O perdão de nossos pecados é uma
necessidade espiritual. Mas também psicológica. Nada melhor do que o pecador se
sentir perdoado. “Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada” (Sl 31, 1). Isso é
benéfico para nós. Restaura nossa autoestima. Sentir-se perdoado significa ter a
sensação segura de ser amado.
Trata-se de uma grande
experiência interior, portadora da paz e do equilíbrio psicológico. Faz
levantar a cabeça. Mas como se pode obter a misericórdia divina em nosso favor?
Que possibilidades de perdão o Pai Justo (Jo 17, 25) nos oferece para a
purificação de nossas consciências? Cito alguns caminhos, uns mais largos e
outros mais estreitos. Entre eles lembro o amor profundo e total para com Deus.
“A caridade é o vínculo da perfeição" (Col 3, 14).
É bem difícil, mas muitos
alcançam essa graça. Cito, sobretudo, a prática da caridade para com o próximo.
"A caridade apaga uma multidão de pecados" (1 Pd 4, 8). Esse é um
caminho bastante seguro, ao alcance de nossas mãos. Também, vinculadas ao poder
legítimo da Igreja, estão as indulgências, cujo poder de perdão provem dos
tesouros de santidade dos filhos da esposa de Cristo.
Mas um caminho proposto por
Jesus, e aberto pela bondade do Salvador, é o Sacramento da Penitência, também
chamado de Confissão. É um caminho seguro para a misericórdia divina, contanto
que nos arrependamos e nos ponhamos na senda da mudança interior. Nós
acreditamos no poder que Jesus deu à sua Igreja de perdoar, em nome de Deus, os
pecados do povo. "Somos embaixadores da reconciliação... Em nome de Cristo
vos pedimos: deixai-vos reconciliar com Deus" (2 Cor 5, 19-20). Esse
sacramento não só perdoa os pecados, - por mais graves que sejam, - mas nos dá
forças para praticar o bem.
O papa Francisco sugere que todas
as Paróquias do mundo facilitem, nesta quaresma, a aproximação dos Fiéis, a
este sacramento. O sacramento é tão humano, que até a psicologia adotou a
"confissão" como um método de terapia. Só existe uma diferença: após
o relato diante de psicólogo, este pode orientar o paciente e mostrar o caminho
da recuperação. Mas o Sacerdote pode perdoar, em nome de Deus. E isso é uma
segurança para nós. "Se o mau renunciar à sua malícia e praticar o bem,
ele viverá" (Ez 33, 19).
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo emérito de Uberaba (MG).
Fonte: domtotal.com.br
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