13 de julho de 2018

Deus se revela e nos desperta para vê-lo _ Resumo do Roteiro de Grupo de Reflexão

Sequência dos resumos do mês de março.

Um dia, uma linda e doce menina chamada Vânia contou-nos que quando criança, ganhou uma formosa boneca. Era a sua primeira boneca. Ficou muito feliz. Seus olhos brilhavam e o sorriso entornava pelo canto da boca. Disse que toda pessoa que chegava à sua casa, ela a tomava pela mão e a conduzir até seu quarto,  onde estava a boneca, para apresentar o presente.

 Quando experimentamos uma alegria muito grande,  temos  necessidade de compartilhá-la. Quando passamos por uma experiência profunda, encantadora, "forte demais"  logo ficamos fascinados, e queremos entender melhor o que está acontecendo. Necessitamos disso, pois nosso coração fica inquieto. É isso que aconteceu com a Samaritana, ao descobrir que presente lindo ela encontrou,  na beira do poço. 


Jesus se revelou a ela. (A revelação  é um passo importante para iniciação à vida cristã). 

 Através daquela palavra de Jesus ( João 4, 26) "Sou eu que estou falando contigo", percebemos que Ele se revela à Samaritana e também a cada um de nós, hoje. 

Quando Jesus se revela, Ele lança luzes sobre nós e também nos mostra quem somos. Isto aconteceu com a Samaritana e também acontece  com cada um de nós, que se aproxima de sua Luz.

Jesus se revela, se mostra para a mulher Samaritana, como sendo o Messias, isto é, o Cristo, o Deus que nos salva, a água viva que nos sacia,  para não termos mais sede . Deus se mostra a nós e, ao fazer isso, também mostra quem nós somos . Foi isto que aconteceu com a Samaritana.  Depois que Jesus se revelou, ela também foi revelada,  mostrada. Ela foi apresentada como uma mulher de" muitos maridos", ou seja a Samaritana , que representa todo o seu povo, estava sendo infiel ao único esposo,  que é Cristo. Dizer que tinha muitos maridos simboliza que estavam adorando outros deuses. 

Nosso  processo de iniciação à vida cristã é parecido com essa experiência do encontro,  que a Samaritana fez com Jesus . Ele nos mostra quem somos e quando estamos adorando a outros deuses, e não ao Pai, em espírito e verdade.

 A Samaritana descobriu que Jesus não a condenava. Ele abre nossos olhos para andarmos pelo caminho certo. Jesus a faz saber que ela pode ser incluída entre os adoradores, que o Pai procura . Deus Pai deseja encontrá-la. As duas frases pronunciadas por Jesus dizem tudo: " Sou eu que estou falando contigo". Esse versículo mostra o ápice do encontro da Samaritana com Jesus. Antes a Samaritana falava do Messias e agora ela descobre que fala diretamente com Ele, em pessoa. O que antes era esperança mal definida, agora é presença, é pessoa encontrada.

Depois que Jesus se revelou à Samaritana,  como o Messias,  a fonte de água viva, o Caminho a Verdade  e a Vida, e ela ficou tão encantada, por estar falando diretamente com o Filho de Deus, que foi correndo até a cidade da Samaria, contar aos outros habitantes. 
(O anúncio, outro passo importante no processo de iniciação à vida cristã)
Aqui acontece a experiência do anúncio.



É isso que o missionário faz! Conta a sua experiência de encontro com Jesus, para as pessoas da sua família e vizinhos.

" Venham e verão um homem que me disse tudo que eu fiz. 
Esse é o convite que o Missionário faz: 



Vinde ver! 
E, às vezes interroga, colocando o mistério que sentiu: Não será Ele o Cristo? Esta dúvida suscita nela a Esperança. 




O Diálogo que nos leva a conhecer Jesus - Resumo do Roteiro de Grupo de Reflexão

Sequência dos resumos . Roteiro do mês de março.

 Diálogo lembra palavra. E Palavra nos lembra a Bíblia e a Bíblia nos leva a conhecer Jesus e a amar o irmão e a irmã .

 O diálogo, com e sobre Jesus, muda nossas vida. Transforma-nos em pessoas generosas e comprometidas com a sua causa.

 Jesus quer se dar a conhecer. Ele se aproxima e  inicia o diálogo com a Samaritana. A Samaritana sabia que o Messias viria um dia,  mas não o conhecia. Sua compreensão sobre Jesus vai se dando aos poucos, de forma gradativa. A experiência de conhecer Jesus marcou e transformou sua vida. A água que Jesus dá é a sua própria Palavra, cheia de sabedoria divina. É, por meio da vida cristã,  que guardamos  esta preciosa Palavra que nos levará à vida eterna. 

"Nosso amado Papa Francisco tem-nos instigado a sermos uma igreja em saída. 



Porém, se nós não estamos conseguindo evangelizar os que vêm até nós, como podemos ser uma Igreja em saída? E aquelas pessoas que nos procuram na hora do Sacramento,  mas nunca  assumem a vida cristã? A criança participa da catequese de iniciação à Vida Eucarística e, depois, da catequese crismal; e muitos se afastam da Igreja. Depois, volta e participam da preparação para o matrimônio, se casam e novamente se afastam. Daí veem os filhos. Novamente, mais um "cursinho" para o Batismo! E ficamos na angústia de novamente, vermos aquela família afastada. 
Será que  a nossa ação pastoral e o nosso testemunho,  os encantam pela pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo?" 


Assumir a vida cristã é um processo.




 Não se torna Cristão de uma hora para outra. É necessário muito diálogo, para se chegar ao conhecimento da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. O diálogo de Jesus com a Samaritana nos mostra isso. Ela se interessa na conversa, mas sua compreensão é gradativa. 

Sobre as coisas de Deus, nunca saberemos tudo. 
Somos eternos aprendizes na comunidade.




A experiência, que a Samaritana fez com Jesus, mudou a vida dela. Os maridos dela representam as idolatrias da religião, praticada em Samaria . Os samaritanos, sem se perceberem, se distanciaram do Deus verdadeiro. O fato deles cultuarem um deus, significa que procuraram saciar suas sedes.
 Mas, somente em Jesus,  encontraram esta vida nova.

   O verdadeiro Cristão é aquele que pratica as obras da Luz: em sua família, na comunidade e no mundo.




5 de julho de 2018

Um depoimento que vale a pena ser compartilhado


Todas as vezes que vamos à Guanhães,  Bernadete e eu conversamos durante o percurso sobre a catequese.  Mais na volta do que na ida.
Na volta estamos mais abastecidas e queremos retransmitir, principalmente com ações, nem sempre possíveis, tudo o que vivenciamos lá.
E, desta vez, ficamos pensando sobre o nosso chamado:  O que me moveu e ainda me move para ser catequista? Como foi o meu chamado? E, por que respondi "Aqui estou? "
É preciso, sempre que possível, respondermos estas questões. Não para o grupo, mas pra mim mesma/o.
Como tem sido minha participação, minha colaboração, minha entrega na catequese?
Às vezes, em alguns encontros, ouço catequistas responderem assim: meu nome é..., sou catequista e estou há 3, 5...anos na catequese. Fica parecendo que estamos diante de uma vaga de emprego com um currículo em mãos. Quanto mais tempo eu tenho, mais contam a minha experiência.
E, é interessante, que na catequese, quanto mais tempo eu tenho de caminhada, mais eu tenho que aprender.
Não basta saber teorias.
Há um tempo, recente, eu imaginava que a catequese deveria ter: o Ano Litúrgico (cheguei a passar para meus catequizandos da Crisma), a História da Igreja (ah céus, quanta inocência), o que é a Bíblia, quantos livros e por aí vai.( O que não é proibido...Mas não conteúdos principais).
Nesta caminhada, tenho percebido que é preciso menos informação e muita formação. É através dela que vamos moldando nossas ações, percebendo o que realmente se faz necessário, sem sensacionalismo e infantilismo: formar cristãos católicos apaixonados por Jesus e por Seu projeto de amor e salvação. Esta tem que ser nossa catequese, através da contemplação da natureza, da contemplação da cruz, o quanto Ele nos amou e o quanto nos ama, principalmente para aquele catequizando e sua família que, às vezes, nem sabe o que é amor.
Mostrar o amor por um filho pródigo; à pessoa menos favorecida; as parábolas; como escolheu os doze; os mandamentos; o Pai Nosso; enfim, tudo na Bíblia, no Novo Testamento.
Mas para isto, precisamos estudar, estarmos sempre em formação.
Então, quando você escutar o chamado para um encontro, abra os olhos e o coração e se deixe inundar pelas luzes do Espírito Santo, que sabe dos seus afazeres, das suas lutas e lhe fortalece para que você continue sendo Sal e Luz na vida de seus catequizandos,  da sua paróquia, da sua comunidade, da sua Diocese.
 Não queira fazer barganha com o projeto de Jesus. Cuidado!
Jesus estava no meio de uma multidão e alguém O chama: "sua mãe e seus irmãos estão lá fora querendo falar contigo." E Ele responde: "quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" E apontando com a mão para seus discípulos, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. Pois aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe. " Mt 12, 46-50.


Gláucia Utsch M. Ferreira
Membro da Coordenação paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Conceição do Mato Dentro e membro da Coordenação Diocesana de Catequese.

3 de julho de 2018

Sugestão de como trabalhar um encontro de catequese

O itinerário de um encontro, para muitos, é velho ou muito conhecido. Acontece que existem muitos catequistas iniciantes e precisam estar seguros de como proceder ao realizar algum encontro.

a) Acolhida: é a sala de visita do encontro. Pode ser expressa de muitas formas: gestos, cantos, símbolos, surpresas...
É importante que todo catequizando encontre sempre um ambiente acolhedor, fraterno amigo. Seja reconhecido na sua individualidade, chamando-o pelo nome. Todo participante que se sente aceito e amado, participará com mais alegria e motivação.

b) Olhar a vida, ou ver a realidade, suscita a capacidade para a sensibilidade, consciência crítica, perceber com o coração e a inteligência aquilo que se passa ao redor. Não é só olhar a realidade superficialmente, mas possibilitar o aprofundamento de fatos, causas, consequências do sistema social, econômico-político e cultural dos problemas.
O olhar a vida é o momento de ver o chão onde vivemos e de preparar o terreno da realidade para depois jogar a semente da Palavra de Deus. A parte do ver pode ser concretizada através de desenhos, visitas, entrevistas, histórias e fatos contados, notícias, figuras, vídeos, dramatização...

c) Iluminar a vida com a Palavra (Julgar).
A partir da vida apresentamos a Palavra de Deus. Podemos compará-lo com a luz existente dentro de casa. Ela ilumina todo o ambiente isto é, nos mostra qual a vontade de Deus em relação à vida das pessoas, seus sonhos, necessidades, valores, esperanças...
Fazemos um confronto com as exigências da fé anunciadas por Jesus Cristo, diante da realidade refletida.
Dentro do julgar também colocamos o Aprofundamento da Palavra. Nesta parte aumentamos a luminosidade da casa para poder enxergar melhor.
É a hora que refletimos com o grupo para fazer uma ligação mais aprofundada da Palavra com a vida do dia-a-dia e perceber os apelos que Deus nos faz. Pode-se perguntar: O que a Palavra de Deus diz para a nossa vida? Sobre o que nos chama atenção? O que precisamos mudar? Que apelos a Palavra faz para mim e para nós?
O aprofundamento pode ser feito ainda com encenações, dinâmicas, cantos, símbolos...

d) Celebrar a Fé e a Vida.
É um momento muito forte. É como se estivéssemos ao redor de uma mesa com um convidado especial.
O celebrar é como saborear em conjunto na alegria, ou no perdão, algo que nos alimenta porque nos dirigimos, nos aproximamos do convidado especial, que é Deus.
A celebração não deve ficar apenas na oração decorada. Os catequizandos aprenderão a conversar naturalmente com Deus como um amigo íntimo. É importante diversificar a oração usando símbolos, cantos, gestos, salmos, silêncio, frases bíblicas repetidas, relacionando sempre ao tema estudado e com a vida.
A partir das celebrações dos encontros é possível motivar os catequizandos na participação das celebrações, cultos, novenas, grupos de reflexão.

e) Assumir ações práticas.
Todo encontro precisa conscientizar que ser cristão não é ficar de braços cruzados, e nem ficar passivo diante da realidade.
Trata-se de encontrar passos concretos de mudança das situações onde a dignidade é ferida, a partir de critérios cristãos.
O agir é transformador e comprometedor. Está ligado à vida e à Palavra de Deus que questionam e exige a mudança nas pessoas, famílias, comunidade.
Cada catequista necessita provocar o seu grupo para ações práticas. É preciso respeitar cada faixa etária, mas não será impossível fazer algo concreto. Os compromissos podem ser discutidos e assumidos de forma individual ou grupal.

f) Recordar o encontro.
Não se trata aqui da aplicação de exercícios para decorar conceitos. O recordar nos leva a ruminar o que foi refletido, aprofundado, trazendo à memória algo essencial para ser fixado. A memorização é necessária, sobretudo para conteúdos básicos de nossa fé. Se for aplicada alguma atividade, que esta seja para desenvolver o espírito comunitário de fraternidade, partilha, amizade e ajuda mútua. Pode-se também pedir a ajuda para a família, sobre questões práticas.

g) Guardar para vida.
Este passo dá importância à Bíblia. Precisamos que nossos catequizandos tenham na vida e na fala a Palavra de Deus. A partir do assunto tratado no encontro, podemos usar uma ou duas frases, tiradas dos textos bíblicos usados que dão a síntese do conteúdo, para serem compreendidas e vivenciadas.
As frases poderão ser escritas em papelógrafo ilustradas com desenhos, ou figuras e fixadas em local para serem vistas e memorizadas.

h) Avaliar.
A avaliação ajuda a alegrar-se com as descobertas feitas, pelo que aconteceu de bom. É ela também que faz verificar as falhas, corrigir o que não foi bom.
Não podemos ficar somente no que o catequizando “aprendeu”, isto é, se sabe os mandamentos, sacramentos, mas é preciso avaliar as relações interpessoais, a responsabilidade, o comprometimento, o assumir os valores evangélicos como: diálogo, partilha, capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.
A avaliação é um passo precioso de crescimento. Ela faz parte de qualquer encontro.
São muitas as formas de avaliar. Podem-se utilizar dinâmicas, debates, partilha em grupo, individual, ou ainda, os próprios participantes escolhem alguém que no final do encontro poderá dar a sua opinião.
A grande fonte de avaliação é a observação atenta do que ocorre durante o processo catequético. Portanto, a avaliação não é só olhada dentro de quatro paredes, mas envolve a vida toda.

Parece simples preparar um encontro, mas, como vemos, exige do(a) catequista dedicação, carinho e aprofundamento para tornar cada encontro, um espaço de crescimento mútuo.
Ao olharmos Jesus com seus apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos. É só verificar algumas passagens, como a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era propício para acolher-ensinar-aprender-conviver. Para Ele a importância estava nas pessoas.