5 de novembro de 2012

“A catequese é um ato essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja se edifica a partir da pregação do Evangelho, da catequese e da liturgia, tendo como centro a celebração da eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé...” (cf. DNC 233).


A relação entre párocos e catequistas


Em pesquisa recente feita com padres na arquidiocese de Belo Horizonte-MG um dado, para o presente artigo, chama atenção. Segundo a pesquisa, a Pastoral da Juventude e a Pastoral Catequética são as atividades que menos despertam interesse nos presbíteros entrevistados. Para 24,0%, a Pastoral da Juventude é a área de menor interesse e para outros 16,0%, a Catequese (cf. Formação Permanente. Diáconos e Presbíteros Ordenados Contemporaneamente. Pastoral Presbiteral – Volume 4. Arquidiocese de Belo Horizonte, 2010, pp. 86-87). Talvez se a pesquisa fosse aplicada em todo o Brasil o resultado não fosse muito diferente. Os dados merecem reflexão. Eles apontam para uma evidência: nossas igrejas estão vazias de jovens e crianças e temos maior participação de pessoas de meia idade e idosos.

Mas o que isso significa na prática, ao pensarmos em como se dá a mútua relação párocos/ catequistas? Se a catequese aparece em segundo lugar como menos preferida entre as pastorais pelos padres, logo, a relação entre párocos e catequistas terá seu prejuízo. Não é à toa que em muitos lugares a catequese funciona “à deriva” e pela boa vontade dos catequistas, nem sempre preparados. Algumas vezes os catequistas motivados por impulso missionário dão tudo de si, investem, contudo recebem migalhas de apoio de seus párocos. Frequentes são as queixas nas reuniões nos diversos âmbitos da organização da catequese na Arquidiocese. É provável que tenha caído no esquecimento dos padres o lugar essencial da catequese na vida da Igreja. Como bem lembra o Diretório Nacional de Catequese: “A catequese é um ato essencialmente eclesial. Não é uma ação particular. A Igreja se edifica a partir da pregação do Evangelho, da catequese e da liturgia, tendo como centro a celebração da eucaristia. A catequese é um processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé...” (cf. DNC 233).
 
Sendo essencial e não um ato particular, a catequese é elemento constitutivo para a vida e permanência da Igreja. Trata-se da Evangelização mesma, de modo contínuo, com o fito de que as comunidades se renovem sempre nas águas purificantes do Evangelho. A catequese não é transmissão de doutrinas, mas o lugar apaixonante da partilha e da experiência viva da Mensagem do Evangelho, no seio da Igreja. É Evangelização interna a motivar, quando de fato acontece, missionários além das fronteiras da Igreja com o ímpeto de renovar o mundo pela força transformadora da Palavra. Estranho que os padres não se motivem para isso e muitas vezes deixem a catequese abandonada.

Como em outras situações dentro da Igreja, aqui é necessário fazer exame de consciência. Torna-se imperativo reavaliar, antes de analisar a relação dos párocos com os catequistas, a relação dos ministros ordenados com o fator catequese. Importa reconhecer na catequese um espaço de criatividade, terra para deitar as sementes do Verbo. Como consequência, relacionar-se com os catequistas enquanto sujeitos da ação Evangelizadora e não como meros mantenedores burocráticos do institucional, implica “sair da cabeça” do administrador para a do evangelizador. Tal tarefa pressupõe conversão pessoal.

Sem desconsiderar o outro lado da história, os catequistas, e também os presbíteros dedicados à catequese, é preciso afirmar em tom categórico a responsabilidade primeira do pároco em criar e revitalizar sua relação com os catequistas. Nenhuma relação será efetiva frente ao desinteresse ou autoridade funcionalista e estéril, que difere da verdadeira autoridade, nascida do respeito conquistado e do compromisso enraizado no testemunho de vida e do Evangelho. Os catequistas, de sua parte, estarão fomentando essa relação quando forem perseverantes no seu empenho catequético, realizando bom trabalho pelo Reino de Deus, além de se apoiarem nas instâncias dinamizadoras da catequese em nossa Arquidiocese. A catequese não é da paróquia e sim do Reino. Quem sabe assim, com esforço, e sem picuinhas, com olhos no Cristo, os catequistas não consigam “catequizar” seus párocos.


Pe. Magno Marciete do Nascimento Oliveira
Comissão Bíblico-Catequética Arquidiocese de Belo Horizonte
01.09.2012 ( Do Catequese Hoje)

1 de novembro de 2012

2 de novembro e as nossas perdas



Se você perdeu alguém ou teve uma grande ruptura na sua vida, é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto:
1º - Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura. Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;
2º - Dar nome aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta; pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação;
3º - Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido etc. Perdoar Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você nesse momento: médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer.
4º - Tomar consciência de que Deus está no controle de todas as coisas. O desejo d'Ele não é a morte nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão d'Ele não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor!
5º - Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu. Quando se perde alguém, é costume preservar a imagem da pessoa, mas o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, as qualidades e os defeitos. Não é só porque morreu, que se tornou santo: “Ah, fulano era tão santinho! Só tinha alguns defeitinhos de nada!”.
Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).

Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Seu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada. Ensina-me a perdoar e a pedir perdão, a ser desapegado das coisas e das pessoas. Que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós.
Roberto Magno
Comunidade Nossa Senhora de Nazaré
Joanésia-MG