A Catequese nos últimos anos deu passos
significativos. Em toda parte percebe-se um fervilhar de novas experiências e
métodos mais adequados que nos orientem na caminhada. Este processo de
renovação depara-se com alguns desafios: a catequese não pode ser uma simples
iniciativa baseada na boa vontade, na improvisação. Disso decorre a necessidade
de pensar, organizar e atualizar a catequese, buscar novos rumos, animar os
catequistas, criar um clima humano-afetivo. Surge assim a missão do coordenador
do qual depende, em grande parte, a dinâmica e a renovação da catequese numa
comunidade.
“A atividade pastoral não pode processar-se às
cegas. O apóstolo não corre em busca do incerto, nem golpeia no ar”. (Paulo VI)
Coordenação vem da palavra “co-ordinatione” que significa: dispor certa ordem
ou método”, organizar o conjunto, por em ordem o desconjunto. É uma
“co-operação”, uma ação de “co-responsabilidade entre os iguais”. A coordenação promove a união de esforços, de objetivos comuns e
de atividades comunitárias, evitando o paralelismo, o isolamento na ação
catequética. A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a
participação, desenvolver a sociabilidade, levar à cooperação, comprometer na
co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o conjunto da
caminhada catequética. Para essa missão se requer um trabalho de grupo, e não
de uma só pessoa. A catequese renova-se mais rapidamente, especialmente no
mundo urbano, quando uma comunidade investe na equipe de coordenação e esta
assume sua missão articuladora, animadora da catequese .
Nesse sentido o MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO
reveste-se de uma mística, de uma espiritualidade, de uma missão. Coordenar é
integrar, animar, avaliar, revisar, celebrar, incentivar a caminhada da
catequese. O ministério da coordenação é o serviço que mantém viva a caminhada
da catequese em sintonia com as opções diocesanas, paroquiais, e segundo as
exigências de uma catequese renovada. E o coordenador encontra seu modelo, sua
inspiração e a fonte de graça para exercer seu ministério na Pessoa de
Jesus. Sabemos que Jesus Cristo não
quis assumir sua missão sozinho. Fez-se cercar do grupo dos doze (Mc 3,13). Com
eles vai criando sua comunidade. Os Evangelhos nos mostram que várias atitudes
de Jesus caracterizam-se por um amor cordial e concreto pelas pessoas. Vejamos
algumas situações:
a) Jesus conhece as pessoas e as aceita como são. Parte daquilo que
são os discípulos, e não daquilo que deveriam ser para conduzir cada um a um
crescimento cada vez mais profundo (Jo 20, 27; Lc 22, 61; Lc 24, 13-35).
b) Jesus exerce sua autoridade com caridade. É aquele que serve ( Jo
13, 1-20). “Eu não vim para ser servido, mas para servir” (Mc 10, 45). Para
Jesus, todos têm uma caminhada a fazer, uma conversação a realizar, uma esperança
a construir. A grande norma do grupo é o mandamento do amor.
c) Jesus situa-se dentro da comunidade e a dirige com amor. A presença
de Jesus é viva no meio da comunidade. Ensina a partilhar e ser solidário em
tudo (Jo 6, 1-15).
d) Jesus fala da necessidade de sua paixão e convida seus discípulos a
partilhar sua Cruz, vivida e assumida na fé e na esperança, porque passando por
ela constrói-se o Reino (Lc 9, 22-26).
e) Jesus criou uma comunidade para a Missão. A comunidade é um caminho
de crescente fraternidade e abertura para a missão. O apóstolo Paulo nos alerta
(Rm 10, 9-21) para que tenhamos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. Isto é,
que a nossa missão de coordenadores não seja uma forma de vanglória e nem um
fardo nos ombros dos outros, mas que seja uma continuidade da missão de Jesus
Cristo na edificação do Reino.
Roberto Magno
Joanésia MG
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