouvimos na Celebração são palavras bíblicas: Em nome do Pai... Ninguém deverá dizer nenhuma palavra antes da invocação à Santíssima Trindade.

19º.ATO PENITENCIAL: Não substitui o Sacramento da Confissão. Quando for feito por invocações escritas, que sejam curtas e objetivas, sempre ressaltando a misericórdia do Cristo. Deve ser na ordem: “Senhor, Cristo e Senhor”. Quando for cantado, seja um canto de repouso. Sua melodia seja suave; o acompanhamento do instrumentista seja quase imperceptível, pois deve traduzir a contrição de quem pede perdão. A simplicidade é a melhor forma de expressar o arrependimento. Poderá ser acompanhado de gestos de tocar a água, gestos corporais ou rezado. Também pode-se usar símbolos. Como é um momento de recolhimento e de arrependimento, não é conveniente que se batam palmas. Nenhuma procissão substitui o ato penitencial (exceto a de Ramos). O Missal Romano traz excelentes opções para este momento.

20º.HINO DE LOUVOR: É um hino próprio para o povo cantar (e não recitar!) com entusiasmo e alegria nos finais de semana, festas e solenidades e em celebrações especiais. Este hino não é cantado e nem rezado no tempo do Advento e na Quaresma. Não pode ser substituído por outro canto só porque tem a palavra “Glória”. Sua letra deve ser o mais fiel possível ao texto do Missal. Não é um canto trinitário, por isso, não se deve cantar “Glória ao Espírito Santo”, mas é Ele quem nos leva a cantar ao Pai e a seu Filho Jesus.

21º.Liturgia da Palavra: este momento da celebração visa reavivar o diálogo da aliança entre Deus e seu povo, receber do Senhor uma orientação para a vida, estreitar os laços de amor e fidelidade. A Palavra de Deus proclamada não só instrui e revela o mistério da salvação realizada através da história, mas torna o Senhor Jesus realmente presente no meio de seu povo. A atitude da assembléia deve ser de escuta. O povo deve aprender ouvir, pois é Deus quem fala por meio dos ministros.

22° - Canto de escuta (Mantra): normalmente consta de um canto de repouso, tranqüilo, que fale da Palavra e predisponha a assembléia a escutar e acolher em seu coração os textos bíblicos que serão proclamados.

23º - NÃO SE FAZ ENTRADA DA BÍBLIA NEM DO LECIONÁRIO NESTE MOMENTO. O LIVRO DA LITURGIA DA PALAVRA É O LECIONÁRIO (V. D. 57) E NÃO A BÍBLIA. O LECIONÁRIO OU O EVANGELIÁRIO ENTRAM NA PROCISSÃO DE ENTRADA, ATRÁS DA CRUZ. Não precisa fazer vênia quem está com o Lecionário e também não precisa mostrá-lo à assembléia; quem poderá fazer isto é o presidente, após a proclamação do Evangelho. A Palavra deve ser proclamada sempre do Lecionário e jamais de um folheto ou livreto qualquer (Liturgia Diária).

24º - OS MINISTROS DEVEM SABER, com antecedência que irão proclamar a Palavra, a fim de que se preparem. Em primeiro lugar, a Palavra deve entrar no coração e na vida do Ministro através da Oração com a Palavra, para depois ser PROCLAMADA e realmente revelar o Deus – Palavra a toda Assembléia.  Recomendam-se os seguintes passos: a) – Buscar a Palavra: ir ao Lecionário e procurar conhecer, entender todas as palavras e sentido do texto; b) – Meditar a Palavra; c) – Orar com a Palavra; d) – Proclamar a Palavra: A Palavra de Deus é Proclamada e não simplesmente lida. Deve ser Proclamada com expressão, serenidade, técnica e muita espiritualidade. Cuidado com a postura ao proclamar a Palavra e o uso do microfone.

25º - SALMO RESPONSORIAL: Dentro do diálogo litúrgico, este canto é a resposta da assembléia ao Deus que falou na Primeira Leitura. Este canto é o canto mais importante da Liturgia da Palavra e por isso nunca deve ser excluído. Não pode ser substituído por nenhum outro canto, mas que seja um dos 150 salmos, de acordo com a leitura proclamada.  O Salmo é um canto de meditação executado em estrofes com adesão de toda a assembléia, no Refrão. O acompanhamento do instrumentista deve ser discreto, mais suave que nos outros cantos. A preparação dos salmistas deve seguir os mesmos passos dos proclamadores das leituras. O salmo seja preferencialmente cantado. Não sendo possível cantá-lo, seja proclamado como convém a um poema.  

26º - ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: A aclamação mais utilizada é o “Aleluia”. O refrão pode ser seguido de pequena estrofe que prepara a leitura do Evangelho, já prevista no Lecionário. Este canto permite a vibração dos instrumentos. Quanto ao versículo poderá ser cantado por um solista. O Aleluia deverá ser invariavelmente cantado. Cantos do tipo “Buscai Primeiro, Como são Belos...” não são apropriados para este momento.

27º - EVANGELHO: É o ponto culminante, para o qual se encaminham as outras leituras bíblicas. Pode ser proclamado ou cantado.

28º - HOMILIA: Significa “conversa familiar”. Na Celebração da Palavra um leigo faz a reflexão. Não é conveniente que passe de 10 minutos e seu objetivo é atualizar a Palavra de Deus. Não fica bem usar deste momento para dar indiretas na assembléia e nem mandar recados pessoais. Em grupos menores, também pode ser partilhada a Palavra, com a participação de várias pessoas. Não é momento de fazer exegese bíblica, isto é, ficar explicando detalhes do texto, como se fosse uma aula. Pode-se comentar todas as leituras ou somente uma delas, de preferência o Evangelho. Os pregadores devem se preparar através de leituras, reflexões e meditações para melhor anunciar a Palavra.

29º – PROFISSÃO DE FÉ: É a proclamação da fé da Igreja. Expressa uma atitude assumida pela comunidade diante da Palavra anunciada e refletida. Normalmente é rezada apenas no final de semana ou em datas especiais de caráter mais solene. Também pode ser cantada, desde que a letra não seja mudada.
30º – ORAÇÃO DA ASSEMBLÉIA OU ORAÇÃO UNIVERSAL: É o momento da comunidade fazer suas preces a Deus, respondendo de certo modo à Palavra de Deus acolhida na fé e, exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. A Assembléia unida eleva suas súplicas pelas necessidades de toda a Igreja, pelos governantes, pelos que se acham em necessidades, por todos os homens e mulheres e pela salvação de todo o mundo.
            A oração é sempre dirigida a Deus Pai e com referência à liturgia do dia, na seguinte ordem: pelas necessidades da Igreja; pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade; pela comunidade local OU: rezar pela Igreja, comunidade, povo, intenção especial (pelos falecidos recentemente, como exemplo, 7º dia) e pelas famílias. Lembro que as preces podem ser formuladas com antecedência e apresentadas por alguém do ambão ou de outro lugar apropriado. Podem também ser espontâneas, brotadas do coração das pessoas. Sejam curtas, objetivas e dirigidas diretamente ao Pai, como neste exemplo: “Nós vos pedimos, Pai, pelas crianças que sofrem o abandono. Amparai-as!”. Deste modo, dispensam-se as monições “rezemos ao Senhor” ou “cantemos ao Senhor”.
                                       LITURGIA EUCARÍSTICA
31º – APRESENTAÇÃO DOS DONS – É expressão da comunhão de pessoas capazes de realmente colocar em comum o que são e o que possuem para distribuir conforme as necessidades da própria comunidade. Significa partilha entre irmãos. Tem sentido profundamente evangélico de ação de graças pelos dons, de generosidade, de partilha, de fé confiante na Providência, de fraternidade pela atenção às necessidades alheias. Não é o momento do “ofertório”, mas de apresentarmos a Deus a nossa vida, simbolizados nos dons do pão e do vinho.  O grande ofertório da missa é após a narrativa da instituição da Eucaristia (consagração). Neste momento há também a coleta, um gesto de expressar a disposição cristã de colocar em ofertas o que temos em comum, enquanto cantamos o canto de apresentação dos dons ou fazemos silêncio. Este é um dos cantos menos importantes da missa.  Portanto, o seu objetivo é criar uma atmosfera de alegria e generosidade.  Pode-se, simplesmente, responder às orações do presidente da celebração.
            Serão apresentados somente o pão e o vinho que serão consagrados e distribuídos em comunhão.  Não seja colocado nada sobre o altar a não ser o necessário, para que nossos olhos se concentrem no pão e no vinho.  Não é momento para ofertar outros objetos ou símbolos, a não ser alimentos que serão doados aos mais necessitados.  Pode-se fazer primeiro a procissão dos dons, depois a coleta, enquanto o padre e a equipe de celebração aguardam sentados.  A seguir, faz-se a oração de apresentação dos dons, rezada ou cantada.
32º – ORAÇÃO EUCARÍSTICA: É uma oração do povo sacerdotal chamado a celebrar a Aliança, que Deus, seu parceiro, estabeleceu por meio da Páscoa de seu Filho. É um todo, cuja unidade de estrutura e gênero literário deve ser respeitada. É o ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sentido desta oração é que toda a assembléia se uma com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.  A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio.
            ESTRUTURA DAS ORAÇÕES EUCARÍSTICAS:
a)      Diálogo Inicial;
b)      Prefácio: Ação de graças em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.
c)      Santo: (Aclamação, glória, santidade de Deus): Este é o grande canto da liturgia.    Nele, toda a assembléia se une aos anjos e santos para proclamar as maravilhas do Deus uno e trino. É importante a participação dos instrumentos para solenizar esta vibrante saudação. Não deve ser longo e nem com letras diferentes da prevista no missal.
d)      Aclamações da oração: Há uma série de aclamações particulares para as Orações Eucarísticas, que podem ser cantadas ou rezadas. É a intervenção da assembléia.
e)      Epíclese: É a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho, que os transformará no Corpo e no Sangue de Cristo. Nas missas concelebradas todos os sacerdotes estendem as mãos em direção às oferendas. Às palavras do Senhor, com a mão direita estendida para o pão e o cálice; à apresentação, olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente
f)       Narrativa na última ceia: É dirigida a Deus Pai e não à assembléia! Lembramos ao Pai tudo aquilo que Jesus fez na última ceia e nos mandou fazer em sua memória, para assim fundamentar nosso pedido de transformação do pão e do vinho e de toda comunidade em Corpo de Cristo.
g)      Aclamação memorial: É uma solene aclamação pascal, cantada logo após a proclamação: Eis o mistério da fé! Nela fazemos o memorial da entrega de Jesus e de sua Páscoa, enquanto aguardamos sua volta gloriosa. Aqui, passado, presente e futuro se unem numa só fé e num só louvor.  Nenhuma outra resposta poderá substituir esta aclamação, nem mesmo um canto de adoração (como “Bendito, louvado seja” ou “Glória Jesus”). Esta aclamação deve ser feita em pé.
h)      Memorial e oblação: Em seguida, faz-se o verdadeiro OFERTÓRIO da missa: o próprio Cristo é oferecido ao Pai pelo padre, em nome de toda a assembléia. Já não se trata mais de pão e o vinho, mas do Corpo e o Sangue de Jesus.
i)        Epíclese (invocação sobre a comunidade): Novamente o Espírito Santo é invocado, agora sobre toda a assembléia, que se torna um só Corpo em Cristo.
j)       Oração pela Igreja: Todo o povo de Deus é lembrado neste momento de louvor e ação de graças, pois o Mistério de Cristo abrange tudo. Fazemos referência aqui ao Papa, Bispos e todo o clero, ao povo presente na assembléia e aos irmãos ausentes, bem como aos falecidos (falar o nome dos falecidos mais recentes, como por exemplo, 7º dia) e aos santos, todos juntos oferecem o mesmo sacrifico de louvor!
k)      Doxologia Final: Com as palavras solenes do “Por Cristo, com Cristo e em Cristo...” e o gesto de erguer o Pão e o Vinho consagrados, o padre conclui a grande prece de ação e súplica iniciada pelo Prefácio.  O povo “assina em baixo”, proclamando o Amém, que quer dizer “Eu concordo e aceito”. Aqui fica bem tocar os sinos e cantar com entusiasmo e alegria.

33º – Ritos da Comunhão:
a)      ORAÇÃO DO PAI NOSSO: É conhecido como “A Oração do Senhor”. Nela se pede o pão de cada dia, no qual os cristãos vêem também uma referência ao Pão Eucarístico, e se implora a purificação dos pecados; ao final da oração do Pai Nosso não se diz “amém”, uma vez, que a oração que vem a seguir (livrai-nos do mal...) é uma continuação do pedido que fazemos no Pai Nosso. É precedida de um convite para que todos possam rezar juntos: Pai Nosso!  Pode também ser cantado, desde que não se mude a letra, que é bíblica.  Ele tem grande força e significado. É um dos grandes pontos da missa. Se não for cantado por todos, é preferível que seja recitado. Os instrumentos têm uma participação simples, de sustentação.
b)      ORAÇÃO PELA PAZ: É dirigida a Jesus. O padre deverá rezá-la sozinho.  A assembléia reforça com uma resposta convicta.
c)      ABRAÇO DA PAZ: Nele fazemos um gesto de fraternidade, reconciliando-nos uns com os outros, para podermos receber, bem preparados, o Pão da Vida, Fonte da verdadeira Paz. É costume cantar uma canção alegre, cuja letra recorde a caridade como fundamento da vida cristã. Deverá ser uma melodia contagiante. Não é necessário que toda assembléia cante, assim como não há necessidade de canto algum.  Todavia, se houver canto, cuide-se para que não seja longo.  É um rito móvel, podendo ser colocado para qualquer parte da Missa (Acolhida, depois do Ato Penitencial, depois da Liturgia da Palavra ou no final da celebração...).  Não é necessário que aconteça em toda celebração, para não se tornar um gesto rotineiro ou banal. Convém também que cada um expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão próximos.
d)      FRAÇÃO DO PÃO (Cordeiro de Deus): É o gesto de repartir o alimento. A mistura do fragmento da hóstia consagrada com o vinho consagrado simboliza a unidade do Corpo e do Sangue de Cristo e, nele, a nossa unidade. Este gesto de repartir é acompanhado pelo canto do Cordeiro de Deus. No caso de acontecer a redistribuição das partículas consagradas em outros recipientes, repete-se várias vezes a primeira parte do canto e, somente após o término da fração, canta-se “dai-nos a paz”.
e)      COMUNHÃO: Comungar o Pão e o Vinho consagrados significa que queremos estabelecer a comunhão fraterna com Deus e com todos. A comunhão eucarística é o ápice e a síntese de outras experiências do Senhor Ressuscitado presente entre nós. Buscando o Alimento Eucarístico manifestamos que estamos dispostos a partilhar com os irmãos o alimento material. O ato de participar da Missa sem comungar, participando só externamente pelos cantos e diálogos, não satisfaz a exigência fundamental da intenção de Jesus, que é a de se entregar como comida e bebida  para que tenhamos vida. Algumas pessoas, por motivos particulares, estão impedidas de comungar. Incentive-se, neste caso, a comunhão da Palavra de Deus, que também é alimento. Porém, quem pode comungar não deve ficar sem receber Jesus, pois Ele é Dom, é Graça; é para gente que está a caminho, que erra, que falha..., que busca viver o Evangelho. Se alguém  não está se sentindo em condições de receber a comunhão por algum motivo, que procure o sacerdote e faça uma boa confissão para depois comungar. Não é necessário confessar toda vez que vai comungar, mas quando a consciência assim o exigir. Pode ser como de costume ou sob as duas espécies: Pão e Vinho (Ver circular nº 06/2.012). Deverá ser acompanhado pelo canto que será de acordo com o Evangelho, e exige a participação de todo o povo.  Como fica difícil cantar na fila de comunhão, sugere-se que o canto tenha refrão curto e fácil, a fim de que possa ser expressa a unidade da assembléia.  Depois de terminada a Comunhão, então se faça o silêncio em reverência ao Cristo-Pão.  Não é momento para pedir ou dar graças, mas para mergulhar no Mistério de nossa comum-união com o Senhor. Não é momento para conversar.  Dispensam-se os tradicionais cantos de “ação de graças”.
f)       ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO: É a oração que nos compromete a atitudes e gestos concretos de vivência da Eucaristia.
34º - RITOS FINAIS:
a)      AVISOS/HOMENAGENS: Logo após a Oração pós-comunhão, pode se dar os avisos e fazer homenagens e agradecimentos, mas nunca antes da oração.                                       É recomendável que sejam dados avisos estritamente necessários. Coisas que podem ser combinadas em grupos pequenos não sejam levadas para os avisos.
b)      BÊNÇÃO FINAL: Tem o duplo sentido de louvor e de súplica. Diante das maravilhas de Deus, o cristão bendiz, glorifica e exalta o Senhor do universo, mas também lhe pede sua santidade e seu poder. Há uma série de
Bênçãos previstas no Missal Romano.  É importante usá-las com mais freqüência.
c)      DESPEDIDA: A missa termina, mas a missão do cristão continua.  Daí, a necessidade de contar com a ajuda de Deus para ser fiel. Uma saída em silêncio é fria.  Por isso é preciso criar uma atmosfera de alegria, na saída. O canto final é a última impressão que se leva da celebração. Portanto esse canto deverá ser executado de tal forma a criar uma predisposição para retornar à Festa Eucarística.  Não convém “segurar” o povo para cantar. O “vamos em paz” é pra valer!Todavia, convém que se espere o presidente da celebração e seus auxiliares se retirarem.

35º - RECOMENDO SEMPRE A LEITURA DA INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO; A CONSTITUIÇÃO “SACROSANCTUM CONCILUIM”; DOCUMENTOS DA CNBB; CERIMONIAL DOS BISPOS; EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL “VERBOUM DOMINI”; SUBSÍDIOS DIVERSOS DE ORIENTAÇÕES LITURGICAS
                               À luz do Espírito, celebremos sempre com alegria e dignidade a Sagrada Eucaristia, Mistério da nossa Fé.

                                               Dom Jeremias Antonio de Jesus
                                                          Bispo Diocesano

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
PAIVA, Pe Vanildo de. Cartilha Litúrgica.

INTRODUÇÕES GERAIS DOS LIVROS LITÚRGICOS

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